Ardente Vingança

Capítulo XVI

~Damian Pov~

Quando eu já não ouvi mais a voz de Maerik, não pensei duas vezes antes de sair e dirigir o mais rápido até a casa dela mas quando cheguei lá fui surpreendido com o carro da ambulância em frente a sua casa enquanto sua mãe entrava na parte de trás da ambulância, ela me viu antes de fecharem a porta e irem para a parte da frente, assim, indo em direção ao hospital mais próximo.
Eu segui a ambulância e quando vi a maca com Maerik encima saindo de dentro, desci da moto e caminhei para dentro do hospital, esperei um tempo até ver a mãe de Maerik de longe, ela provavelmente iria odiar minha presença mas eu não me importava, eu não dava a mínima para ela, o que realmente me importava era a filha dela.

- Você não devia ter vindo. - Ela me encarou com completo desdém.

- Acho que se fossemos falar de quem não deveria estar aqui, esse alguém seria a senhora, isso poderá sujar sua imagem não é? - Eu retribui o desdém da mesma e sentei em uma das cadeiras que haviam no corredor do hospital.

- Minha filha está desse jeito por sua culpa, você não notou ainda que faz mal para ela? É uma péssima companhia, deveria deixá-la em paz! - Ela parou em minha frente.
Eu não sei o que me incomodava mais, se era a fala dita pela mesma ou se era a sua voz completamente irritante e alta.

- Serei honesto com você, todos os problemas na vida de Maerik são graças a você, o relacionamento abusivo que ela teve com Apolo, o abuso que ela sofreu quando era mais nova, abuso esse no qual você se calou e a fez ficar calada também... - Ela me interrompe.

- Ela não sofreu abuso nenhum quando era mais nova, eu sempre cuidei bem dela e não faça acusações contra Apolo, ele é um bom garoto. - Revirei meus olhos

- Cuidou? Ou você e seu marido estavam ocupados demais agindo feito crianças e trocando chifres mesmo quando estavam brincando de ser a família perfeita? - Eu me levantei e fiquei rente a ela. - Inclusive, onde está ele? Na verdade, não me diga, ele provavelmente está com as garotas de programa dele.
Antes que ela tivesse a chance de retribuir minha suposição certeira, um médico veio até nós e a interrompeu.

- Vocês são os acompanhantes da senhorita Maerik? - Nós concordamos com a cabeça. - O estado dela não é grave, pelo menos não por agora.

- O que isso significa? - Eu perguntei já impaciente.

- Podemos dizer que ela não tá completamente estável, o que pode ter sido causado por lesões e drogas. - Ele estava lendo a provável ficha de Maerik que estava em sua prancheta, enquanto falava com nós. - Iremos fazer uns exames para termos a total certeza do que pode ter causado essa instabilidade além da própria overdose causada pelos remédios, ela ficará um tempo aqui até descobrirmos tudo após os exames. O responsável dela, por favor me acompanhe. - Ele saiu e antes que eu pudesse acompanhá-lo, a mãe de Maerik acabou indo antes de mim.

Passei horas sentado naquela cadeira, esperando algum retorno, pensando tantas coisas e quando achei que não poderia piorar, ouvi a voz de Apolo perguntando a um dos enfermeiros onde estava Maerik, quem foi que chamou?

- O que você tá fazendo aqui? - Ele fez a pergunta, o que me fez levantar e o encarar.

- Não te devo satisfação alguma mas você sim, o que você tá fazendo aqui? A última coisa que ela iria querer é ver a sua cara.

- Não esqueça que sou próximo da família, então eu posso vim ver como ela está, relaxa não vou fazer nada com sua cadela. - Não consegui conter a raiva que eu estava sentindo e dei um soco em sua cara.

- Sua sorte é que não posso te matar aqui mas se eu fosse você, não iria testar o quanto consigo ser sensato. É próximo da família? Até o pai de Maerik saber que seu pai andou transando com a esposa dele ou melhor, não só seu pai. - O agarrei pela gola da blusa. - Não esquece com quem você está mexendo, eu sei tudo sobre sua vida e sei tudo o que você já fez, tudo isso apenas por uma única razão, você mexeu no que é meu e isso agora vai custar a sua vida, inteira, até o seu último suspiro. Eu vou acabar com você, isso é uma promessa e eu levo promessas a sério! - O joguei no chão.

- Apolo!! - Ouvi o grito da mãe de Maerik surgir a trás de mim junto com o barulho irritante de seu salto vindo em nossa direção.
Ela foi até Apolo e o ajudou a se levantar enquanto me encarava como se eu tivesse cometido o maior pecado ao bater nele.

- Se acalma, eu não vou matar seu precioso brinquedo, pelo menos não aqui e não agora. - Eu me aproximei e a olhei no fundo de seus olhos. - Só o mantenha fora do meu caminho e sugiro que você também se mantenha por fora, senão, eu posso fazer a imagem que você tanto zela se tornar a imagem mais manchada e suja de toda a Elite. - Me afastei e caminhei até o quarto onde Maerik estava, deixando ambos para trás.

Quando entrei no quarto, vi Maerik da mesma maneira que já havia visto, intubada, por mais que não fosse grave no momento, o tanto de remédios que ela havia tomado poderia piorar se caso ela não estivesse da maneira que está agora.

- Você não aprende, não é? - Eu disse me aproximando da cama e me sentando na cadeira que havia do lado. - Eu não deveria ter deixado você voltar pra aquela casa, não deveria ter te deixado sair de perto de mim. - Peguei na mão dela que estava gelada e comecei a fazer carinho. - Mas eu tô aqui e eles não vão chegar perto de você, eu vou acabar com cada um deles e quando você acordar tudo estará resolvido, minha Deusa.

Dei um beijo em sua mão e continuei ali até que Kian e Mallory chegaram.

- Damian? Onde está a senhora... - Kian cutucou Mal antes dele terminar a frase. - Aé, esquece.

- Você tem que ir descansar, parece cansado. - Kian disse e se aproximou de mim.

- Não vou deixar ela, onde está Anesha? - Eu disse sem desviar o meu olhar de Maerik.

- O que tem eu? - Anesha apareceu na porta do quarto. - Acha mesmo que meu irmão iria vim ver a minha melhor amiga sem mim? - Ela cruzou os braços e eu me levantei

- Cuida dela, pelo menos por agora, até eu contratar alguém pra cuidar dela quando eu não estiver. - Ela acentiu com a cabeça.

- Anesha não é a única que vai cuidar de Maerik. - Kian disse enquanto eu caminhava até a porta.

- Sabemos que você odeia que homens cheguem perto dela mas somos os melhores amigos dela, todos nós iremos cuidar. - Olho pra Mal por cima de meu ombro.

- Honestamente, não me importo com qual de vocês irá cuidar contanto que a mãe dela, o pai, Apolo e nem Maya entrem nesse quarto e ela esteja segura. Vou deixar avisado na recepção os nomes das pessoas que não é para vim visitá-la. - Respirei pesado antes de sair. - Quando ela acordar, me liguem e em hipótese nenhuma deixe ela sair ou induzir os médicos a darem alta para ela igual da última vez. - Coloquei meu capuz e sai do quarto indo em direção a recepção para fazer o que eu havia dito, deixar os nomes que não iriam visitá-la.

Eu vou começar a resolver tudo isso.