Capítulo IX - Guerra De Interesses

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Elara, ciente da competência de Arda, enviou-a para a vila de Argenfel, enquanto ela própria partia em busca de outros lugares em sua busca pela sede das bruxas. Enquanto isso, Arda chegava à vila de Argenfel, uma localidade tranquila à primeira vista, mas com uma atmosfera carregada de mistério e tensão. A vila de Argenfel se estendia ao longo de uma colina arborizada, suas casas de pedra erguidas em meio a ruas estreitas e sinuosas. O céu cinzento dava à paisagem uma aura sombria, e o ar estava impregnado com o murmúrio inquieto dos habitantes locais.

Ao adentrar a vila, Arda percebeu imediatamente que algo estava errado. As pessoas agiam de forma estranha, evitando seu olhar e sussurrando entre si quando passava. Não havia nenhum soldado da Panvaluredia à vista, o que aumentava ainda mais a sensação de desconforto e desconfiança. Determinada a cumprir sua missão, Arda avançou pelas ruas silenciosas, seus passos ecoando no chão de pedra. Seus sentidos estavam alertas, prontos para qualquer eventualidade que pudesse surgir em seu caminho.

Enquanto caminhava, uma senhora medonha surgiu de uma rua lateral, seu olhar penetrante fixado na jovem.

— A perdida é você, criança? — indagou a velha, sua voz carregada de mistério e sabedoria.

Arda respondeu com firmeza:

— Não, estou apenas buscando algumas coisas.

A senhora, com um sorriso enigmático nos lábios enrugados, perguntou se Arda já havia percebido o comportamento estranho dos habitantes da vila. Arda assentiu, concordando com a observação da velha.

— Aqui costumava ser um caos — explicou a senhora. — Mas o ancião colocou as pessoas em seus devidos lugares. Paranoia só leva um ambiente à ruína.

Arda refletiu sobre as palavras da velha enquanto ela continuava:

— E o que de fato você busca?

— Estou atrás de uma mulher, de aparência sinistra — explicou Arda, com determinação em sua voz. — Ela é malvada, e sua presença pode trazer grande perigo para esta vila.

A velha franziu o cenho, pensativa por um momento, antes de responder:

— Não vi ninguém com essas características por aqui. Mas talvez o ancião possa te ajudar. Ele conhece todos os segredos desta vila.

Arda agradeceu pela informação e seguiu na direção indicada pela velha, determinada a encontrar respostas na cabana do ancião.

Arda adentrou a cabana do ancião, uma construção modesta de madeira com telhado de palha. O interior era simples, iluminado pela luz suave que entrava pelas pequenas janelas. Ela chamou por alguém, mas o silêncio era a única resposta que recebia. Decidiu então esperar, sentando—se em um banco próximo à porta. Passado algum tempo, a mesma velha que havia encontrado anteriormente apareceu na entrada da cabana. Arda a encarou, surpresa por revê—la ali.

— Obrigada por ter esperado, jovem viajante — disse a velha com um sorriso enigmático. — Sou a Anciã desta vila, e você deve ser a pessoa que procura respostas.

Arda ficou um tanto desconcertada com a revelação, não esperava que a velha fosse a anciã. Ela respondeu de forma brusca:

— Deveria ter dito isso antes. Se não sabe de nada, então não há motivo para eu ficar aqui. Devo partir.

No entanto, a Anciã insistiu para que Arda ficasse, oferecendo—lhe um chá. Arda relutou um pouco, mas acabou aceitando. Enquanto a anciã preparava o chá, ela revelou uma curiosidade:

— Eu sei de coisas que ainda não aconteceram, minha querida. Posso antecipar o que o destino reserva para você, se assim desejar. Dessa forma, saberá se encontrará quem procura. Não há o porquê de achar que estou mentindo, certo? — a Anciã explicou, sua voz serena contrastando com a gravidade das palavras.

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