cap 2 - The arrival

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Uma lágrima desce dos meus olhos, sinto o vento bater em meu rosto e arrepiando todo o meu corpo.

Cruzo os braços por causa do frio e vou andando até o portão enorme preto do convento, um caminho escuro e sem vida, por mais que seja um ambiente religioso.

Abro o portão principal e sigo em frente sem olhar para trás, sabendo que a partir dali seria só eu e Deus, e mais ninguém.

Não me conformo em ser expulsa de um lugar que eu vivi praticamente a minha vida inteira, por um motivo que nem eu sei, e eu sei q não foi por apenas dançar, isso não é motivo para expulsão, no meu ponto de vista...

Sigo em uma rua de barro que leva do convento à rodovia principal, uma rua cercada por matos e floresta em voltas, com pouca luz no caminho, me arrisco a seguir andando para procurar alguém.

Acabo tropeçando em algumas pedras, por não conseguir enxergar e caindo várias vezes.

Estou quase chegando a estrada principal, vejo pela luz dos faróis, e o barulho de carros passando.

Estava meio sem consciência por cair várias vezes, fiquei tonta ao ver os carros passando em uma velocidade alta.

Paro no encostamento da pista e ando mais um pouco para frente.

Meu rosto está sujo de barro e molhado com lágrimas, meu cabelo está bagunçado e o meu corpo sujo, posso sentir.

Minha mala está firme em minha mão, não paro de andar e minhas pernas começa a cansar.

Alguns carros passam abusinando e gritando, eu os ignoro.

Vejo que vem vindo um caminhão em minha direção. Mas todos os carros estão na minha direção.

Ouço o caminhão andando devagar e o barulho aumentando, mas continuo andando, afinal eu estou no acostamento e ele não iria me atropelar...

O automóvel para em meu lado esquerdo e anda devagar, olho pra ver quem está ali dentro, mas não consigo ver, é muito alto.

- ei garota... Ouu menina. - Escuto uma voz grossa me chamar de dentro do caminhão, mas continuo andando.

Meu deus todo poderoso, não deixa nada de mal acontecer comigo.

- menina tá sozinha? Entra aqui, ta frio aí fora. - o moço grita pra que eu consiga ouvir.

Ta realmente frio, mas não posso entrar no carro de estranhos.

- entra menina, vai pegar um resfriado, rápido. - o caminhoneiro para o caminhão no meio da estrada.

Sei que não deveria tá fazendo isso, mas é a única opção q me resta, ou eu entro ou eu continuo andando sem rumo correndo mais risco de vida.

Não penso mais que duas vezes e tento abrir a porta do veículo, o homen me ajuda ao perceber que eu estava com dificuldades.

Entro e me sento no banco do passageiro, sinto o cheiro de cigarro e álcool no primeiro momento. Mas aguento até chegar na primeira cidade que aparecer.

Um senhor de pele clara, barbudo e com roupas leves, me passa um semblante de boa gente.

- nossa, a moça aí tá bem? O que faz uma hora dessa no meio da estrada? Perigoso em. - a voz rouca soa no ar.
- algum filho da puta te largou aqui não foi? Hehe. - completa com uma risadinha sarcástica.

Não falarei pra ele que fui expulsa de um convento, ele não vai acreditar, e mesmo assim não me atreveria à contar.

- o que foi? O gato comeu a sua língua, lindinha?. - lindinha? Ó santo Deus.

UM DOCE DESVIOOnde histórias criam vida. Descubra agora