No meio da aurora, os dois amantes — Kazuha e o namorado — despertaram com a luminosidade do amanhecer colorindo as pálpebras duras e sonolentas. Aninhados, ela conseguia senti-lo sorrindo na lateral de seu pescoço. E, sem perceber, envolta no doce carinho, retribuía a expressão abobada.
Para esses dois, aquele Dia dos Namorados parecia diferente; mágico. Seu namorado, um jovem completamente emocionado, sentia como se o sol brilhasse com mais intensidade que o comum. Era quente, porém confortável, como suas próprias bochechas coradas e o restante de sua pele envolvida pelo lençol amarrotado, a fina camada do próprio suor e o abraço da amante por cima. Kazuha, concha maior e não tão ligada em fenômenos meteorológicos, poderia apenas perceber um perfume de afeto pairando no ar.
— Feliz Dia dos Namorados, Kazuha — disse o namorado, abrindo os olhos devagar. Apesar da rouquidão, tudo o que dizia era jovial e ingênuo.
— Oh, amor... — Os lábios de Kazuha são capturados por um selinho dele. Ela não moveu um único músculo além da boca, estava completamente confortável. — Você é um doce.
As unhas da mão direita de Kazuha fazem uma lenta dança pela região peitoral de seu namorado. Ela o vê inspirando profundo, se lembrando dos feitos que fizeram de noite, e dizendo:
— Estar com você foi o melhor presente que poderia receber hoje. Eu quero você. Eu quero mais de você.
Em que falava aquilo, Kazuha apalpava os peitos alheios para sentir o quão forte poderia bater aquele grande coração. Mordeu seus lábios, provocando a excitação que já voltava a bater tão forte quanto o coração de seu namorado.
— Sou o seu presente, amor. — Kazuha disse. — Sou toda sua.
Kazuha viu uma reflexão púrpura matizando as curvaturas do namorado, enchendo-a de inspiração e expectativas. Ele segurou sua cintura, onde tocava com delicadeza e provocação. Ela murmurou seu nome como poesia, implorando pelo seu nome. A manhã sendo testemunha daquele amor.
E Yunjin, que estava na cama de solteiro do outro lado do quartinho, também.
— A sinfonia noturna de vocês dois foi maravilhosa, viu? Ela possui uma técnica lírica-soprano realmente encantadora. Ele precisa melhorar a parte da percussão — comentou Yunjin, encarando-os com uma expressão entediada.
Mas Kazuha é sem vergonha e somente compartilhou um sorriso irônico para a sua colega de quarto (literalmente).
— Awwww! Você é tão gentil em compartilhar a sua opinião sobre nossa orquestra. Foi um show exclusivo para você. — Kazuha rebateu com convicção, mas Yunjin não tinha energia nem para fingir que começaria a vomitar.
Para ela, aquela segunda-feira era mundana, infeliz e pura chatice. Assim como o namorado de Kazuha, Yunjin também sentiu o sol brilhando mais forte. Isso não lhe fez perceber um clima confortável, mas sim a raiva antecipada por um calor de rachar e pelas pessoas fedendo no transporte público. Além dos amantes desafinados, mosquitos também lhe encheram os ouvidos e assediaram. E lembra do perfume pairando no ar? Para Yunjin, aquilo estava mais para fragrância de bunda molhada.
— Bom dia, Yunjin! — O namorado de Kazuha levantou o braço para acenar, exibindo o mamilo rosado que a Huh já estava tão cansada de ver. — Você viu o quão incrível foi? A Kazuha é tão, tão...
— Eu vi, cara. Vi até demais. — Yunjin interrompeu e se arrastou para fora de sua cama. — Caralho, Zuha! Toda semana é esse circo. Poxa vida, você sabia que eu tinha compromisso hoje.
Se encarou no espelho da porta do armário e viu-se completamente caótica. Seu cabelo estava completamente desalinhado, em pé até, e seu rosto estava preenchido por duas profundas olheiras avermelhadas. Se Kazuha armava o circo, Yunjin era, definitivamente, a palhaça. Estava uma bagunça visual e não aparentava ânimo para vestir-se melhor, pois nem terninho nem tailleur ajudariam a valorizar aquele semblante de maluca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dr. Love! | Purinz
FanfictionHuh Yunjin é uma jornalista talentosa, mas com uma honestidade difícil. A vida inteira se dedicou ao trabalho e não tem interesse em relacionamentos amorosos. No entanto, sua vida profissional muda drasticamente quando a editora-chefe da revista que...