CAPÍTULO 04

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Naquele instante, a água ao redor de Calista era gélida, uma frieza tão penetrante que seus músculos reagiram instantaneamente, contraindo-se com tal intensidade que ela sentiu a pele arder

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Naquele instante, a água ao redor de Calista era gélida, uma frieza tão penetrante que seus músculos reagiram instantaneamente, contraindo-se com tal intensidade que ela sentiu a pele arder. Respirar já tinha se tornado impossível, os pulmões lutando para se manterem funcionando sob a pressão das profundezas.

O tempo parecia esticar-se, cada segundo prolongando o inevitável afundamento de seu corpo no lago. A correnteza, impiedosa, arrastava-a com uma força avassaladora, enquanto seus cabelos agitavam-se, obscurecendo-lhe a visão já turva pela água. O tormento era palpável, a pressão do água prestes a fazer sua cabeça explodir.

Na mente atribulada de Calista, só havia lugar para um sentimento avassalador de desespero, que a consumia por completo. Em meio à agonia, lutava contra as águas, num esforço desesperado e desordenado para alcançar a superfície. Porém, Cali nunca aprendera a nadar; sua falta de habilidade transformava cada tentativa em um fracasso angustiante.

A sensação de afogamento físico era apenas um reflexo do afogamento emocional que experimentava naquele momento. Enquanto se debatia impotente, uma enxurrada de pensamentos inundava sua mente, remexendo em arrependimentos e lamentos.

Como não recordar todos os momentos desperdiçados, as oportunidades não aproveitadas e os sonhos adiados? Era como se cada bolha de ar que escapava de seus lábios fosse um suspiro de arrependimento. Se ao menos pudesse voltar no tempo e tomar decisões diferentes, se ao menos pudesse ter abraçado mais os que ama, se ao menos pudesse ter vivido sem medo, sem reservas.

Mas agora, imersa na escuridão das águas, esses "se ao menos" pareciam tão distantes quanto as estrelas no céu noturno. E enquanto se afogava, não era apenas a falta de oxigênio que lhe roubava a vida, mas sim a falta de coragem para viver plenamente.

A emoção tomou conta de Calista quando uma única lágrima escapou de seus olhos e se juntou à água fria que a cercava, criando uma cena angustiante. Enquanto seu suprimento de oxigênio se esgotava, seu corpo começou a se render ao inevitável. Seus braços já não mais lutavam, suas pernas se imobilizaram, e ela foi dominada pela imensidão aquosa.

Entre os últimos suspiros, Cali vislumbrou uma figura mergulhando nas profundezas, nadando freneticamente em sua direção. Calista estendeu a mão direita num gesto desesperado, como se pudesse tocar aquele que se aproximava rapidamente.

No entanto, a ajuda não chegou a tempo.

A água penetrou em seus pulmões, silenciando-a gradualmente, enquanto sua consciência se esvaía, e o espectro de sua existência desvanecia diante de seus olhos...

Os fios dourados de cabelo da Hoffman estavam impregnados de suor, destacando-se em contraste com sua pele pálida. Cada respiração era um esforço árduo, pesado o suficiente para ecoar pelo quarto, como se o ar estivesse grávido de ansiedade. De repente, Calista ergueu-se da cama em um sobressalto, seu corpo tremendo em convulsões de exaustão e aflição. Uma sensação de aprisionamento a envolveu, sufocante, como se estivesse encurralada à beira do abismo. Suas mãos, trêmulas como folhas ao vento, foram buscando refúgio sob o cobertor, num esforço desesperado para conter a agitação que ameaçava consumi-la.

MAXTON HALL, James Beaufort Onde histórias criam vida. Descubra agora