Capítulo I

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⚠️AVISO: O conteúdo a seguir pode conter assuntos que cause gatilho para alguns leitores, prossiga por sua conta e risco.⚠️

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Eu estou chorando e sei que isso nem ao menos é tristeza, estou com tanto ódio que se visse eles na minha frente novamente eu acho que os mataria sem piedade da forma mais brutal possível. Beber em um bar para tentar esquecer tudo o que aconteceu, uma típica ceninha clichê e estúpida, como deixei tudo isso acontecer? Eu sei que o problema não sou eu e sim o fato de Apolo ser um sanguessuga mal caráter, idêntico ao merda do pai dele que nem ao menos lembra da existência de Apolo já que o mesmo viajou para o exterior.
Eu queria esquecer cada segundo que passei naquela casa, cada minuto que se transformou em um inferno, justamente em um dia que era pra ser um dos melhores, por que ainda me surpreende algo desse jeito vindo de Apolo? Acho que o que me surpreende mais é as atitudes de Maya, aquela vaca é a definição de Judas!

- Olha, eu esperaria te encontrar em qualquer canto mas jamais esperaria que encontraria você em um bar como este, pequena Maerik. - E agora era só o que me faltava, entre tantas pessoas no mundo eu tinha que estar no mesmo lugar que esse desgraçado? - O que te trouxe aqui? - Achei que se ficasse calada ele sairia dali mas vi que meu silêncio seria em vão.

- Damian, eu prefiro ver o diabo em pessoa do que ter sua presença ao meu lado, se não for pedir muito, vai embora daqui. - Estranhamente ele fez o que pedi, sem brigas e sem gracinhas, o que ele tá aprontando agora? Sinceramente prefiro nem saber, algo vindo dele é honestamente o pior de se esperar.
Prossegui por algum tempo ali, sentada em uma das cadeiras que havia no balcão, pedindo mais e mais bebidas até que eu sentisse a tontura aparecer e meu corpo esquentar o suficiente para que eu tirasse minha jaqueta, na cabeça de meus pais eu estou em casa enquanto eles viajam mais uma vez, acho que se eles soubessem onde realmente estou e qual a razão de eu estar assim, eles me matariam ou teria mais uma cansativa briga familiar.

Pov Damian.

Me pergunto a razão de ter encontrado Maerik aqui, pelo o que me lembro ela não gosta de beber em público provavelmente por conta de seus pais serem muito preocupados com o que irão pensar deles se por um acaso verem a filha deles bêbada em público, sempre achei isso tão estúpido mas não tenho o que julgar quando o assunto é família. Ela estava ali por horas desde que cheguei, já se passava da meia-noite e ela prosseguia ali sentada, bebendo diversas bebidas enquanto eu a olhava de longe para me certificar de que estaria tudo bem.
Eu não me lembro como mas Maerik começou a me odiar depois que começou a namorar Apolo, inclusive a mesma me fez ficar afastado de ambos dizendo que eu não era uma boa companhia para o namorado dela que um dia já fui próximo o suficiente ao ponto de saber os segredos mais profundos dele, pensando por agora, por que Apolo não estava com ela? Ele sempre dizia que ela não deveria andar sozinha já que ela era a garota dele e que ele não queria a namorada dele agindo feito uma qualquer.
Sem que eu notasse um cara se aproximou de Maerik e em um piscar de olhos ele já estava a levando para algum lugar, sei que eu não deveria mas sabia como isso poderia acabar e sem pensar duas vezes me levantei rápido e caminhei até aquele cara e Maerik.

- Solta ela, ela comigo. - Eu disse em um tom de voz sério, torcendo para que Maerik ficasse quieta sem se intrometer mas do modo que ela estava, isso foi difícil de acontecer.

- Eu não com ele não, nem ao menos conhece esse cara... - Sua voz trêmula foi o suficiente para eu notar o quão bêbada ela estava e me sentir culpado por ter saído do lado dela aquela hora, Maerik estava sendo carregada por ele, não tinha forças nem ao menos para apoiar seu pé no chão.
Eu não esperei que o cara dissesse nada e apenas a puxei para perto de mim, seu coração batia forte e ela estava fedendo a álcool puro, eu a coloquei por cima de meu ombro e sai do local sentindo a mesma se debater.

- Me põe no chão, isso é sequestro você sabia? - Quanto mais ela gritava e se debatia, mais pessoas olhavam pra gente mas eu tinha certeza que ninguém ali faria nada já que me conheciam e a maioria ali tem um certo medo de fazer qualquer coisa contra mim e ter sua vida exposta.

- Você tá me estressando, cala a merda da boca antes que eu te jogue no chão de qualquer jeito! - Eu disse em um tom de voz alto e pude senti-la se encolher em meu ombro mas fingi não perceber seu ato, apenas abri a porta traseira de meu carro e a coloquei com cuidado no banco de trás, caminhei até o lado da porta do motorista e adentrei logo dando partida no carro seguindo o caminho até minha casa.
Assim que chegamos, retirei-a do carro já que a mesma ainda estava com dificuldade de andar por conta da bebida, deixei ela apoiada sobre meus ombros e a carreguei até entrarmos em minha casa, onde a coloquei sentada sobre meu sofá e fui procurar roupas limpas e quentes pra ela usar, eu não tinha intenção de troca-la, ela teria que se trocar sozinha. Voltei para a sala com um conjunto de moletom em mãos e entreguei a ela.

- Se veste enquanto vou pegar um remédio de ressaca e fazer alguma coisa pra você comer. - Dei as costas pra ela e fui em direção a cozinha para preparar algo pra ela comer, pelo o que me lembre ela gosta de hambúrguer, então foi isso que comecei a preparar.

Preparei o hambúrguer e peguei o remédio para a ressaca de Maerik, fui até a sala e pro meu alívio ela estava trocada e esteva bem. Entreguei o que tinha preparado para ela comer junto com o remédio e algo pra beber, pude vê-la dar um pequeno sorriso sem mostrar os dentes.

- Era isso que ele devia ter feito em todo esse tempo... - Ela sussurrou mas eu pude ouvi-la, sentei ao seu lado observando sua atitude pra saber se ela me queria por perto.

- Ele quem? Seu pai? Apolo? - Seu semblante pareceu ficar triste quando citei o nome de Apolo, agora tudo fazia sentido.

- Apolo. Ele me traiu, mesmo depois de todos os abusos que aguentei, todos os ataques de raiva dele, depois de eu me dopar tanto pra aguentar tudo calada, depois de eu ter ignorado tudo por ele, ignorado minha família, meus traumas, tudo. Ele e Maya, eu confiava nele e eles me traíram, onde eu errei? Fiz de tudo para mantê-los perto, tomei todos os remédios que me receitavam por conta do diagnóstico pra não afastá-los de mim. Fiquei calada por tanto tempo sobre os abusos físicos e psicológicos de Apolo, sem perder as estribeiras para não machuca-lo. - Eu a ouvia atentamente, vendo que a cada palavra sua tristeza sumia e se tornava raiva. - Quantas vezes não planejei mata-lo da forma mais brutal para conseguir me livrar de tudo o que ele fazia eu passar, mas não fiz, continuei tendo-o do meu lado, vivo. - Seu olhar que antes havia lágrimas agora estava repleto de ódio, como se um monstro tivesse se soltado da jaula.

- Abusos? O que quis dizer com isso? - Eu tinha uma certa noção do que Apolo fazia mas queria ter certeza, eu acabaria com ele se soubesse que ele machucou Maerik fisicamente.

- Todas as brigas com o pai dele era em mim que ele descontava, como se eu fosse culpada do merdinha do pai dele ser um infiel com problemas com drogas, além de tudo, um merda que rouba a própria empresa. Ele me pedia desculpas e falava que não iria se repetir novamente, fui tão estúpida de acreditar nisso, a verdade é que me forcei a acreditar em suas mentiras. Ele aproveitava que meus pais vivem viajando e nunca estão presentes, pra fazer o que queria comigo, abusos físicos, psicológico e até mesmo me forçar a... - Não podia ouvir mas nenhuma sequer palavra, saber de tudo aquilo me deu tanto ódio que fez eu interrompe-la.

- Não pense nisso por agora, coma o hambúrguer e beba o remédio, assim que acabar te levo pro quarto para que você possa dormir. - A mesma apenas assentiu com a cabeça e começou a comer o hambúrguer que eu preparei.
Maldito Apolo, acho que não havia entendido meu recado da última vez, aquele bostinha, machucou Maerik mesmo depois do meu avisos, eu deveria ter matado-o quando tive a chance.

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