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Urrea

Estava na minha sessão de pegação com Sina, às escondidas, no meu carro durante a madrugada daquele mesmo dia

Ela me controlava com maestria, e ela sabia disso pela forma que ela enrolava meus fios em meus dedos.

Sina desceu os beijos até meu pescoço e eu sabia que ela estava fazendo de propósito. Ela queria me marcar.

— Não fode, Sina. — eu disse ao sentir meu pescoço latejando no local.

Apertei sua perna por impulso, mas acho que foi muito forte, já que ela soltou um leve gemido.

Sua saia agora já estava tão levantada que conseguia ver um pouco de sua calcinha enquanto ela estava em meu colo.

O radio tocava alguma música indie num volume baixinho só para ter um som ambiente.

Ela me olhou e seu cabelo parecia iluminar o carro escuro.

— Se eu soubesse que a sua boca era assim, eu tinha a beijado antes. — eu disse antes de beija-la outra vez.

— Eu não deixaria. — ela riu antes de grudar nossos lábios.

Sua boca quente me deixava louco, e saber que ela estava ali me beijando na realidade e não apenas nos meus sonhos me deixava mais louco ainda.

— Noah... — murmurou entre os beijos. — Precisamos ir, temos aula amanhã.

Nada que é bom dura pra sempre.

Estacionei o carro no estacionamento dos dormitorios.

— Boa noite. — eu a beijei suavemente.

— Boa noite. — ela sorriu e saiu do carro.

Sorri e senti o carro indo para trás, já que estava tão distraído que não puxei o freio de mão, então o fiz e ri feito um imbecil, voltando para o quarto.

Cheguei no quarto e Josh estava roncando e todo babado, tirei a roupa – ficando apenas de boxer – e dormi.

[...]

Aprendíamos a coreografia do musical e eu percebi que dançar realmente não era meu forte.

Sina e eu riamos de todos os passos errados que eu dava.

Sofia, que montava a coreografia, ficava cada vez mais raivosa, e eu nem sei o motivo já que todos nós estávamos nos divertindo.

— SINA! — Sofia gritou. — Faça cinco giros e pare a minha frente por favor.

Disse da parte  de baixo do palco onde nós estávamos.

Ela queria que Sina caísse do palco.

Mas Sina girou perfeitamente parando na sua frente.

Senhora Pullman sorriu ao ver a dedicação de Sina e aplaudiu como todos nós.

— Vocês todos estão ótimos, escolhi o melhor elenco possível. — disse animada.

— Lembrem-se das dietas de vocês, todas estão no aplicativo da escola. — Senhora Wylie, mãe de Sofia, disse.

Vi Sofia revirar os olhos com a fala da mãe.

— Sina, nada de açúcar. Não queremos você pulando pra fora do figurino. — ela disse e Sina assentiu.

Sofia riu com o comentário.

Eles querem criar o esquadrão das caveiras aqui?

— Cassie, sem chocolates, ou te levaremos para tomar roacutan. — ela disse se referindo a espinha minúscula da testa de Cassie.

Josh e eu deixamos o auditório juntos em direção a aula de história do teatro.

— Onde você esteve ontem? — ele perguntou.

Gelei.

— Fui correr, não estava com sono. — dei de ombros e ele me encarou como quem não acreditou. — Por que eu mentiria?

Era mentira.

Ele deu de ombros também e entramos na aula.

Recebi uma bolinha de papel na minha mesa e a abri.

"Venha para fora"

Eu li sem entender e vi Sofia saindo da sala.

Sai em seguida e ela me aguardava na porta da sala.

— Tá. — ela respirou fundo. — Nós dois cometemos erros, você gostava de outra, eu te trai...mas sinto que talvez se nós tentarmos outra vez, as coisas podem ocorrerem melhor.

Eu franzi o cenho.

— Eu não quero nada com você, Sofia, acabou. — ela passou a mão no meu braço me impedindo de sair de lá.

— Eu te amo, Noah, por favor. — ela implorou enquanto chorava e se abraçou em mim.

Eu sabia que Sofia tinha pais difíceis e que eu fui um refúgio pra ela, mas não poderia me manter em algo em que eu não me sentia eu.

— Desculpe. — eu a desvencilhei de mim e senti a lágrima quente escorrer a minha bochecha.

E saí para o banheiro.

A deixando sozinha.

Eu não tenho culpa de ela não ser quem eu quero, não tenho.

Queria poder amá-la, mas tudo gira em torno de uma única pessoa, que já negligenciei por tempo demais.

Intrusive thoughts | noart Onde histórias criam vida. Descubra agora