Capítulo XIV - Momento Oportuno

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Beorth encontrou seu pai, o rei Dinoho, sentado no trono. A feição de Dinoho parecia cansada, marcadas por linhas profundas de preocupação. Fazia já algum tempo desde a batalha na vila de Brakhar, e outras haviam sucedido, deixando um rastro de incertezas e desassossego no reino.

— Pai, aconteceu alguma coisa? — perguntou Beorth, a voz carregada de preocupação.

— O tempo todo, filho. — Dinoho respondeu, suspirando. — Coisas estranhas estão ocorrendo no campo de batalha.

— Que coisas estranhas seriam essas? — Beorth indagou, inclinando-se para frente, ansioso.

— É exatamente o que quero saber. — O rei direcionou seu olhar para a porta do salão. — Um dos meus melhores homens, com quem lutei recentemente, presenciou algo.

A porta do salão se abriu, e um jovem guerreiro entrou, caminhando com firmeza em direção ao trono. Ele carregava uma espada dourada em sua bainha e exibia um rosto firme e sério, impressionante para alguém tão jovem. Ele parou diante do rei e do príncipe, fazendo uma reverência formal.

— Sou Wenneth Tonbrand, Vossa Majestade. — Ele disse com respeito.

— Wenneth, você obteve mais informações sobre o que são esses homens de armadura escura que mencionou em sua carta? — perguntou Dinoho, sua voz ressoando pela sala.

— Sim, Majestade. — Wenneth respondeu. — Tive um segundo encontro com eles e consegui algumas informações.

— Prossiga, por favor. — Beorth incentivou, o interesse evidente em sua voz.

— No primeiro encontro, esses guerreiros de armadura escura pareciam ser implacáveis, lutavam com determinação, mas não levantam nenhuma bandeira. — Começou Wenneth. — Eles lutavam sem medo, sem hesitação. E ao contrário de qualquer soldado comum, seus olhos brilhavam com uma luz sinistra.

Dinoho franziu a testa, absorvendo cada palavra.

— E o segundo encontro? — perguntou o rei, seus dedos tamborilando no braço do trono.

— No segundo encontro, consegui capturar um deles, mas antes que pudesse interrogá-lo, ele se matou, mordendo algo que parecia ser um veneno. — Wenneth continuou, seu tom sombrio. — Antes de morrer, ele mencionou algo sobre o reino da Panvaluredia está se cegando e caminhando para ruína.

— Se cegando? — repetiu Beorth, intrigado. — Isso soa como uma ameaça maior do que imaginávamos.

— Sim, príncipe Beorth. — Wenneth concordou. — Parece que estamos lidando com uma força que não conhecemos totalmente. Eles possuem uma lealdade fanática, e seus métodos de luta são diferentes de qualquer coisa que já vi.

— Isso é perturbador. — disse Dinoho, passando a mão pelo rosto. — Precisamos entender quem está por trás disso e quais são suas intenções.

— Majestade, sugiro que intensifiquemos a vigilância nas fronteiras e enviemos batedores para investigar qualquer atividade suspeita. — Wenneth aconselhou. — Esses guerreiros de armadura escura não podem ser subestimados.

— Concordo, Wenneth. — respondeu o rei. — Continue sua investigação e mantenha-nos informados de qualquer descoberta.

— Será feito, Majestade. — Wenneth disse, fazendo uma última reverência antes de se retirar.

Beorth observou Wenneth sair do salão e se voltou para seu pai, trocando um breve olhar de preocupação. Determinado a aliviar um pouco da tensão, decidiu procurar sua prometida, Dannah. Ao caminhar pelos corredores do castelo, encontrou Dannah em um cômodo, conversando com um recém-chegado servo. O servo, Cometri, tinha um rosto amargo, mas mantinha uma postura de prontidão para servir seus senhores.

O Crepúsculo Das CorujasOnde histórias criam vida. Descubra agora