Capítulo 9 - " Trust...? "

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"Porchay"

Demorou um pouco até que eu sentisse que Kim finalmente relaxou e voltou a dormir. A verdade é que, desde o pesadelo dele, não consegui mais pegar no sono. Aquilo me deixou apavorado, ver como algo mexeu tanto com ele, ele estava em pânico, e eu tive que me controlar para não entrar em pânico também.

Me afastei devagar, cuidando para não acordá-lo, e me apoiei na cama para olhá-lo melhor. Ele parecia tranquilo agora, provavelmente demoraria para acordar, sabia o quanto Kim deveria estar cansado. Ele não acordaria tão cedo.

Levantei-me lentamente, com receio de despertá-lo. Fui até a escrivaninha onde meu celular estava carregando. Agradeci mentalmente a Porsche que, antes de Kim voltar, me trouxe o carregador. Claro, ele não foi embora antes de notar que havia apenas uma cama e questionar isso, mas quando o convenci de que não era nada demais, ele se foi. Talvez não totalmente convencido, mas sabendo que não poderia discutir comigo sobre isso.

Meu celular não estava totalmente carregado, apenas 30%, mas pelo menos vi que ainda eram cinco para as onze. Olhei de volta para Kim, pedindo desculpas mentalmente antes de sair do quarto.

No corredor, não havia ninguém circulando. Talvez porque aqui só tivesse o quarto de Kim e alguns alojamentos, que eu acreditava nem todos estarem ocupados. Mas por que o quarto de Kim ficava aqui? Balancei a cabeça, tentando focar no que eu iria fazer. Não seria fácil, não conhecia o local e podia me perder, mas decidi arriscar.

Caminhando pelo corredor, tentei refazer o caminho que Kim e Tankhun fizeram mais cedo. Eu precisava esclarecer algumas coisas.

Devo ter andado bastante e quase desistindo, até que avistei alguns seguranças. Aproximei-me deles rapidamente. Um deles até me parecia familiar, apesar de não lembrar seu nome.

Chay — Oi, desculpe, mas vocês podem me dizer onde fica o escritório do Sr. Korn? Ou onde posso encontrá-lo? — Eles pareciam hesitar, o segurança que eu reconhecia pareceu pensar antes de responder.

G. Costa(1) — Não tenho certeza se ele irá recebê-lo. Qual é o motivo da visita? — Precisava de uma boa desculpa.

Chay — Preciso falar sobre Kim, vocês podem avisá-lo? Ou apenas me dizer onde encontrá-lo — Sorri o mais amigável possível, mas mencionar Kim pareceu ter algum efeito.

Um deles sussurrou algo para o outro e saiu andando à frente.

G. Costa(2) — Muito bem, me siga, vamos ver se você pode entrar — Ele se virou e eu o segui sem hesitar.

O caminho parecia estranhamente frio, ou talvez fosse o incômodo que sentia na barriga, me dando vontade de correr para longe dali. Algo me dizia que o que eu planejava era uma loucura; não tinha respostas.

Foi um longo caminho, pelo menos para mim. Mas logo chegamos a uma porta mais elegante, que julguei ser onde o pai de Kim estaria. Paramos em frente a ela e quase imediatamente o segurança que havia saído antes surgiu da sala.

G. Costa(1) — Ele pediu para que o garoto entre — Foi mais fácil do que pensei, eles abriram caminho para mim.

Respirei fundo e entrei na sala. Foi estranho como me senti entrando em um lugar frio, um arrepio percorreu meu corpo, como se pressentisse algo ruim ali. Kim ficaria furioso se soubesse que eu estava aqui.

Korn, que até então parecia ocupado organizando alguns livros em sua estante, virou-se para mim com um sorriso que poderia ser gentil, mas que só me causou mais calafrios.

Korn — Porchay, que surpresa vê-lo aqui! — Ele falou com entusiasmo, mas isso não me agradou.

Chay — Precisava conversar com o senhor... — Era estranho como sua presença me trazia uma sensação ruim, como se algo me avisasse para sair dali.

Redemption: Last ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora