Lips

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Eu amei tanto ter escrito essa história, sabiam?🥺

Espero que estejam gostando 👀

Tenham uma ótima leitura!!!✨✨✨



Kimhan


É inegável passar despercebido o fato de Porchay ter um certo nervosismo perto de mim, talvez ele pense que eu não goste dele, o que não é bem assim. Eu não costumo confiar facilmente nas pessoas, mas isso claramente fica óbvio de primeira.

Estou ciente de que Porchay é diferente, eu não preciso ter nenhuma desconfiança dele ou algo parecido. E é exatamente por isso, que eu não sei o que demonstrar quando estamos perto um do outro.

Eu gosto de sua presença, é como se o clima mudasse, o deixando leve. Ao contrário de sua perspectiva, que o clima deve pesar perto de mim.

Possivelmente, a melhor forma de tentar mudar isso, seja usando essas oportunidades de técnicas que eu ensino. Mas não sei exatamente, do porquê eu querer me aproximar de si.

Eu nunca liguei para o que as pessoas pensam.

Seco meus cabelos, ainda úmidos. Está anoitecendo, chegando o horário de eu fazer companhia para o meu irmão.

Antes, contato um dos seguranças de fora, eu não posso sossegar até eliminar todos os infectados.

-Como está a situação? – Pergunto.

-Senhor Kim, conseguimos limpar outra área. Outros guardas tiveram que sair pela chegada de soldados, mas está sob controle.

-Esses guardas que saíram, podem retornar a mansão. Seu grupo pode continuar nas ruas.

-Entendido, senhor Kim.

Encerro a ligação, me direcionando ao quarto de Tankhun.

•••••••••••

-Kimhan, na próxima você trás o Porchay.

Foi a primeira coisa que ele diz, quando entro.

-Você se apegou nele. – Comento, sentando do seu lado.

-Ele é fofo e muito inteligente, é capaz de até você se apegar nele. – Ele elogia, procurando algum filme.

Engulo seco, me sentindo atacado por suas palavras. 

-Eu não tenho tempo pra pensar nessas coisas.

-Pensar no que, Kim? De qualquer forma você nunca tem tempo, às vezes parece que você trabalha mais que o Kinn.

-Kinn está tentando recuperar os negócios perdidos, eu só estou cuidando do vírus. Não é tanto trabalho. – Sinto um travesseiro sendo arremessado no meu rosto.

-Você corre muito mais riscos com esse trabalho, seu idiota! Agora fique quieto e vamos assistir.

•••••••••••

Assim como sempre, dormi quase nada.

Acordei com turbilhões de pensamentos, completamente com a cabeça cheia. Mas não é só o vírus que me atordoa agora, é também uma coisinha chata, chamada sentimentos.

No momento, me encontro fumando e observando o dia amanhecer. Alguns dos guardas já estão de volta na mansão, o que me tranquiliza por saber que eles aparentemente estão bem, antes, eles irão passar pelo processo de triagem para ver se não há infecções.

Eu me sinto cansado por não chegar em nenhuma conclusão com esse vírus, não consigo imaginar quem possa ter o criado ou com que objetivo ter o criado.

Talvez o Kimhan de tempos atrás teria vergonha desse meu estado atual, é realmente deplorável.

Disse que iria continuar ajudando Porchay e não vou deixar de cumprir isso, pelo horário acredito que ele nem deve ter comido ainda. Como se uma lâmpada tivesse acendido na minha cabeça, decido eu mesmo levar o café até ele.

Desço em direção a cozinha, encontrando Arm e Pol conversando.

-Aconteceu alguma coisa? – Pergunto, me divertindo com o susto deles.

-S-senhor Kim... É... Você soube do que está acontecendo? – Pol me questiona.

-Acontecendo o que? – Controlo meu tom de voz.

-Um de nossos guardas foi infectado, no confronto contra a mulher.

-O QUE? E POR QUE ESTOU SABENDO DISSO AGORA?

-Porque não era certeza, até vermos respingos de sangue no chão entre alguns corredores dias atrás. Está fazendo efeito em alguém, mas não sabemos quem é.

-Porra. – Respiro fundo, tentando raciocinar claramente. – Faz o seguinte, tranquem toda a mansão do lado de fora. Se virem alguém tentando fugir, saberemos quem é.

-Mas e aqui dentro, senhor? – Arm pergunta.

-Eu me resolvo com o Kinn, mas preciso que pelo menos um de vocês fique trancado com Tankhun. Pelo menos até pegarem o alvo.

-Certo, senhor.

Ambos saem, me deixando atordoado.

Um deles foi infectado, e os sintomas estão começando aparecer após os três dias. Largo o que eu iria fazer aqui, indo ao escritório de Kinn.

Bato na porta, abrindo em seguida.

-Kinn, licença. – Entro, me deparando com ele trabalhando, e Porsche ao lado.

-Eu sei o que está acontecendo, Kim.

-Mandei que fechasse a mansão por fora, e um deles se tranque com Tankhun.

-Eu confio nas suas decisões, Kimhan. Mas quero que todos fiquem trancados, não somente Tankhun.

-Como assim? – Me acomodo na cadeira a frente.

-Quando um se transformar, saberemos de qual lugar estará vindo. Vamos trancar todos em duplas e se algum deles mostrar os sintomas, o outro nos avisará.

Penso por alguns segundos, compreendendo o raciocínio de Kinn.

-Faz sentido, mas eu vou trazer Porchay pra cá então. – Porsche intervém.

-Não. Eu posso ficar com ele. – Proponho, vendo meu irmão me encarar surpreso.

-Tem certeza? – O guarda questiona. Assinto. – Por favor, proteja ele.

-Pode deixar, Porsche. Kinn eu vou indo, mande o aviso a todos então.

-Eu mando sim.

Me retiro do escritório, indo a sala de armamentos.

Dessa vez, eu vou te proteger de verdade.

Porchay.

••••••••••

-P’Kim não imaginei que você ficaria comigo, por que não foi Porsche?- O garoto pergunta, me encarando com a porta aberta.

Eu havia chego no seu quarto, Porchay já está ciente do aviso dado pelo meu irmão. Ele imaginou que quem fosse ficar, seria Porsche.

-Pensei que seria melhor ele proteger Kinn.

-Entendi. Entra.

Entro no local, me vislumbrando com a bagunça na cama. Parece que Porchay decidiu tirar agora suas roupas da bolsa, não que isso fosse um incomodo pra mim.

-Não esqueça de trancar a porta. – Aviso, sentindo um leve desconforto.

É estranho pedir uma coisas dessas, mesmo que seja necessário no momento.

Porschay senta na cama, apontando a cama da frente. Me acomodo na cama que pertence a Porsche, ficamos encarando um ao outro.

-Sabe P’Kim, eu usei a dica que você me deu ontem. Ficou bem melhor mesmo, obrigado. – Porchay agradece, um pouco envergonhado.

-Que bom, mas eu ainda preciso ouvir você cantar.

-Agora?

-Não, agora não. Eu preciso focar no que vai acontecer após um tempo.

-Claro, eu entendo. E se você for o infectado, P’Kim?

Sem querer, essas palavras me fizeram rir.

-Porchay, você acha mesmo que se eu fosse o infectado eu teria me voluntariado ficar com você? É mais fácil você ser o infectado.

-O que você está insinuando?

-Que essa é uma missão, não estou aqui por gostar de você ou algo parecido. É só uma missão.

Porra! O que eu acabei de dizer?

Porchay me encara surpreso.

-Você gosta de mim?

-N-não. Quer dizer... Talvez como amigo.

-Amigo? É... Eu também gosto de você como amigo.

Que clima desconfortável.

Porchay não fazia contato visual comigo, assim como eu também não conseguia.

-O que você pretende fazer quando fugir daqui? – Pergunto, chamando sua atenção.

-Encontrar meus amigos e voltar para a faculdade.

-E se todos eles estiverem mortos?

-Eu não acredito nisso. – Seus olhos lacrimejam.

-Você quer que eu os encontre?

-Você conseguiria? De verdade?

-Eu posso tentar. Mas você precisa estar preparado para o pior.

-Pode deixar, P’Kim!

Ele sorri, ficando mais confortável perto de mim. Me recordo de querer ter trazido o café dele horas atrás, não sei quanto tempo ficaremos trancados, mas espero que nenhum de nós passe fome.

O garoto inesperadamente senta ao meu lado.

-Você poderia cantar alguma coisa? Eu gosto da sua voz. – Sua tom, soa baixo.

Engulo seco, sentindo meu coração acelerar. Me seguro para não demonstrar tanta expressão, mesmo que Porchay seja o meu maior obstáculo nisso.

-O que você quer que eu cante?

-Qualquer coisa. Eu só quero ouvir você.

Eu adoraria que magicamente alguma música surgisse na minha cabeça, porém meu foco está somente nele. Nos traços dele, nos lábios dele.

Droga.

A música Kimhan, pense logo na música.

-Sinto muito, Porchay. É que eu realmente não consigo pensar.

Escuto um suspiro do mesmo, antes de me puxar e quase grudar nossos lábios.

-Se você não consegue cantar, você consegue me beijar?

Porchay não mediu palavras, ou pareceu ter vergonha.

Arrependimento? Talvez eu teria depois.

Seguro levemente seu rosto, sentindo sua respiração quente na minha face. Encosto nossas bocas, percebendo seu corpo tensionar.

Porchay acompanha meus movimentos, que começaram leves. Ele tomou a ação de segurar meu cabelo e aprofundar o contato.

Sinto meu corpo esquentar com seu ato, deslizo minhas mãos até sua cintura apertando sem usar força. Porchay suspira, fazendo-o separar para respirar.

Eu encaro fixamente seus olhos e seus lábios vermelhos, ele me puxa novamente, dessa vez foi um beijo necessitado e com sentimentos.

Sim, eu não posso mais mentir. Existe sentimentos.

Porschay desliza suas mãos, pousando em minha nuca. Nossas línguas sincronizam perfeitamente.

Eu não sei até aonde iríamos com isso, mas eu preciso parar.

É viciante beija-lo, de fato. E eu espero termos uma próxima vez.

Eu separo, enquanto respiramos pesadamente. O rosto do garoto está vermelho, completamente quente.

-P’Kim, eu...

-Calma. – Deito seu rosto no meu peito, o abraçando.

Eu não deveria continuar olhando seus lábios vermelhos por agora, é tentador demais. Ele agarra minha cintura, acomodando mais ainda no meu corpo.

Com certeza não é só como amigo que eu gosto dele.

Be My Company - Republicação (KimChay)Onde histórias criam vida. Descubra agora