Billie

À medida que os dias passavam, a atmosfera entre mim e S/n tornava-se cada vez mais tensa e estranha. Parecia que algo havia mudado entre nós, mas eu não conseguia entender exatamente o que era. S/n parecia distante e reservada, falando comigo apenas quando necessário e evitando qualquer interação além do essencial.

A situação só piorou quando meu irmão finalmente se mudou para seu próprio apartamento, nos deixando sozinhas novamente. Esperava que isso pudesse trazer alguma normalidade de volta às nossas interações, mas, ao contrário, a distância entre nós só parecia aumentar.

Cada vez que eu tentava iniciar uma conversa ou fazer algo para amenizar o clima tenso, S/n parecia se fechar ainda mais, como se estivesse se distanciando de mim deliberadamente. Era frustrante e confuso, e eu não conseguia entender por que as coisas haviam mudado tão drasticamente entre nós.

A tensão entre nós atinge seu ponto máximo quando vejo S/n se preparando para sair, completamente arrumada. Sinto uma mistura de frustração e confusão, incapaz de entender por que ela está agindo dessa maneira.

-- O que está acontecendo, S/n?! -- Minha voz sai carregada de irritação, bloqueando a passagem em direção à porta.

Ela parece genuinamente surpresa com minha reação, mas sua expressão logo se fecha em uma máscara de seriedade.

-- Como assim? -- Ela pergunta, confusa. -- Não tem nada acontecendo, eu só estou indo para uma festa...

-- Você não vai a lugar algum até me explicar por que está tão estranha comigo! -- Minha voz ecoa no cômodo, minha determinação evidente em cada palavra.

S/n cruza os braços, uma expressão de resignação em seu rosto.

-- Não estou estranha, apenas não temos mais um relacionamento falso, Billie. O acordo era só até seu irmão ir embora, e ele já foi... Não há nada a ser explicado -- Ela responde, firme.

-- Você está sim! Desde aquele dia no sofá... Você mal fala comigo, evita qualquer tipo de contato físico... -- Desabafo, franzindo o cenho em frustração.

-- Eu não quero te deixar desconfortável. Desde aquele dia, você quem demonstrou não querer proximidade comigo, estou apenas respeitando isso. Agora, preciso ir, Billie -- Ela responde, séria.

Minha raiva aumenta ao vê-la se afastar, e sinto o impulso de gritar para ela voltar.

-- se você sair por essa porta eu juro que você não entra até amanhã! Volta aqui! A gente não terminou essa conversa!-- grito para ela escutar, mas ela simplesmente sai como se não estivesse me escutando

S/n parece ignorar minha advertência e sai pela porta sem olhar para trás, como se estivesse decidida a não continuar essa conversa. Fico ali, parada no meio da sala, sentindo uma mistura de frustração, raiva e confusão.

Em passos firmes, eu vou em direção a porta, trancando ela e usando a pequena tranca com cadeado. Em seguida vou para meu quarto.

Quase duas horas da manhã, S/n me liga, eu estava assistindo série. Eu atendo ao telefone sem nenhuma vontade de o fazer.

-- abre a porta -- ela pede seria

-- eu disse que se saisse você não entraria -- falo firme e escuto ela bufando

-- para de ser infantil Billie, abre essa droga dessa porta!-- ela diz ríspida

-- durma no carro. Idiota!-- respondo

A troca de palavras é tensa e cheia de emoções carregadas. Eu sei que estou sendo dura, mas sinto uma necessidade de impor limites, de mostrar que não aceitarei ser tratada assim. No entanto, enquanto desligo o telefone, uma parte de mim se pergunta se tomei a decisão certa. A dúvida e a culpa começam a se infiltrar em minha mente, tornando difícil encontrar paz e clareza em meio à confusão.

-- ok... Que se foda... É assim que vai ser então... -- ela diz claramente irritada -- você é uma imbecil, sabia disso?

As palavras de S/n atingem como um soco, mesmo que eu tente não mostrar. No fundo, sei que minhas ações podem ter sido precipitadas e prejudiciais para nossa relação. Sinto-me magoada e culpada ao mesmo tempo, mas ainda mantenho uma fachada de indiferença.

-- Se é isso que você pensa... -- respondo com uma voz calma, tentando esconder a dor que suas palavras causaram.

-- É exatamente isso que estou pensando agora. Você pensaria da mesma forma se fosse você quem estivesse trancada para fora do seu próprio apartamento, tendo que ir dormir na porra do carro, porque uma idiota simplesmente te trancou -- ela diz e posso escutar o som dela entrando no elevador

O peso das palavras de S/n reverbera em meus pensamentos enquanto desligo o telefone. Uma sensação de arrependimento começa a se instalar em mim, misturada com a dor da realidade que minhas ações causaram. Percebo que talvez tenha agido impulsivamente, sem considerar plenamente as consequências para nós duas.

Enquanto pondero sobre o que fazer a seguir, uma sensação de vazio e solidão começa a tomar conta de mim. Eu sei que as coisas entre mim e S/n mudaram, e não sei ao certo como consertar isso.

Observo silenciosamente da janela enquanto S/n chega ao estacionamento e entra em seu carro. Seus gestos são carregados de frustração e irritação, refletindo a tensão entre nós. Uma onda de culpa me atinge ao vê-la partir, sabendo que minhas ações contribuíram para sua situação desconfortável.

Enquanto ela bate a porta do carro com força, percebo que algo precisa mudar. Não podemos continuar nesse impasse, presas em um ciclo de desentendimentos e conflitos. É hora de encontrar uma maneira de resolver nossas diferenças e restaurar a confiança perdida entre nós.

Eu rapidamente me levanto e saio de dentro do apartamento, indo em direção ao elevador e apertando o botão do térreo. Em poucos minutos eu ja estava me direcionando para o estacionamento. Quando paro ao lado do carro de S/n, vejo a garota la dentro, deitada no banco que estava completamente reclinado para trás. Ao lado dela tinha uma sacola.

Eu dou algumas leves batidas no video e ela então me encara brevemente.

-- vai embora -- ela diz alto o suficiente para que eu escute, voltando a fechar seus olhos

Diante da cena, meu coração se aperta com a visão de S/n deitada no banco do carro, claramente exausta e abalada por nossa discussão. Seus olhos fechados e a sacola ao lado dela me fazem perceber que ela provavelmente não planejava passar a noite ali.

Respiro fundo e tomo uma decisão. Abro a porta do carro e me sento ao lado dela, sem dizer uma palavra. Apenas fico ali, compartilhando o silêncio e a presença dela. Passados alguns minutos, estendo a mão e toco suavemente seu braço, transmitindo conforto e apoio.

-- S/n... -- chamo em voz baixa, esperando que ela me ouça. -- Desculpe por trancar a porta. Eu agi impulsivamente e sei que fui injusta com você. Eu não queria te deixar desconfortável. Eu só... fiquei assustada e confusa. Posso abrir a porta para você entrar e conversarmos com calma?

Ela não falou absolutamente nada, apenas pegou a sacola com uma brutalidade que denunciava o quanto ela estava frustrada e irritada. Então ela abre a porta e sai do carro, caminhando em direção ao prédio.

Observo S/n sair do carro com a sacola, sua expressão carregada de frustração e irritação. Sinto-me péssima por tê-la deixado nessa situação, e uma onda de arrependimento me atinge enquanto a vejo se afastar em direção ao prédio.

Decido segui-la, determinada a consertar as coisas entre nós. Caminho rapidamente até ela e seguro seu braço suavemente.

-- S/n, por favor, me escute... -- Peço, minha voz soando desesperada. -- Eu sei que agi de forma errada, e estou arrependida. Por favor, podemos conversar?

Ela se vira para mim, seus olhos carregados de emoção, mas ela não diz uma palavra, apenas espera, como se estivesse dando uma chance para eu me explicar.

-- vamos subir... Eu estou so de pijama aqui e esta frio... -- peço e então ela volta a caminhar. Nós permanecemos em completo silêncio ate chegar em nosso apartamento

Roommate Ruse (Billie/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora