Capítulo XIII

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Acordei na manhã seguinte com batidas na porta do quarto, olhei para o lado e Damian ainda não havia voltado o que me fez estranhar mas me levantei e caminhei até a porta achando que era ele, pois provavelmente havia esquecido a chave ou algo assim mas me enganei, era a garota da noite anterior.

- Eu te acordei? Desculpa mas precisava falar com você. - Ela parecia procurar algo no quarto por cima de meu ombro. - Aquele cara ? - Eu neguei com a cabeça e antes mesmo que eu cedesse espaço, ela adentrou meu quarto me empurrando um pouco para o lado.
Onde foi que me enfiei?
Ela parecia um pouco perdida nos pensamentos enquanto andava de um lado para o outro no quarto enquanto eu apenas a observava encostada na porta do quarto.

- Você poderia primeiro relaxar, temos tempo o suficiente então não se sinta pressionada. - Ela me olha e solta um suspiro pesado como se estivesse liberando um peso de seus ombros.
A garota se sentou sobre a cama e começou a balançar a perna batendo o pé no chão, seus braços estavam cruzados e seu olhar estava olhando para qualquer canto menos para mim, sua linguagem corporal mostrava que ela estava aflita e a mesma aparentava estar criando barreiras entre nós duas.

- Eu não sei se devo realmente confiar em você e se vocês forem iguais a ele? - Ela disse com a respiração ofegante enquanto eu caminhava até a cozinha e prepara um copo de chá de camomila para a mesma.

- Se fossemos iguais a ele teríamos deixado você naquela boate, sendo assediada por um velho nojento que claramente estava te drogando e depois iria levar você para sabe-se lá onde, sem nem ao menos ter se importado com o fato de você parecer menor de idade. - Eu entreguei o chá para a mesma e a encarei. - E se realmente fosse um sequestro para algo ruim, acha mesmo que pagariamos um quarto de hotel só pra você em um hotel tão caro? Isso seria burrice e perca de dinheiro atoa. - Sua expressão mostrava que a mesma sabia que eu estava certa e que concordava comigo porém que ainda estava receosa.

- Certo... Então vocês podem me ajudar. - Finalmente ela conseguiu olhar em meus olhos.

- Sim mas se quer ajuda terá que nos ajudar também. - Sentei ao lado da mesma.

- Eu ajudo, faço o que for preciso. - As barreiras estavam começando a cair. - Ele matou o meu pai e está mantendo a minha mãe em cativeiro, minha irmã mais velha e eu fomos tiradas dela quando eu ainda era neném, ele engravidou a minha mãe mas não dá a mínima pra isso, ele nem sequer se importa em como ela está sendo tratada e nem sequer temos notícias dela pois ele não deixa nós vermos ela mesmo que sabemos onde ela está. - Ela toma um gole do chá e o deixa sobre a cômoda que havia ao lado da cama, ela se levanta e retira a blusa deixando marcas a mostra. - Ele e os empregados dele fazem isso comigo e com minha irmã quando fazemos ou falamos algo que ele não aprova, quando nos recusamos a agir do modo que ele acha certo. Minha irmã se apaixonou pelo filho dele mas ele a usou, engravidou ela e a fez perder a criança. - Eu a interrompi.

- Apolo? - Eu perguntei já sabendo a resposta. - Quando foi isso?

- Isso, Apolo! Faz uns cinco meses ou quatro meses, ele bateu nela até que ela sofreu o aborto, ele dizia que a culpa de ter engravidado era dela e que ele tinha avisado que era pra ela se cuidar pois ele não queria um filho vindo de alguém como ela. - Meu coração estava acelerado, essa situação só fez com que meu ódio aumentasse cada vez mais.

- E então, precisa da nossa ajuda em que? - Esperei ela terminar o chá para que me desse a resposta.

- Quero que me ajudem a salvar a minha mãe e que tirem minha irmã de lá, se fizerem isso eu os ajudarei no que for preciso. - Eu acenti com a cabeça.

- Não posso dar a confirmação por inteiro pois não estou sozinha e não te tirei de lá sozinha, esperaremos Damian chegar e então vemos o que poderá ser feito, pode ser? - Eu dei um sorriso amigável para deixá-la aliviada e não levantar novamente as barreiras.

- Eu entendo então não tem problema. - Ela se deitou sobre a cama. - Tem problema eu esperar ele aqui? Não quero ficar sozinha naquele quarto enorme.

- Não tem problema não, irei pedir um café da manhã pra gente o que acha? - Caminhei até o interfone do quarto e digitei o número da recepção.

- Pode ser, estou com fome já que acabei de acordar. - Sua voz não era mais acelerada, ela estava calma e amigável, enquanto sua respiração parecia estar se acalmando aos poucos.

Ardente VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora