9. Os Monstros Lendários

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"Quem me dera, ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante. Mas nos deram espelhos, e vimos um mundo doente."

- Índios, Legião Urbana

- Índios, Legião Urbana

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🍃Seokjin 🐍

Frio. Estava extremamente frio.

Meu corpo estava tremendo um pouco, embora eu sentisse que estava completamente exausto. Com muito esforço fui abrindo meus olhos de forma bastante lenta e precária, pois nem para isso eu parecia ter forças suficientes. Minhas pálpebras estavam quentes e pareciam pesar toneladas.

Enquanto recobrava os sentidos do meu corpo aos poucos, senti meus pulsos dormentes e doloridos. Tentei mexer os dedos e em seguida meus braços. Foi quando eu finalmente me assustei de vez e forcei minhas pálpebras a se abrirem de forma rápida - e dolorosa - e fazerem o preto da minha vista se tornar um borrão, que subsequentemente fez imagens nítidas aparecerem no meu campo de visão.

Memórias estavam retornando para mim: eu e Taehyung tentando abrir um portal saltador para voltar ao Norte, aqueles seres que tinham uma energia muito mais forte e sombria para serem de lendas normais aparecendo e nos atacando. Eu passando meus poderes para Taehyung e o mandando embora, eu lutando com o tal Hyunjin porém claramente fraco demais para sequer me manter em pé por muito tempo. Um golpe final que não foi suficiente...

Balancei os braços mais uma vez junto de meus pés como se fosse para confirmar meu estado atual e levantei a cabeça.

Ambos estavam amarrados e presos com algum tipo de metal que eu não conseguia identificar bem o que era. Meus pulsos estavam me fazendo ficar pendurado no ar em uma rocha mais alta que parecia fazer uma curva em cima de mim, como uma lua crescente. Já meus tornozelos, em contrapartida, estavam presos por aquele mesmo metal curioso mas não atados a alguma rocha como meus pulsos. Havia pedras brilhosas de diferentes cores incrustadas ali e ao meu redor. Pisquei confuso tentando focar minha visão outra vez achando que estava vendo alguma coisa errada, eu não conseguia reconhecer aquele lugar. Nada me vinha à mente e...

Espera. Oh não, não pode ser...

Finalmente pensei comigo mesmo e fui notar o lugar onde estava me sentindo um tanto desesperado e aturdido. As possibilidades de estar naquele lugar começaram a me deixar ainda mais preocupado.

Estava cercado de mais rochas, pedras e pedregulhos menores. O chão parecia ser feito de uma areia fofa e vermelha, e em todas as rochas dali havia inúmeras outras pedras preciosas: ametistas, esmeraldas, safiras, diamantes e até mesmo rubis.

Como eu as conhecia? Bom, Cuca gostava de coisas brilhantes assim como Jackson era extremamente vaidoso. Aprendi a reconhecer esses itens de alguma forma.

Olhei para cima outra vez, tentando ver além do que a rocha onde eu estava preso me permitia enxergar. Parecia que havia sim um céu naquele lugar, mas ele era de um vermelho ainda mais escuro do que o chão, com nuvens arroxeadas se mesclando de um azul que me fazia lembrar de um céu a noite sem qualquer resquício de luz. E de fato não havia estrelas naquele céu, entretanto, ele possuía uma lua muito brilhante na mesma cor da areia fofa. Aquele vermelho vívido que lembrava sangue fresco. O que logo me fez pensar que aquilo era algo falso, um cenário praticamente montado, uma ilusão.

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