Billie

-- Meu irmão vai passar uns dias aqui, até ele conseguir alugar um apartamento na cidade -- falo atraindo a atenção de S/n, que estava consentrada em seu vídeo game. Nós dividimos apartamento por causa de nossa faculdade e por causa de nossas mães (elas se conheceram no mercado, conversaram por exatos dois meses, e decidiram que era uma ótima ideia colocar as duas filhas, que não se conhecem, para morar juntas... Nem elas se conhecem direito!). Mas S/n e eu não temos uma convivência muito... Pacífica...

-- Ele vai dormir onde? Na sua cabeça? Só tem dois quartos aqui -- ela diz ríspida. Esse tipo de resposta já é tipica dela...

-- Eu preciso da sua ajuda -- Falo e ela nem se quer desvia o olhar de seu joguinho

-- não vou ceder meu quarto para ele -- ela diz simples

-- não é isso... É pior... Muito pior... -- ela finalmente pausa o jogo e me encara

-- que merda fez dessa vez?-- pergunta tediosa, eu mordo meu lábio inferior em nervosismo.

-- eu meio que... Disse que estamos juntas... Como um casal -- falo hesitante

-- por que caralhos disse isso? Você ta usando drogas?! Puta merda Billie!-- ela diz claramente irritada

-- e-ele começou a dizer que esta vindo para cá por causa da namorada, e começou a cantar vantagem... Eu não poderia dizer que sou uma idiota, solteira desde o dia em que nasci e que nunca cheguei nem perto das preliminares!... Eu fiquei com vergonha, não pensei direito, ok?! Eu nunca te pedi nada...-- ela suspira passando suas mãos por seus cabelos -- nem é por tanto tempo...

-- Você realmente meteu a gente nessa? -- S/n me encara incrédula, seus olhos focados nos meus, tentando decifrar se o que eu dizia era verdade ou apenas uma piada de mau gosto. Ela coloca o controle do vídeo game de lado, agora completamente atenta à conversa.

-- Sim, e eu sei que é pedir muito, mas... -- eu começo, minha voz falhando um pouco. Sinto o peso do meu pedido, sabendo muito bem que estava abusando da nossa relação complicada.

-- Billie, você não tem noção do quão ridículo isso soa? -- ela continua, ainda processando a informação. -- Como você espera que eu finja ser sua namorada?

-- Só até ele achar um apartamento. Ele não conhece ninguém aqui, não vai sair falando por aí. E depois, quando ele for embora, podemos "terminar", e tudo volta ao normal. -- tento explicar meu plano, torcendo para que ela pelo menos considere a ideia.

S/n suspira profundamente, passando as mãos pelo rosto. Ela parece pesar as consequências de minha proposta insana.

-- E se alguém descobrir? Nossos amigos, nossas mães? Você pensou nisso?

-- Eu sei que é um risco, mas... eu realmente não sei o que mais fazer. -- admito, sentindo uma mistura de desespero e vergonha.

Ela me olha por um longo momento, o silêncio se estendendo entre nós como uma corda prestes a arrebentar. Finalmente, ela suspira, seus ombros relaxando um pouco.

-- Ok, Billie. Mas só porque não quero que você passe por idiota na frente do seu irmão. -- ela cede relutantemente. -- Vamos definir algumas regras, porém. Nada de mãos dadas, nada de beijos... nada de verdadeiros sinais de afeto. Podemos apenas... agir como se estivéssemos confortáveis uma com a outra. Isso já deve ser suficiente para o seu irmão.

Eu aceno, aliviada por ela ter concordado, mesmo com reservas.

-- Claro, qualquer coisa que te deixe confortável. Muito obrigada, S/n, eu juro que vai ser rápido.

Roommate Ruse (Billie/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora