Diário Da Sua Paixão. | Jenlisa.

Capítulo 10

Jennie e Lalisa haviam sido levadas por Jisoo para a aula após o término dos dois primeiros tempos, Jisoo havia avisado que não poderia buscar as duas ao término da aula por alguns compromissos de trabalho e Jennie apenas disse que ficariam bem. Jisoo entregou a chave do carro de Jennie para ela e pediu um Uber até seu trabalho, Jennie e lisa foram até seus armários para pegar alguns livros para a próxima aula e logo o corredor se encheu de conversas paralelas e alunos. As duas haviam chegou no exato momento em que o intervalo havia começado, então, teriam um tempo até a próxima aula. Lisa queria usar aquele tempo para ver algumas aulas extracurriculares para começar e Jennie só concordou em ficar no refeitório pra se aproveitar da comida grátis, como a mesma costumava dizer.

- Lisa, deixa eu guardar meu livro de matemática no seu armário? Não tem espaço no meu - Jennie pediu e Lalisa prontamente concordou e deu espaço para Jennie.

- Nini eu vou ir logo ver as aulas, se eu demorar demais vão ocupar as vagas das aulas que eu quero fazer. Toma a chave, quando terminar aí tranca - Jennie concordou e logo perdeu Lalisa de vista em meio a multidão de alunos no corredor. Jennie começou a mover alguns livros de Lalisa de lugar para conseguir colocar o seu de matemática e enquanto organizava as coisas alí, Jennie se deparou com um caderno azul, com um volume enorme de folhas, o principal motivo do armário de Lalisa não estar com tanto espaço. Jennie decidiu colocar o caderno em sua bolsa e devolver para Lalisa depois, pois tinha certeza de que aquele livro não pertencia a escola, então, assim fez. Sem dar muita atenção para o caderno, Jennie o colocou em sua bolsa e seguiu para o refeitório.

Jennie pegou uma bandeja e encheu de todas as coisas que tinha direito, Melancia, pão, suco e doces caseiros. Olhou todo o ambiente a procura de um lugar vago para se sentar e o único era na mesa onde rosé estava e Jennie decidiu se sentar alí. Rosé parecia estar serena, seus olhos estavam com olheiras evidentes, mas sua expressão estava serena. Não parecia estar pronta para uma guerra e Jennie estava confiante de que não entrariam em uma quando se aproximou da mesa de rosé.

- Oi, rosé. Posso me sentar aqui? Não tem mais nenhum lugar vago - Rosé apenas assentiu e Jennie se sentou a sua frente. O clima entre as duas não era um dos piores, mas também não era agradável. Para Jennie, a presença de rosé havia parado de ser agradável quando elas tinham 14 anos e rosé virou uma pessoa completamente diferente. De qualquer forma, Jennie sentia falta de quem rosé já tinha sido e pensava que poderia haver algum resquício dela em algum lugar por alí. - Rosé..

- Fala Jennie - Jennie queria, sinceramente, puxar papo. Não era curiosidade porque não imaginava ser grande coisa, mas, apenas pra conversar, decidiu perguntar a rosé sobre o caderno de Lalisa.

- Você sabe o que a Lalisa escreve tanto no livro azul que ela tem? Ele tem várias folhas e tava ocupando um espaço enorme no armário dela - Rosé de primeira arregalou seus olhos, mas rapidamente sua expressão de surpresa mudou para uma expressão divertida. Rosé sabia muito bem o que aquele livro era, quando tinha 14 anos leu ele sem querer sua irmã soubesse e descobriu que aquilo era um diário, rosé guardou os segredos que haviam alí a sete chaves consigo, mas aquilo havia mudado sua percepção sobre as pessoas, sobre sua irmã, seus pais e até mesmo sobre Jennie. Mas, rosé estava cansada daquilo, pelo menos de um segredo ela deveria se livrar, ou de todos, por isso.. Rosé tomou uma decisão levemente impulsiva.

- Se você tiver pego o caderno abre ele quando você chegar em casa. Lalisa tem várias fotos dentro dele que nunca mostrou pra ninguém, você vai adorar - Tinha certo sarcasmo na voz de rosé, mas Jennie ignorou aquilo. Se sentiu curiosa sobre as fotos e acabou por decidir ver tudo quando chegar em sua casa. Jennie passou o resto de seu dia com o livro guardado consigo, Lalisa não desconfiou nem mesmo por um minuto de que seu Caderno havia sumido de seu armário, pois ele costumava ficar escondido atrás de seus livros da escola, então, achava que não tinha como Jennie achar.

Jennie agiu normalmente durante o resto da manhã, sequer se lembrou do caderno durante o dia para que corresse o risco de comentar sobre ele acidentalmente.

[..]

Jennie acabou indo para casa sozinha, Lalisa decidiu ficar na escola após o fim das aulas para a primeira aula de vôlei, era uma das extracurriculares que Lalisa havia decidido fazer, por isso, Jennie prometeu ir para casa primeiro e buscar Lalisa quando as aulas dela acabassem. Quando chegou em sua casa, Jennie deu de cara apenas com Joohyun, sua mãe.

- Ah, oi mãe.. Você.. Está em casa a essa hora, isso é estranho, aconteceu alguma coisa? - Joohyun negou com um pequeno sorriso em seus lábios.

- Não querida, eu decidi sair mais cedo do consultório, não estava me sentindo muito bem. Mas não de preocupe, eu já estou melhor - Joohyun forçava honestidade, mas a intuição de Jennie dizia que aquilo era mentira. Joohyun era uma mulher de 41 Anos, tinha uma pele tão branca que parecia nunca ter tido contato com o som, seus cabelos eram escorridos e negros, seus olhos eram típicos de uma coreana e seus lábios eram rodados e estavam na maioria do tempo curvados em um sorriso pequeno e gentil.

- Você mente mal, mãe. Quer que eu faça algo pra você? - Joohyun se deu por vencida e balançou a cabeça.

- Quero, querida. Pode fazer um pouco de café pra mim? - Jennie assentiu e foi em direção a cozinha sendo seguida por sua mãe. Joohyun se sentou em uma das cadeiras que haviam em frente a bancada da cozinha, lhe dando uma visão livre do que Jennie fazia na cozinha e Jennie colocou a água e o pó na máquina de café que tinham e a ligou.

- Como está indo o trabalho, mãe - Jennie perguntou e Joohyun deu de ombros.

- Você sabe, a mesma coisa. Essa semana recebemos uma paciente por indicação, ela passou por violência desde a infância, eu não consegui nem mesmo pensar em cuidar dela. Pedi que a Verônica ficasse com esse caso - Joohyun parecia triste aos olhos de Jennie e aquilo era compreensível. Joohyun era uma psicóloga renomada, havia estudado durante anos da sua vida para que conseguisse se formar e chegar onde chegou. Normalmente, muitas pessoas procuravam a rede de consultórios que Joohyun tinha para terapia, procuravam por ela na maioria das vezes, mas em muitos momentos casos muito sensíveis apareciam em seu consultório e Joohyun não conseguia lidar com àquilo. Como poderia? A mulher tinha duas filhas e rezava todos os dias para que nada acontecesse com Jisoo, sua filha mais velha. O medo da violência e opressão da sociedade cair sobre suas meninas era algo que assombrava Joohyun e ter casos como esse para trabalhar, não lhe deixava estável.