Capítulo II

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Maldita dor de cabeça, não me lembro nem metade do que aconteceu depois daquela última bebida, qual era o nome mesmo? Enfim isso não é importante. Eu me levantei e pude notar, aquele não era meu quarto, onde caralhos eu estou? Como vim parar nesse lugar? Eu me levantei daquela enorme cama e procurei minhas roupas, que eu nem ao menos sabia onde estava.
Desci as escadas e me vi perdida, até porque eu nem ao menos sabia onde estava então como esperava achar minhas roupas? Ou melhor, o que será que fizeram comigo? Maldita bebedeira. Comecei a caminhar pela casa até que cheguei em uma bela cozinha e ouvi barulho de talheres.

- Acordou Maerik? - Esse maldito me sequestrou? O que ele foi capaz de fazer comigo? - Está com fome? Espero que não esteja com dor de cabeça já que te dei o remédio ontem.

- O que fez comigo? Por que me trouxe aqui Damian? - Eu disse o encarando.

- Ainda tem esse pensamento de que sou tão ruim minha Deusa? Mesmo depois do que já passamos... - O interrompo ao tacar uma faca que passa perto de seu rosto fazendo um pequeno corte em sua bochecha - Ainda é boa de mira, ein?

- Me poupe de suas graças Damian, onde está minhas roupas? Eu quero-as de volta! - Peguei mais uma das facas que havia sobre a mesa e caminhei até ele colocando a ponta da faca abaixo de seu queixo - Devolva, agora! - Pressiono levemente a ponta da faca.

- Recolhe as garras gatinha! Eu não fiz nada contra você, nem ao menos tentei se for esse seu pensamento, você trocou de roupa por conta própria e desabafou comigo por conta própria também. - Ele agarrou minha mão que estava com a faca e a levantou juntamente com a minha outra mão, assim, me prensando contra a parede. - Eu já lhe disse que não farei nada a não ser que me peça novamente, sua estúpida! Agora me diga, por que caralhos você não me contou antes tudo o que aquele desgraçado fez com você? Por que me escondeu isso durante tanto tempo?! - Seu tom de voz havia aumentado, sua raiva estava nítida tanto em seu tom de voz quanto na sua expressão facial e força que apertava meus pulsos.

- Eu não devo satisfações pra você Damian e você sabe muito bem disso, a minha antiga relação com Apolo era algo entre eu e ele, não pense que você tem envolvimento com nada disso... - Senti a respiração de Damian ficar pesada e mais próxima de mim.

- Entenda que eu tenho envolvimento sim Maerik, você é minha Deusa, minha religião e eu prometi a mim mesmo desde a primeira vez que te vi que aquele que fizesse mal a você, teria declarado a guerra mais infernal contra mim e eu só pararia se ele estivesse morto! - Suas palavras não significavam nada para mim, ele não significava nada pra mim, pelo menos era o que eu fazia parecer e não queria mostrar nada ao contrário disso.

- Eu não ligo o que sou pra você e muito menos o que prometeu pra si mesmo, já disse que não dou a mínima e pretendo continuar assim. Você não significa nada pra mim! - Consegui soltar meus pulsos de sua mão esquerda e o empurrei. - Não encoste em mim se eu não lhe der permissão Damian! Se encostar em mim, eu arranco cada dedo de suas mãos, um por um. Já que não vai me devolver minhas roupas, eu irei embora com as suas. - Ajeitei a blusa que estava vestida e caminhei para fora da cozinha indo diretamente para a saída.
Damian me irrita, me irrita o modo que ele deixa meu corpo e minha mente, isso é tão irritante. Eu sabia que ele não desistiria de se manter perto de mim, foi assim por anos e ele nunca desistiu, por que desistiria agora? Sinceramente, minha mente tá a mil por hora e eu não sei nem ao menos o que fazer com todas as situações da minha vida, caralho eu só queria sumir por um bom tempo.

Cheguei em casa e novamente na casa tinha apenas os empregados e eu, nenhum sinal dos meus pais que também nem sequer mandaram mensagem pra mim.

- Bom dia senhorita Maerik, seus pais mandaram um presente pra senhora, ele está na sala. - Olhei a empregada que estava com um pano de limpeza em mãos olhando para minha direção.

- Quantas vezes mandei vocês me chamaram apenas de Maerik e de "você" ao invés de "senhora"? Não sou velha! Inclusive, jogue o presente fora e não diga nada a eles, não preciso de nenhum agrado pra preencher o fato de eles novamente não estarem presentes em minha vida. - Eu disse enquanto subia as escadas.
Caminhei até meu quarto onde adentrei e fechei a porta, olhei para a prateleira de remédios e andei até ela, derrubando todos os remédios que havia ali e por conta de alguns terem embalagens de vidro pude sentir alguns cacos de vidros voando sobre meu pé e batendo em minha canela.

- Agora eles saberão o motivo de eu tomar tantos remédios, mostrarei pra cada um deles o que acontece quando eu não tomo nenhuma das coisas que me foi receitada. - Eu disse enquanto encarava o meu reflexo no espelho e sentia o sangue escorrer pela pele de minhas canelas.

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