Dr. Love! | Purinz

Dr. Love! | 3. Manual de etiqueta à trois

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Pergunta: "Caro Dr. Love, preciso da sua ajuda para saber se estou com um futuro problema ou com uma bênção a me esperar.

Para começar, eu preciso te apresentar minha incrível namorada. Pense na pessoa mais atenciosa, fofa e inteligente que puder. Pegou a ideia? Bom. Agora, soma ao fato de que ela é insanamente safada. Ela não tem frescura e realiza todos os meus desejos na cama, e eu os dela. Foi ela inclusive que sugeriu que fôssemos mais abertos no relacionamento.

Agora, preciso te apresentar a minha colega do serviço que é um pedacinho de mau caminho. Ela me deixa completamente louco com sua personalidade baladeira, do tipo que sempre está topando uns rolês diferenciados.

Eu, ela e minha namorada estávamos pensando em curtir em uma casa de swing. Só que essa seria minha primeira vez em um lugar desses e eu não sei nem se tem regras lá. Dito isso, como levar as garotas para "jantar" e não tornar o ménage à trois em um campo de guerra?".

Atenciosamente, o leitor ansioso.

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— Kazuha, eu preciso da sua ajuda! — exclamava Yunjin, indo até a porta do banheiro com o celular em mãos, pois Kazuha estava lá dentro. — Por favor! Por favor! Por favor!

— Tô cagando agora — respondeu Kazuha, do outro lado. — E não adianta vir me apressar. O buraco mais embaixo não funciona sob pressão.

— Kazuha Nakamura! — bufou em alto volume. — Preciso de dicas para um ménage à trois!

O que se seguiu foi, por um triz, silencioso e urgente. Conseguiu escutar Kazuha fechando a tampa da privada com tudo, dando a descarga, puxando um pedaço do rolo de papel higiênico na pressa, jogando este mesmo pedaço no lixo metálico, esfregando brutalmente as mãos com água e sabão e, por fim, respondendo Yunjin:

— Por quê? — Kazuha abriu a porta com pressa, uma das sobrancelhas arqueadas.

— Me pediram. — Yunjin fez um bico, entre o manhoso e o brincalhão. — Vamos lá, Zuha, me fala tudo o que você sabe sobre ménages à trois, à quatre, à cinq, ao cubo, ao quadrado. Tudo.

Porém, sua colega de quarto não emitiu nada senão um suspiro decepcionado.

— Ah, eu... eu infelizmente nunca fiz um ménage à trois na minha vida.

— Como é que é? Tá mentindo! — Yunjin, por sua vez, precisou rir daquele absurdo. — Você é Kazuha Nakamura, você tem uns sete ficantes fixos, mulher!

— Namorados, Yunjin. A parada é mais séria do que você pensa. São os quatro namorados e as três namoradas, todos oficiais. E eles são... — Kazuha precisou engolir a respiração funda, murmurando aquilo que era a pior parte para ela: — ...terrivelmente monogâmicos. Não iriam encarar bem.

— Que bobeira, né? — Abraçou a colega de quarto pela lateral do corpo. — Lá em Nova Iorque, as pessoas são todas moderninhas. E ouvi dizer que lá na Europa, por exemplo, as pessoas são tão chiques que nem reconhecem o termo "corno" no dicionário deles.

Kazuha suspirou, dando singelos tapinhas no braço de Yunjin.

— É uma pena que as pessoas deste país sejam tão conservadoras com essas coisas... — Kazuha se calou, mas seu silêncio contemplativo durou menos do que um segundo: — Ei, eu acabei de pensar em uma solução ótima para nós. — Sorriu com os dentes, deixando Yunjin ainda mais desconfiada.

— Tenho medo das suas soluções, de verdade.

— Vai em uma casa de swing, que tal essa?

Kazuha começou a repetidamente cutucar o braço exposto de Yunjin, pedindo validação da ideia. A racional Yunjin precisava apertar as próprias têmporas para não lançar uma versão exagerada do próprio cinismo para cima dela.