Dr. Love! | 2. O drama de Sabrina Fairchild

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[ESBOÇO]

Pergunta: "Olá, Dr.! Como criança dos anos noventa e saudosista adulta dos anos dois mil e vinte, fiquei muito emocionada em poder ler as suas boas e novas. Eu costumava devorar suas crônicas quentes a relacionava minhas próprias experiências juvenis em seus artigos; sempre politicamente incorretos (risos), de uma acidez que espero que não tenha perdido com o passar das gerações.

Diagnostique minha situação, Dr.: Tenho a sensação de que sou a única pessoa correndo atrás, enquanto ele parece completamente alheio a tudo. Estou em um relacionamento unilateral.

Eu sou a pessoa que faz de tudo no nosso relacionamento. Sou eu quem arranjo os encontros, marco as datas comemorativas, etc. Por outro lado, meu namorado está em um estado perpétuo de hibernação emocional. Enquanto meu coração está dando o sangue por alguma emoção e/ou drama, ele está lá, imperturbável. É constrangedor demais.

Já tentei de tudo: fingi que tudo estava bem por um tempo, o chamei para mesas redondas, até mesmo criei umas histórias para gerar um pouco de ciúmes, só para testar o som das bandas. Nosso único consenso é o sexo. É a única coisa que funciona para ele. E o comprometimento? Zero.

Dr., ele não está mais a fim? Desinteresse ou traição? Quais seus palpites?

P.S: Estou preparada para o seu tapa! Manda ver!"

Atenciosamente, seu desafio.

Dr. Love: "'Ele não está mais a fim? Desinteresse ou traição?' Honestamente, que se foda.

Estou percebendo neste relacionamento um quê de inconveniência crônica, imaturidade aguda e emocionalismo viral. Você está com todos os sintomas do Transtorno de Sabrina Fairchild, a protagonista do filme 'Sabrina', ou seja, infantiloide, às vezes delirante, pensa que é incompreendida, estrela da própria peça de drama.

O amor só é sentimental e melodramático no cinema, flor. E, não, ele não vai estar lá para protagonizar ao seu lado e nem aplaudir o seu espetáculo.

Ele é apático. E você é emocionada. Emocionada pra porra. E ser uma mulher emocionada é chato pra caralho.

Sabe, talvez o problema seja você esperar demais desse pateta — que só pela descrição já dá para saber que é um feio — e buscar validação desse lixo. Mulher, vai viver. Baixa o Tinder, vai para uma festa universitária, beija um estrangeiro desconhecido, dá o troco nesse bunda mole.

Só termina, garota. A paranoia vai apenas te devorar por dentro, tornando-a chata, impulsiva e com atitudes que vão, de fato, te levar à cornitude.

Antes de entrar em um relacionamento, cresça como pessoa. As coisas não vão mudar. Nunca mudam.

P.S: Sem ofensas. Um bom doutor do amor não machuca seus pacientes (a não ser que eles peçam)".

Atenciosamente, Dr. Love - Diagnosticador dos diferentes tipos de apaixonados.

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A pouco responsável Yunjin deixou o dia anterior à data-limite para aprontar tudo de uma vez. Ou seja, passou uma boa hora na frente do computador, tendo que correr com aquele trabalho de redação e escrevendo diversos rascunhos para o texto corrido da coluna e a interação com o leitor. Terminou tudo antes do relógio bater o horário de almoço, exibindo os blocos de textos digitais para Sakura Miyawaki, a editora-executiva que se disponibilizou para guiar a colunista.

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