Uma lágrima desce dos meus olhos, sinto o vento bater em meu rosto e arrepiando todo o meu corpo.
Cruzo os braços por causa do frio e vou andando até o portão enorme preto do convento, um caminho escuro e sem vida, por mais que seja um ambiente religioso.
Abro o portão principal e sigo em frente sem olhar para trás, sabendo que a partir dali seria só eu e Deus, e mais ninguém.
Não me conformo em ser expulsa de um lugar que eu vivi praticamente a minha vida inteira, por um motivo que nem eu sei, e eu sei q não foi por apenas dançar, isso não é motivo para expulsão, no meu ponto de vista...
Sigo em uma rua de barro que leva do convento à rodovia principal, uma rua cercada por matos e floresta em voltas, com pouca luz no caminho, me arrisco a seguir andando para procurar alguém.
Acabo tropeçando em algumas pedras, por não conseguir enxergar e caindo várias vezes.
Estou quase chegando a estrada principal, vejo pela luz dos faróis, e o barulho de carros passando.
Estava meio sem consciência por cair várias vezes, fiquei tonta ao ver os carros passando em uma velocidade alta.
Paro no encostamento da pista e ando mais um pouco para frente.
Meu rosto está sujo de barro e molhado com lágrimas, meu cabelo está bagunçado e o meu corpo sujo, posso sentir.
Minha mala está firme em minha mão, não paro de andar e minhas pernas começa a cansar.
Alguns carros passam abusinando e gritando, eu os ignoro.
Vejo que vem vindo um caminhão em minha direção. Mas todos os carros estão na minha direção.
Ouço o caminhão andando devagar e o barulho aumentando, mas continuo andando, afinal eu estou no acostamento e ele não iria me atropelar...
O automóvel para em meu lado esquerdo e anda devagar, olho pra ver quem está ali dentro, mas não consigo ver, é muito alto.
- ei garota... Ouu menina. - Escuto uma voz grossa me chamar de dentro do caminhão, mas continuo andando.
Meu deus todo poderoso, não deixa nada de mal acontecer comigo.
- menina tá sozinha? Entra aqui, ta frio aí fora. - o moço grita pra que eu consiga ouvir.
Ta realmente frio, mas não posso entrar no carro de estranhos.
- entra menina, vai pegar um resfriado, rápido. - o caminhoneiro para o caminhão no meio da estrada.
Sei que não deveria tá fazendo isso, mas é a única opção q me resta, ou eu entro ou eu continuo andando sem rumo correndo mais risco de vida.
Não penso mais que duas vezes e tento abrir a porta do veículo, o homen me ajuda ao perceber que eu estava com dificuldades.
Entro e me sento no banco do passageiro, sinto o cheiro de cigarro e álcool no primeiro momento. Mas aguento até chegar na primeira cidade que aparecer.
Um senhor de pele clara, barbudo e com roupas leves, me passa um semblante de boa gente.
- nossa, a moça aí tá bem? O que faz uma hora dessa no meio da estrada? Perigoso em. - a voz rouca soa no ar.
- algum filho da puta te largou aqui não foi? Hehe. - completa com uma risadinha sarcástica.Não falarei pra ele que fui expulsa de um convento, ele não vai acreditar, e mesmo assim não me atreveria à contar.
- o que foi? O gato comeu a sua língua, lindinha?. - lindinha? Ó santo Deus.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UM DOCE DESVIO
Romance⚠️ESSA OBRA CONTÉM CENAS IMPRÓPRIA!!!⚠️ Após uma jovem de 19 anos ser expulsa de um convento por violar as regras do lugar, vai em busca da sua liberdade, encontrando refúgio e abrigo em uma casa noturna. Sua vida toma um rumo inesperado quando ela...