Duelos até a Morte

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“As verdadeiras batalhas são contra os medos que carregamos dentro de nós”

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“As verdadeiras batalhas são contra os medos que carregamos dentro de nós”

Pyromania - Tomme

Na terra de Ebarym, onde o mar era negro e os céus sangravam, existia apenas uma coisa capaz de domar um dragão — a morte. 

Os Sombrios, bestas aladas de escamas pretas iridescentes, eram as criaturas mais ferozes das sete casas draconianas. A única fraqueza desses monstros era algo que nenhum exército, cavaleiro ou mestre fora capaz de usar contra eles: sua lealdade. Não aos seus iguais, não aos homens, não aos grilhões, mas a eles mesmos. 

A morte era a única coisa capaz de amansá-los. Ainda assim, havia quem gostasse de montá-los. 

Havia também quem dissesse que Jeon Jihye, se não tivesse nascido mulher, teria nascido Sombria. As semelhanças não eram poucas; afinal, ela tinha olhos oceânicos, negros e profundos, e o coração mais indomável que Jeon Jeongguk, seu irmão, já vira bater.

― Ainda está lutando com sua irmã preferida, lembra? ― disse Jihye, irritada.

― Você é a única irmã que tenho, Jihye ― respondeu Jeongguk.

― Mais um motivo.

Ela sempre berrava quando começava a ficar irritada. Não foi diferente daquela vez e não seria na próxima. Raiva queimava em suas bochechas; suor agarrava seus cabelos oleosos na testa; lama estava espalhada em seus joelhos, coxas e panturrilhas. Sua aparência desgrenhada, sua ira e os sinais de seu esgotamento não chegavam nem perto de amolecê-lo.

― Se queria alguma coisa mais fácil, por que não escolheu costurar uma saia ao invés de empunhar uma espada? ― ele a provocou.

Jihye era uma péssima costureira, sobrando para ele o trabalho de remendar suas roupas. Ela não lidava muito bem quando ele a lembrava de maneira zombeteira das habilidades que ela não dominava. Foi por tal motivo que ele flexionou as sobrancelhas de um jeito petulante que sabia ter poder para irritá-la, fazendo parecer que tinha dito alguma coisa que insultava a inteligência dela. Queria tentar mantê-la com o desejo espirituoso da agressão. Uma tolice, já que ela não precisava de nenhum incentivo. Jihye estava sempre com vontade de esbofeteá-lo.

― Talvez eu costure uma bela saia e use-a no dia em que atravessar minha espada nas suas bolas, tenho certeza de que não vai nem notar a diferença se as perder.

― Ah, você ainda sabe como ser uma dama? ― ele replicou, limpando o suor e o pequeno corte sangrando em sua testa.

Jeongguk aproveitou a pequena conversa deles para atacá-la, mas ela ergueu a mão esquerda com dois dedos cruzados, fazendo-o paralisar. Ela fez o sinal — o sinal deles, pedindo uma pausa. Depois, agachou-se e amarrou as cordas de suas botas. Ele revirou os olhos.

Daragon | TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora