18. Amor em tempo de guerra

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A LUZ SUAVE DO AMANHECER se infiltra pelas cortinas semiabertas, banhando o quarto com uma luz fraca. Obi-Wan acordou lentamente, os resquícios do sono ainda embasando seus sentidos. Ao seu lado na cama, o espaço estava vazio, o lençol levemente amarrotado no lugar onde Elora deveria estar. Ele estava no apartamento dela.

Passava algumas noites com ela, às vezes chegando cedo ou tarde da noite, mas sempre aproveitava quando surgia uma oportunidade para estar com ela. Ficou ali deitado, apenas absorvendo a experiência e a sensação da noite passada ainda fresca em sua mente. Deixou que um pequeno sorriso surgisse em seus lábios.

Virando-se na cama e deitando de bruços ele a viu de pé em frente à janela, silhueta recortada contra o céu clareando. Ela usava um robe de seda vermelho que caía graciosamente sobre suas curvas, e seus longos cabelos pretos desciam livremente pelas costas, ondulando suavemente com cada movimento sutil que ela fazia com a cabeça, seguindo o olhar para a vista lá embaixo.

Elora parecia perdida em pensamentos, os olhos fixos no horizonte distante onde a cidade começava a despertar sob o peso de uma era turbulenta. As sombras da noite recuavam lentamente, revelando os contornos de edifícios e avenidas que pulsavam com a vinda iminente do dia.

— Oi… — A voz dele soou rouca e suave, ainda impregnada pelo calor do sono.

Ela demorou um pouco para responder, sua voz um sussurro quase tão silencioso quanto a brisa matinal. — Oi… — Ela não se virou, sua atenção ainda cativada pelo mundo lá fora. — Ainda está lá.

— O que? — Ele perguntou, a curiosidade tingindo sua voz.

— O mundo. — Ela diz. Naquele olhar havia um pouco de melancolia, uma profunda consciência das batalhas que os aguardavam, tanto juntos quanto separados. Lembrando-a das constantes mudanças que a guerra impunha sobre eles e sobre o universo.

Aquele momento entre os dois era um raro refúgio de calma antes que o dia exigisse o retorno ao caos.

— Tá vendo o quê? — Ele pergunta.

— Pessoas…

— Fazendo o quê?

— Alguns estão indo trabalhar.

Obi-Wan suspira e faz uma pausa de segundos antes de falar.  — E nós?

— Vamos trabalhar também. — Ela responde.

— Nem um beijo antes? — Ele pergunta. Fazendo Elora curvar os lábios em um leve sorriso de canto.

— Quem sabe…

— E se a gente quiser se ver de novo? — Ele pergunta.

— Isso é provável. — Ela responde.

— Quem sabe hoje a noite?

— É… quem sabe. — Ela finalmente se voltou para ele, um leve sorriso tocando seus lábios enquanto seus olhos encontraram os dele.

— E estamos super ansiosos. — Ele diz, sorriu e começou a se espreguiçar enquanto Elora volta para a cama.

— Isso! — Ela sorriu.

Obi-Wan beija a testa dela e a puxa para perto dele, envolvendo-a nos braços. Depois puxou o cobertor em volta dos dois. Aquela manhã ainda estava um pouco fria.

— Quanto tempo ainda temos? — Ela pergunta.

— Não muito, querida. Tenho que sair às 07:15. — Ele verifica o relógio e geme ao perceber que não resta muito tempo. Depois a beijou levemente nos lábios.

— Obi-Wan, você tem certeza que está bem em ir contra o Código comigo? Você ainda pode voltar atrás ou… — Ela pergunta enquanto sua mão penteava o cabelo dele para trás.

RUÍNAS DO PASSADO ▪︎ Obi-Wan KenobiOnde histórias criam vida. Descubra agora