Ladrão de Espadas

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“Há corações que se perdem para sempre, depois da primeira vez que se corrompem

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“Há corações que se perdem para sempre, depois da primeira vez que se corrompem.”

Crown - Camila Cabello

Havia sempre uma saída para tudo, exceto, talvez, para a morte — foram as palavras que Jeongguk ouviu algumas vezes durante a vida. Sua mãe costumava dizer essas palavras quando fazia curativos em Jihye, ou quando ele e o pai apareciam com bolhas nas mãos e pele ardendo, depois de queimar e martelar aço por horas. Ela sempre tinha o remédio certo e mãos cuidadosas.

Se fechasse os olhos, Jeongguk podia ouvir a voz dela cantarolando aquelas palavras. Ele queria poder acreditar que sempre haveria uma saída para tudo, mas era um pouco mais difícil quando se tinha sido atravessado por uma espada. 

Um pequeno curativo não resolveria seu problema. Não era como um dos arranhões de Jihye, como uma das bolhas e contusões ganhas depois de um dia de trabalho. E o mais importante de tudo, sua mãe não estava mais ali para cuidar dele e do seu ferimento.

Fazia um bom tempo desde que deixou de ser um menino e ele teria de achar um jeito. Afinal, estava sozinho dali em diante.

— A coragem e a bravura, nas condições erradas, são pura estupidez. E você, Odiador de Cavaleiros Draconianos, tornou minha noite, naquele dia, muitíssimo menos entediante, mostrando-se o plebeu mais estúpido que já conheci em toda minha vida — uma voz cantarolou a alguns metros de distância.

Os olhos de Jeongguk mal se abriam. O azedume de mofo e urina estava por toda parte na velha cela em que ele se encontrava, assim como o aroma metálico de sangue parecia impregnado em sua pele e roupas.

Pouco a pouco, ele procurou pelo rosto de Jihye enquanto as memórias retornavam, mas a única coisa que viu foi a imagem do príncipe Kim, inclinado contra uma pilastra de pedra do lado de fora das grades de sua cela, parecendo bem confortável e despreocupado enquanto o encarava.

— Solte... a minha… espada! — disse Jeongguk. Sua voz saiu feroz, rouca e cansada.

Ele tateou o ombro e, para sua surpresa, no lugar da extensa ferida e do sangue quente jorrando, encontrou ataduras firmes presas em um curativo bem feito, algo que apenas mãos habilidosas e conhecedoras teriam sabido fazer. Ele pressionou o braço contra a barriga e tentou não movê-lo o melhor que pôde.

Taehyung o observou, parecendo particularmente interessado. Ele corrigiu a postura relaxada e fez alguns movimentos com a espada dele, apreciando o brilho reluzente da lâmina e exibindo sua confiança e habilidades.

— Tudo bem, darei outra chance para que diga as palavras adequadas. — Ele apontou a espada em direção a Jeongguk, gesticulando com a mão livre enquanto flexionava as sobrancelhas.

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⏰ Última atualização: Sep 01 ⏰

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