Capítulo 7 - " Keep close "

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"Porchay"

Apesar de ainda me manter ansioso ao sair do hospital, acabei adormecendo novamente, aconchegado a Kim, com quem fiz questão de ir no mesmo carro, apesar da desaprovação do meu irmão. Tankhun, que também iria conosco, não deixou espaço para discussão. Porsche quis nos acompanhar, mas Kinn o convenceu a ir em outro veículo devido à limitação de espaço. Assim, apenas eu, Kim e Tankhun compartilhamos o mesmo carro.

Isso, sinceramente, me agradou. Senti-me mais à vontade sem a presença do meu irmão, que, apesar de suas boas intenções, teria feito várias perguntas e mantido seus olhos atentos sobre mim, o que seria desconfortável.

Independente do meu estado, adormeci assim que iniciamos o trajeto. Era reconfortante sentir a proximidade de Kim, cuja mão ainda segurava. Não sabia se isso o incomodava, mas não conseguia soltar; era como se houvesse um medo que eu fingia ignorar, mas que sabia estar presente, sutil, porém devastador.

Senti-me leve, e em breve, foi como se assistisse a um filme de terror:

"Era a casa onde cresci com Porsche, mas ele não estava lá. O jardim, apesar de belo, parecia vazio e caminhar ali era torturante. Sozinho, assustei-me com um disparo. Pequeno na época, não era ingênuo e, hoje, compreendo o que ocorreu com nossos pais. Um medo intenso percorreu meu ser, um gosto amargo invadiu minha boca e senti as pernas tremerem. Receava o que encontraria ao seguir o som.

Com coragem, decidi entrar. Os passos, talvez os mais lentos da minha vida, ou talvez fosse o medo distorcendo minha percepção, nada fazia sentido. Mas nada me preparou para o que vi: Kim, inerte, e seu pai com a arma em mãos. Tudo parou, respirar tornou-se difícil. As lágrimas invisíveis, os soluços presos na garganta, a dor insuportável. Corri até Kim, abraçando-o com todas as minhas forças, indiferente aos gritos que emergiam de mim. Meu rosto finalmente se molhou com lágrimas que caíam sobre ele.

Tentei confrontar Korn, mas estava paralisado. A última coisa que ouvi foi sua voz acusatória.

Korn — Isso foi sua culpa, ele te escolheu, então, não pude fazer nada.

Não me importei, apenas segurei o corpo sem vida, implorando por seu retorno, minha garganta doía, mas Kim não voltaria."

Despertei assustado, tremendo e apertando a mão de Kim, que havia cochilado, mas acordou com meu sobressalto. O pânico era palpável, a imagem de Kim sem vida assombrava minha mente.

Kim — Tudo bem? — Ele se ajustou para me encarar, mas eu evitava seu olhar, temendo chorar por um sonho que parecia tão real.

Tankhun dormia ao nosso lado, exausto. Agradeci por sua tranquilidade, pois ele faria muitas perguntas se estivesse acordado.

Kim — Eii Porchay, o que aconteceu? — Sua preocupação era evidente, e após respirar fundo, encarei-o.

O sonho foi tão vívido que, mesmo acordado, questionava se era apenas um pesadelo ou um presságio.

Chay — Me desculpe... tive um pesadelo... — sussurrei para que apenas ele ouvisse, poupando o motorista dos detalhes — foi horrível, não quero reviver isso...

Kim me abraçou, e eu me agarrei a ele como se minha vida dependesse disso, e de fato, dependia. Se precisar de Kim significa dependência, então ele é a melhor 'droga' que poderia desejar.

Kim — Foi apenas um sonho, nada de ruim acontecerá. Não enquanto eu estiver aqui — Ele sorriu, tentando me confortar.

Não temia por mim, mas por ele, e a dura realidade que poderia enfrentar.

Redemption: Last ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora