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Olá, eu me chamo Liz e tenho 20 anos, sou moradora do Rio de Janeiro e moro com meus pais e minha irmã Isabella.

Atualmente eu trabalho como babá de uma princesa linda de 7 anos, eu cuido dela tem 2 anos já. O nome dela é Sol e a minha patroa se chama Jaqueline, ela é uma mulher linda, maravilhosa, independente, solteira e gostosa pra caramba.

Eu estou juntando um dinheiro para poder sair de casa, a convivência com meus pais e horrível e o que mais dificulta tudo isso e a minha irmã, pensa em uma menina que não gosta de te ver feliz em nada, então, essa pessoa e ela.

Minha vida toda eu nunca pude fazer algo que eu realmente queria, sempre era o que minha mãe queria, por um lado até que eu agradeço por isso, ela me obrigou a fazer alguns cursos e eles até que me ajudam no dia a dia, por exemplo, fiz curso de inglês, espanhol, enfermagem e operador de caixa e alguns outros. Mas o foco da minha mãe sempre foi minha irmã, minha irmã ela é linda, então minha mãe acha que ela vai virar uma famosa algum dia e dar um retorno bom pra ela, ou seja, Isabella tem curso de modelo, de atriz, teatro, maquiagem e de passarela, tudo do melhor era para isabella.

Hoje eu estou de folga e vou sair com uma amiga, ela me chamou para dormir na casa dela, estou afim de sair e aliviar a mente um pouco, ficar somente em casa com minha mãe e minha irmã falando no meu ouvido e um saco.

Liz: Já falei Isabella, não vou levar você comigo, que saco! - Já estou estressada com esse assunto.

Isabella: Problema é seu, mamãe falou que você só vai sair se me levar com você. - Ela fala com as mãos na cintura e uma cara de deboche que me dá nos nervos.

Liz: Uma pena, mas você não vai.

Isabella: Se você não me levar, quem não vai, vai ser você.

Ela sai do quarto e bate a porta com força.

Me jogo em cima da cama e grito no travesseiro. Minha vida sempre foi assim.

Quer saber, eu estou nem aí, vou sair sim! Vou esperar isabella fazer alguma coisa e vou sair de casa.

Eu nunca pude fazer nada, agora que já estou grandinha posso fazer o que eu quiser. Minha amiga ela mora no morro da Rocinha, nome dela é Jeovanna, estudávamos juntas e todo mundo achava que ela é minha irmã, porque mesmo depois de já ter terminado os estudos ainda continuamos unidas.

Vocês vão ver, eu vou, nem que eu faça o impossível, mas eu vou!

Estou fingindo estar arrumando minha parte do guarda roupa, mas na verdade só estou vendo qual roupa eu vou usar e deixando meio que em um canto do guarda roupa, depois só jogo tudo dentro da mochila e vou embora.

Minha mãe sempre teve disso, até mesmo quando eu queria sair com algum menino ou sair em amigas mesmo, sempre tinha que levar minha irmã, já perdi amizades por causa dela e das coisas que ela falava sobre mim, inventando besteira ou o jeito dela, quem em sã consciência vai querer alguém como ela do lado? ninguém né!

Mãe: Liz, que história é essa que você vai sair e não vai levar sua irmã? - Disse abrindo a porta e já falando em voz alta.

Liz: Mãe, eu falei com a senhora que na minha folga eu iria sair com uma amiga e iria dormir na casa dela.

Mãe: Não lembro que você falou isso não, mas se quiser sair, vai levar ela.

Ela estava já saindo do quarto quando eu falei:

Liz: Eu não vou levar ela, sempre a mesma coisa, já tenho 20 anos e não posso sair uma vez sem essa garota do meu lado, que saco.

Mãe: Olha o jeito que você fala comigo. Se quiser sair vai levar ela, ou então pode ficar em casa.

Ela pega e sai do quarto. Tá vendo só, vontade de sumir, de ir embora e não voltar nunca mais, só assim eles vão dar valor.

Vejo no meu celular que já são 16:29, minha mãe acha que o horário que vou sair e às 19h, então da tempo de pensar em como sair sem ninguém me ver.

Meu pai é porteiro, ele trabalha aqui como porteiro chefe, então moramos em um Ap no primeiro piso.

Vejo que minha mãe saiu para ir no mercado e a Isabella foi junto, boa, agora preciso saber do meu pai.

Saio de casa e vou até a portaria e vejo que ele não está ali.

Liz: Boa tarde seu Brás, tudo bem? - Ele é um senhorzinho, me conhece desde pequena.

Brás: Oi minha filha, eu estou bem e você?

Liz: Estou bem também. O senhor viu o meu pai por aí?

Brás: Ele está no décimo quinto andar, foi resolver umas coisas lá em cima.

Liz: Tá bom, obrigada.

Uhuuu!! Essa é a minha hora.

Corro para dentro de casa já pegando a mochila e coloco dentro dela minhas roupas, minhas maquiagens, meu sapato, carregador, escola de dentes e eu acho que só isso mesmo.

Para não correr o risco do porteiro da guarita me ver, vou pela saída que temos com o outro prédio, e uma saída dos fundos, onde eles colocam os lixos na rua.

Passo por lá e já fico esperando uber que pedi enquanto ainda estava em casa.

No morro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora