Tons de Amarelo

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Fui invisível pra me proteger
Mas os seus olhos são atentos

Costumam ver o que ninguém mais vê
Te querer perto virou um tormento

Eu desviei o olhar, tentei desconversar
Eu já sou seu mas estou negando por um tempo

Me dê só mais um tempo

Se eu confessar, não tem mais volta
Se eu me jogar, cê me segura ou me solta?

É como se você fosse um milagre
Onde você tocou o meu passado já não cabe

Eu vejo Tons de Amarelo em todo lugar
Meu medo não achou escuro para se abrigar

Você vale o risco
Aposto minhas fichas nisso.

Naquela noite, o céu estrelado era cenário para um dos momentos mais decisivos de sua vida. Era como se estivesse finalmente virando à pagina de um livro onde o ato já era outro. Olhando nos olhos claros que brilhavam mais que as estrelas, Amaury sorriu leve ao se questionar; aquilo foi um pedido?

A - Diego.... - Começou, mas logo foi interrompido pelo menor, que sussurrou um "shi..." o olhando.

D - Não fala nada. - continuou baixinho - Eu sei que, pode parecer cedo demais pra rotular, ou até mesmo pra oficializar um relacionamento. Mas, Amaury, independente da sua resposta, eu queria que você soubesse que eu gosto de você. Eu gosto de verdade.

Sem desviar o olhar, o preto acarinhou levemente os cabelos claros do ruivo, o ajeitando atrás da orelha e o vendo suspirar para continuar falando.

D - Há muito tempo eu não sinto isso. Talvez, eu nunca tenha sentido o amor dessa maneira. Eu nunca fui tão intenso, acredite. Mas, é que com você, parece que tudo é diferente. Eu gosto da gente. Eu me sinto bem com você. E, eu não queria perder isso.

A - Você não vai perder... - Respondeu em um sussurro. Quase em uma confissão.

D - Você quer?

A - O quê? - Sabia oque era, e seu sorriso travesso entregava isso, mas ele queria ouvir o outro perguntar mais uma vez, para ter certeza.

D - Namorar. Você quer namorar comigo?

Não tinha dúvida de que queria, e do quanto queria! Mas, ao parecer se lembrar de algo, o sorriso de Amaury foi se desmanchando aos poucos, e isso foi notável nos olhos do ruivo que ainda estava sentado em seu colo. Ao ter aquela reação, Diego sentiu o medo apertar em seu peito. Poderia ele ter estragado tudo por conta de sua intensidade?

D - Amaury, se você não quiser ou, achar que é cedo demais, tá tudo bem, eu... merda! - se afastou do preto - eu estraguei tudo - e ameaçou levantar.

A mão do médico o segurou antes que pudesse se afastar mais. O trazendo de volta para sua perna, Amaury o encarou.

A - O que foi, garoto? Tá maluco? - sorriu - Que história é essa de estragar tudo?

D - Aí Amaury, esquece isso de namoro. Eu viajei!

A- Como, esquecer? Você não quer namorar comigo?

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