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❝Eu disse anjo, woah oh oh

Você provavelmente nunca vai me querer de volta e eu sei disso, sim, eu sei que disso, ah cara

Eu disse anjo, woah oh oh

Sou tão insensível ao sentir essas emoções, sim, sem emoções, amor❞

Angel - The Weeknd

A semana se seguiu normalmente, Hyunjin e Felix não comentaram mais sobre o assunto, porém, a conversa daquele dia os aproximou muito

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A semana se seguiu normalmente, Hyunjin e Felix não comentaram mais sobre o assunto, porém, a conversa daquele dia os aproximou muito. Felix passou a frequentar o local onde Hyunjin estava passando as noites, conhecendo finalmente, Bang Chan, um velho amigo de Hwang. Que confessou já ter sido um anjo no passado, porém, que desistiu da imortalidade para viver como humano.

Bang Chan não contou muito de sua história, mas era possível ver em seus olhos que foi por amor, e que provavelmente essa paixão faleceu, já que Bang morava sozinho e parecia haver muito pesar em seu olhar quando falava sobre.

Entretanto, este parecia ser muito feliz, apesar de que às vezes ele parecia um velho rabugento. Mas Felix entendia essa preocupação, ele parecia mais um pai para Hwang do que um amigo.

Hyunjin havia chamado Felix para sua casa, pois parecia ter algo importante para dizer. Os dois sentaram no sofá e Chan colocou duas xícaras de chá para os dois - coisa que ele fazia frequentemente -, e antes de deixar os dois a sós sussurrou algo que Felix não pôde ouvir no ouvido de Hyunjin.

- Então, sobre o que você queria conversar? - Questionou com o mesmo sorriso doce de sempre no rosto.

- Eu queria te preparar. - Falou firme e com seriedade. - Como você já sabe, eu fugi. Isso quer dizer que devem estar à minha procura. - Felix franziu o cenho. - Querem me levar o mais rápido possível lá para cima, e não vão se importar se alguém se machuca no caminho. - Fez uma pausa. - Eu sou importante, se eu não estiver lá em cima ninguém pode realizar a minha função no meu lugar. Então eu gostaria que você viesse morar aqui, o Chan nos fornece proteção, aqui dentro os anjos não podem entrar. Eu também gostaria que você fosse para escola comigo, todo lugar comigo.

- Pff, isso é sério? - Ouviu um murmúrio de confirmação do outro. - Eu não posso desistir de ter uma vida por sua causa, Hyunjin.

- Eu sei. Eu também não quero isso. - Respirou fundo. - Mas vão atrás das pessoas que eu me importo, talvez até machuquem você para me atingir. - Felix pareceu surpreso ao ouvir aquelas palavras. - Aqui é a vida real, não é igual as histórias que você ouviu quando criança. Os anjos não são bonzinhos, não se importam com os humanos.

- Se eles não se importam com humanos, o que você está fazendo aqui? - Interrompeu, com um tom de voz irritado.

- Eu me importo com você! - Engoliu em seco, sentindo um amargor tomar conta de sua boca. - Eu sabia que você era especial desde o momento que te vi. Eu já pequei o suficiente apenas de ter te ajudado múltiplas vezes.

- Me ajudou quando?

Hyunjin sentia seu estômago se revirar, nenhum de seus esforços eram reconhecidos.

- Quando sua avó morreu, quem você acha que ajudou aquela dor passar mais rápido? - Bufou. - Eu sei muito bem da vida que levo, mas você não pode me ouvir somente uma vez? Acha que eu não sei que no fundo você ainda desconfia de minhas palavras? - Fez uma pausa, apesar de serem palavras fortes, não era uma discussão. - Eu acho que me apaixonei.

Confessou baixo, se sentindo envergonhado.

- Anjos não podem se apaixonar por humanos, Hwang Hyunjin. - Alfinetou.

- Acha mesmo que continuo sendo um anjo? Anjos não choram, mas eu chorei, chorei no dia em que te abracei, porque não suporto ver você sofrendo por um babaca que nunca deu bola para seus sentimentos e te traiu com a pessoa que você mais confiava. - Admitu. - Pode ver minhas asas? Eu sou humano agora.

- Por quanto tempo? - A voz grossa soou.

Os garotos olharam confuso para Bang Chan, que escutava a conversa a muito tempo. Ele saiu de onde estava e se aproximou dos dois adolescentes.

- Como assim? - Felix perguntou. - O que você não me contou?

- Anda, conta para ele. - O velho amigo disse, Hyunjin pareceu irritado, como se Bang houvesse estragado mais ainda a notícia ruim.

- O que Chan quis dizer é.... - Olhou para Bang como se pedisse ajuda, mas o amigo negou. - Só podemos ser humanos durante um mês...

- Mas você ainda tem tempo, não é? - Falou esperançoso, mas os amigos suspiraram em uníssono e Felix viu a cabeça de Hyunjin balançar e negação.

- Me resta mais alguns dias. - Confessou.

Lee pareceu tentar processar as palavras, não queria admitir, mas iria sentir falta de Hyunjin, foi ele que o confortou nos momentos difíceis, e se sentia mal por não saber que ele sempre esteve lá.

Hyunjin errou sobre algo, Lee nunca mais desconfiou das palavras dele.

E talvez essa fosse a maior prova de que ele estava se tornando humano, ele errou.

- Mas eu ainda poderei te ver, né?

Ouviu um suspiro pesado.

- É recomendado que depois deste tempo, todos os humanos que tiveram contato com o respectivo anjo, tenha as memórias apagadas. - Bang disse, pois sabia que Hwang nunca teria coragem de dizer aquelas palavras.

- E o Chan? Ele é humano, não é? - Sua voz falhou em esperança.

- Sim, mas para eu me tornar humano eu tive que abrir mão de muitas coisas. A principal delas; a eternidade. Quem não quer ser eterno? Os humanos são frágeis, olha para mim, eu tenho 30 anos, minhas costas doem, abri mão da eternidade para ficar com alguém que eu nem tive tempo de aproveitar.

Felix engoliu em seco e se levantou do sofá, deixando sobre a mesa as duas xícaras de chá intocadas e frias.

- Eu acho que isso é muito para mim processar, eu me importo com você, não quero que você vá embora, sei que tem pouco tempo que eu te conheço, mas ainda sim você se tornou alguém importante na minha vida. - Suspirou. - Eu vou para casa pensar um pouco, amanhã a gente conversa, ok?

Lee não deu tempo para que Hyujin dissesse algo e foi embora, deixando os dois amigos para trás.

- Amanhã já é tarde demais... - Murmurou para si mesmo no momento que Lee saiu.

- Eu avisei.

Iris | HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora