CAPÍTULO 01

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Música: Doin' time — Lana Del Rey

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Música: Doin' time
— Lana Del Rey

Ser nascido em uma família rica não é necessariamente uma vantagem absoluta.

Para muitos, nascer em um berço de ouro e fazer parte de uma família onde o dinheiro não é um problema nem sempre é motivo de orgulho. Aliás, a famosa frase 'dinheiro não traz felicidade' nunca fez tanto sentido na vida de Calista Hoffman. Por trás da opulência, da altivez e do orgulho, escondia-se uma jovem aprisionada pelas vontades paternas, ansiando por liberdade para ser verdadeiramente ela mesma.

Mas para os vangloriados Hoffman, ser autêntico era considerado um sinal de fraqueza, uma aberração aos olhos da elite. Todos naquela família eram compelidos a usar uma máscara para ocultar seus verdadeiros sentimentos, tornando-se quase como autômatos. Calista detestava aquele ambiente, detestava como seu pai a privava de experiências que ela tanto ansiava, detestava a inércia de sua mãe diante da situação, e detestava como seu irmão era manipulado pelos próprio pai. O epicentro de todo esse ódio de Cali sempre recaía sobre seu pai.

Porém, a filha mais nova dos Hoffman estava presa em um ciclo interminável de expectativas, seguindo meticulosamente as regras estabelecidas por seus pais para manter a fachada de perfeição. Para Calista, sua única missão naquela arena era superar tudo e todos; ser a melhor. Não bastava ser a melhor dentro de sua própria família; ela tinha que brilhar em todos os aspectos, o que explicava por que Cali era reconhecida como uma das alunas mais inteligentes e populares da escola. Sua única rival era Lydia Beaufort, a sombra de James Beaufort e filha de um dos magnatas mais poderosos da região.

Se Calista tivesse que rotular os Beaufort com uma única característica, seria o egocentrismo. Contudo, Cali não poderia apontar uma única falha naquela família, pois seria pura hipocrisia vindo dela. Os Beaufort eram tão egocêntricos e pretensiosos quanto os Hoffman. As duas famílias eram rivais há décadas, engajadas em um jogo de poder onde cada uma ansiava pela queda da outra. Os Hoffman e os Beaufort eram proprietários das empresas mais renomadas do país, com reputação global. A luxuosa marca de roupas Hoffman's já existia há dois séculos, adornando nobres, príncipes, princesas, reis e rainhas. Os Beaufort não ficavam atrás; eles ostentavam uma marca de moda de longa data que conquistava a elite também, o sobrenome Beaufort tinha um peso enorme.

Calista jamais compreendeu a lógica por trás da rivalidade entre as famílias, esse incessante desejo de se derrubarem mutuamente. Para ela, as duas empresas seriam infinitamente mais prósperas se unissem forças. No entanto, a teimosia do pai de Calista foi tão obstinada que ele recusou quase instantaneamente a proposta de parceria feita pelo secretário executivo das duas empresas. A partir desse momento, a garota desistiu de tentar entender as decisões dos pais. No entanto, tinha uma certeza inabalável: um dia todo aquele império, erguido ao longo de décadas, estaria sob seu controle.

Com cabelos loiros radiantes e impecavelmente arrumados, a garota lançou um olhar terno pela janela de seu carro de luxo. Os irmãos Hoffman dirigiam-se para sua prestigiada escola, Maxton Hall, onde todos que estudavam naquele lugar eram destinado a ingressar nas universidades mais renomadas do país, como Oxford, Cambridge e uma infinidade de outras instituições cobiçadas.

MAXTON HALL, James Beaufort Onde histórias criam vida. Descubra agora