Uma estúpida aposta

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_ É isso aí pessoal! Mais uma vida salva.

Todos presentes na sala aplaudiram com um imenso sorriso no rosto. Estávamos exaustos depois de quase nove horas de cirurgia, mas muito felizes, por no final, tudo ter dado certo.

Depois de higienizar minhas mãos e tirar o uniforme, sai do centro cirúrgico e fui em direção à lanchonete do hospital. Eu precisava comer algo.

_ Amaury!
Parei de andar quando ouvi uma voz conhecida me chamando. Como era de se esperar, Bárbara veio até mim.

A- Oi Babi - Cumprimentei minha melhor amiga com um sorriso no rosto.

B- Como foi a cirurgia?
A- Teve algumas complicações mas acabou dando tudo certo. E você? Não deveria estar em cirurgia também?

B- Eu acabei de sair.
A- Então me acompanha em um lanchinho.
B- Te chamei exatamente pra isso, acredita?
A- O pior é que eu acredito.

Sorrimos e fomos para a lanchonete, falando como tinha sido o nosso dia até agora.

B- Olha quem tá ali..
Barbara me cutucou sorrindo.
A- Ele não deveria estar na Emergência?
B- Deveria né, mas é o Rafael..
A- Claro, o Rafael.
Reviramos os olhos em ironia. Conhecíamos bem o nosso amigo que faz qualquer coisa para fugir do trabalho sempre que possível.

{....}

A- Não era pra você estar na emergência?
Rafael, que estava um pouco distraído, se assustou com o barulho da bandeja sendo colocada em cima da mesa com um lanche, um suco e uma fruta.

R- Era sim, chefe!
A- Já te falei pra não me chamar assim, sabe que eu odeio ainda mais nesse tom de ironia. Eu sou seu amigo e pode me responder o porquê de não estar na Emergência?

R- Lá está mais parado que relógio sem pilha. Pra não ficar entediado, vim fazer um boquinha.
Responde calmo, tirando uma risada de Barbara que sentou-se ao lado, logo Amaury sentou também, ficando de frente para os dois.

R- E vocês? Como foram as cirurgias?
A- Foi tudo bem.
B- A minha foi ótima.
A- E sabe do que isso precisa?

Amaury bateu na mesa, chamando mais a atenção dos dois que já sabiam bem oque ele ia falar. Aquela voz sorrateira era única.

A- De uma comemoração!
Barbara e Rafael se entreolham, com as caras típicas de quem diriam "Ah lá! Lá vem ele com isso outra vez."

B- Quando você vai começar a agir como um homem quase casado? Você é comprometido!
R- Como se isso fosse motivo pra ele respeitar o relacionamento dele, né? Parece que não conhece.
B- Pobre Doutor Lacerda.

A- Ei! Eu respeito sim.
R- Respeita.. Mas é claro que respeita.
Rafael desvia o olhar com ironia, Barbara ri.

B- O mundo vai se acabar em chifre!
R- Antes na cabeça dele do que na minha.
A- Gente, não é bem assim..
R- Não estamos te julgando não, querido, até porquê se eu fosse noivo daquele mala, também trairia ele sempre que possível.

B- Amigo se não gosta dele, por que não termina?
A- Eu gosto do Marcos, mas é que..

Amaury foi interrompido por um barulho alto de vozes que invadiram o hospital.

Os três se olharam, confusos.
B- Meu Deus, que barulho é esse?

Levantaram juntos seguindo o barulho.

A- O que está acontecendo?
Perguntou para um médico que parecia estar mais atento na situação.

_ Parece que um cantor famoso deu entrada no hospital.

Uma Aposta Pra Você |DiMauryOnde histórias criam vida. Descubra agora