Em meio às imponentes paisagens e à mística atmosfera do Império de Daragon, o destino de Jeon Jeongguk, um simples ferreiro, é brutalmente desviado por uma série de trágicos eventos. Seu melhor amigo, Jung Hoseok, é sentenciado à morte sob acusação...
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"Seja o fogo, o golpe, e o martelo. Queime, resista e curve-se, mas nunca se quebre"
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Bound by Purpose
Em tempos remotos, onde os céus se tingiam de fogo e eram cortados pelo majestoso voo dos dragões, erguia-se o vasto e temido Império de Daragon. O grandioso berço dos Herdeiros de Bronze, cujo título se estendia para Mãe das Sete Casas Draconianas.
Entre os sete reinos que compunham o mosaico de terras e culturas sob o jugo de Daragon, sete casas draconianas governavam, cada uma vinculada a um dragão, do qual a força e batalhas eram tão reverenciadas quanto temidas. Contudo, as linhas que entrelaçavam a paz e harmonia das setes casas eram frágeis e pareciam sempre próximas de se romperem.
Deste império, rugia Ebarym, cujo trono estava assentado sobre o colosso Falange Negra, pai dos primeiros dragões de Ebarym. Reino conhecido como a primeira cabeça e a primeira asa do império, o lar dos dragões ébanos. Um reino de maravilhas temíveis, onde as habilidades de forja e controle do fogo eram tão essenciais quanto a bravura e a espada.
Era neste reino que vivia Jeon Jehun, um ferreiro cuja reputação ecoava pelos sete cantos do império, desde a vastidão do céu, até as profundezas do mar. Seus cabelos eram negros como carvão de sua forja e seus olhos cintilavam como o brilho do aço em brasa que moldava. Jehun era mestre tanto do martelo quanto das palavras de sabedoria que compartilhava com seu filho, Jeon Jeongguk.
Desde muito jovem, Jeongguk foi atraído para o calor da forja e introduzido à arte de curvar o aço e o metal, desde sua forma mais bruta até transformá-lo em obras de arte da guerra, uma tradição passada de pai para filho, como um tesouro mais valioso que o ouro ou as pedras preciosas que adornavam as coroas dos reis.
― Ah, pai, porque é que eu não posso ir e ele pode? ― reclamou Jihye, emburrada.
― Porque a forja não é lugar de meninas catarrentas, e porque sou mais velho e mais forte que você ― zombou Jeongguk.
― Eu sou tão forte quanto você, cala a boca, seu fedido! ― Jihye berrou, dando a língua para o irmão.
― Eu sou fedido e você ainda mija na cama, Jiji.
― Isso não é verdade! ― ela gritou.
― É sim! ― Jeongguk riu.
Jihye, enfurecida, agarrou uma das ferramentas do pai e a lançou contra Jeongguk, sem qualquer receio de machucá-lo.
Jeongguk desviou e encarou a irmã com uma cara jocosa. Seu pai lançou para ele um olhar de advertência.
― Já chega, vocês dois!
Jeon Jehun aproximou-se da filha e ajoelhou-se próximo a ela, segurando seus ombros pequenos e delicados.
― Um dia seu irmão será tão bom que ele mesmo forjará sua primeira espada, nesse dia, lhe ensinaremos a força que uma mulher pode ter. Até lá, você fica com a sua mãe, ela também tem coisas valiosas para lhe ensinar.
