Capítulo VII

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⚠️AVISO: O conteúdo a seguir pode conter assuntos que cause gatilho para alguns leitores, prossiga por sua conta e risco.⚠️

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Depois de ouvir tudo o que Damian tinha para me dizer, eu sentia uma enorme vontade de aceitar suas propostas ao mesmo tempo que simplesmente queria tirá-lo de minha vida novamente. Damian não era alguém que eu queria por perto, eu queria mantê-lo longe e eu tentei o meu máximo mas de uma maneira ou outra, ele sempre acabava voltando para minha vida quando eu menos esperava.
Fiquei deitada em minha cama com o olhar fixo em meu teto, só de pensar que ainda teria que ajudar Anesha e Mallory a preparem a festa para o fim de semana, eu fui contra a ideia dessa festa mas quando Mal me pediu eu não consegui recusar, ele sempre sabe exatamente como me fazer aceitar qualquer ideia consideravelmente absurda que eles tenham.

- Maerik? - Ouvi a voz de minha mãe me chamar enquanto ela abria a porta devagar mas nem ao menos me movi para olhar para ela ou para respondê-la - Seu pai e eu estamos lhe esperando para jantar. - Ela disse assim que já estava dentro de meu quarto olhando tudo ao redor com completo julgamento.

- Não estou com fome - Virei meu rosto em direção a ela. - Já comi na casa do Rutherfield's. - Minha voz mostrava completa indiferença em relação a sua presença.

- Eu e seu pai estamos em casa, tem como pelo menos mostrar um interesse sobre isso? - Revirei os olhos e voltei a fixar meu olhar no teto de meu quarto.

- Para que? Para vocês dois agirem como uma família feliz e depois ir para mais uma viagem e nem sequer ao menos me dizer para onde estão indo? Ou melhor, para dizer a todos os grandes empresários e pessoas de extrema importância que nossa família é perfeitamente tradicional, quando na verdade você e meu pai nem ao menos dormem no mesmo quarto e só se mantém casados para manter uma imagem que nem ao menos é real, sem contar o fato de enquanto meu pai sai com outras mulheres, você enche a cara e trás homens para dentro da nossa casa desde que eu era pequena, sem nem ao menos se preocupar em como eu iria me sentir. - O silêncio permaneceu naquele cômodo, ela sabia que eu estava certa, meus pais não passam de atores que só ligam para a imagem deles na sociedade da elite.

- Mantemos nosso casamento para não sujar a sua imagem no colégio... - Eu a interrompi.

- Do que adianta manter a minha imagem no colégio, sendo que vocês nem ao menos sabem que meu relacionamento com Apolo acabou, também não sabem que fui abusada depois de ele me embebedar e me pressionar para ter algum tipo de relação sexual com ele, no fim traída por ele, o cara que vocês me obrigaram a namorar para ter mais um nome importante para a elite. - Eu disse enquanto me levantava e caminhava até ela para olhar em seus olhos. - Do que me importa uma imagem de merda na elite, se meus pais não se importaram comigo nem quando eu estava morrendo no hospital e preferiram apenas mandar uma empregada para saber notícias sobre mim pois não foram pro hospital pois não queriam que ninguém os visse entrando no hospital após sua filha tentar suicídio, novamente, para não sujar a imagem de merda que eles mantém. - Cheguei perto do rosto da mesma a olhando nos olhos. - Que tipo de família de merda é essa? Eu preferia ter conseguido me matar, do que ter que continuar viva sem nem ao menos ter o amor e a proteção das pessoas que mais deveriam dar isso para mim. - Eu sai de meu quarto a deixando para trás.
Peguei meu celular e procurei o número de Damian, no final das contas, eu precisava de alguém e só consegui pensar nele naquele momento.

- Achei que iria demorar mais para me ligar. - Ouvi a voz de Damian surgir atrás de mim.

- Na realidade, eu achei que nem ligar para você eu fosse, não é da minha índole. - Eu disse dando um último gole no martíni que havia pedido.

- Quem vê você com todas essa barreiras, nem ao menos imagina o quão mansa você consegue ser, minha princesa. - O mesmo pede dois copos de Whisky para nós dois.

- Por qual razão você insiste em voltar tanto em um passado que teve um fim? - O encaro, as luzes azuladas dessa parte da boate o deixavam tão atraente.

- Se realmente teve um fim, por que então você chamou a mim e não seus amigos? - Sua voz soou de modo convencido e talvez ele não estivesse tão errado. - Sou o único que faz você confiar e por mais que tudo que já aconteceu entre a gente, sou o único que faz você se sentir segura. - Ele deu um gole assim que o Barman entregou nossas bebidas.
Eu estava sem palavras pois ele não estava errado, eu me sentia segura com ele, eu sempre me senti segura, ele era meu porto, fazia eu me sentir viva desde a primeira vez que o abracei, maldito garoto problema.

- Seus pais de novo? - Ele fez meus pensamentos serem interrompidos, fazendo eu lembrar a razão de estar ali, bebendo novamente para esquecer as coisas. Acenti com a cabeça. - Seus pais ainda vão matar você se você deixar. Eles sempre foram assim, por isso sempre os odiei e eles retribuiam esse sentimento pois sabiam que eu mostrava pra você que eles estavam fodendo a sua sanidade, não é atoa que sempre tentaram me afastar de você. - Pois é, ele não estava errado, de novo.
Damian sempre me ajudou em relação aos meus problemas familiares, ele odiava o modo que meus pais falavam comigo ou me machucavam de algum modo, lembro até hoje quando Damian soube sobre o ocorrido com a empregada indo me visitar no hospital, ele mesmo a retirou de lá, dizendo para ela passar o recado pros meus pais de que se eles mesmos não fossem lá era melhor eles não mandarem ninguém, pois ele não deixaria empregados entrarem no meu quarto de hospital. Ele passou noite ao meu lado, eu fiquei sabendo isso após ter recebido alta, Lavinia me contou que ele nem ao menos dormia pois cuidava de mim durante todo o coma.

Ardente VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora