Uns Perdem E Outros Ganham

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Hürrem conquistava cada vez mais a admiração dos nobres com seus bons conselhos ao sultão, ao mesmo tempo que conquistava mais ódio dentro do harém

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Hürrem conquistava cada vez mais a admiração dos nobres com seus bons conselhos ao sultão, ao mesmo tempo que conquistava mais ódio dentro do harém.

Süleyman passou a levá-la em reuniões importantes, com um véu cobrindo seu cabelo e seus olhos.

E claro, as inimigas de Hürrem, junto com Ibrahim, começaram a espalhar que ela era uma bruxa que seduziu o sultão.

Quando ela escuta sobre isso, Hürrem não aguenta em soltar uma gargalhada.

–Se as pessoas soubessem como nós dois nos conhecemos e de onde eu vim, aí é que os rumores seriam piores!

Por que ela não tinha como explicar para alguém que vinha de 500 anos no futuro para salvar a dinastia otomana de afundar quando Mustafá crescesse.

Então, sozinha e divagando sobre isso, Hürrem chega a uma conclusão.

–Um filho meu será o sultão, e não o Mustafá? Devo ser a Valide Sultana no lugar de Mahidrevan para que o império não afunde?

O tempo estava se distorcendo e mudando.

Depois que teve Abdullah, Nurhan Gülnihal engravidou de novo, mas no sexto mês de gravidez perdeu os bebês em um aborto inesperado.

Eram duas gêmeas, que Süleyman chamou de Raziye e Fatma antes dos ritos fúnebres.

Hürrem acariciava a nova barriga de gravidez, ainda espantada com o acontecido.

–Então era realmente para Raziye e Fatma existirem e o tempo as ajustou de alguma forma. Isso só me faz pensar no que está reservado aos meus filhos.

Hürrem queria desesperadamente que os filhos se amassem. Ver seus filhos se massacrando pelo trono partiria a sua alma. A ideia era horrível demais.

Infelizmente, como o sistema de lei era diferente, os nascidos de harém não tinham primogenitura. Todos os filhos homens tinham direito igual ao trono, o que causou guerra interna até a lei que permite ao sultão matar todos os seus concorrentes enforcados. Era o preço da realeza para não ter guerra civil no império. Homens cada vez mais duros até chegar em Selim, O Cruel, que matou o pai, seus irmãos e seus filhos também. A história otomana começa e termina em sangue.

De alguma forma, ela sabia que esse bebê era menino também. E temia que alguém o colocasse contra Mehmed ou Selim.

Tudo estava indo tranquilo em sua gravidez enquanto Nurhan Gülnihal estava inconsolável.

Mas a situação da outra concubina ruiva foi de mal a pior.

O pequeno Abdullah pegou uma febre, talvez com alguma comida, que deu a ele uma infecção estomacal.

A febre ficou cada vez mais forte. E o menino, cada vez mais doente.

Abdullah não resistiu a infecção e morreu 4 dias depois.

A tristeza toma conta.

–Você fez isso! -acusa Gülnihal, com a mente transtornada depois de tantas perdas.

–Eu não te fiz nada. Eu não tenho culpa da perda de seus filhos! -diz Hürrem.

Inesperadamente, ela sente um forte empurrão, enquanto sua cabeça fixa atordoada com o golpe que recebe ao bater em uma parede.

Sua bolsa estoura.

–Nurhan Gülnihal, você ficou louca?

Servos rapidamente a levantam e a levam para o quarto.

As dores já familiares começam.

Enquanto isso, do lado de fora, Süleyman dá uma sentença.

–Não vou te matar em respeito a sua dor pela perda de nossos três filhos, mas não te quero aqui. Está banida para o Palácio Das Lágrimas.

Hürrem dá a luz a mais um  jogador daquele jogo perigoso.

–Bayezid, como meu avô. -declama Süleyman.

Hürrem segura seu outro filho, enquanto Mehmed, Mihrimah e Selim a cercam para ver o novo irmãozinho.

Ela tem que proteger todos eles ou seus inimigos quererão atingi-los.

Aquele lugar era cercado de cobras.

E no jogo das cobras, vence quem tem mais veneno.

Através Do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora