CAPÍTULO 8

12 0 0
                                    

Ficou em silêncio pelo que pareceu ser uma eternidade e então, por fim,
com uma dignidade que jamais sonhara possuir, olhou direto para Colin
e retrucou:
– Eu nunca pedi que se casasse comigo.
O rosto dele, já rosado, tornou-se rubro. Ele abriu a boca, mas não emi-
tiu nenhum som. Talvez, pensou Penelope com estranha satisfação, aquela
tivesse sido a única vez na vida que ele ficou sem palavras.
– E eu nunca... – acrescentou Penelope, engolindo em seco sem parar. –
Eu nunca falei a ninguém que queria que você me pedisse em casamento.
– Penelope – conseguiu, enfim, falar Colin –, eu sinto muito.
– Não tem do que se desculpar.
– Não – insistiu ele. – Tenho, sim. Eu a magoei, e...
– Você não sabia que eu estava aqui.
– Mesmo assim...
– Você não vai se casar comigo – declarou ela, a voz soando estranha e
falsa aos seus ouvidos. – Não há nada de errado com isso. Eu não vou me
casar com o seu irmão Benedict.
Até então, Benedict estava olhando para o outro lado, tentando não en-
cará-la, mas a partir desse momento passou a prestar atenção.
Penelope fechou as mãos ao lado do corpo.
– Ele não fica magoado quando eu digo que não vou me casar com ele. –
Virou-se para Benedict e forçou-se a fitá-lo diretamente nos olhos. – Fica,
Sr. Bridgerton?
– Claro que não – respondeu ele, com rapidez.
– Então está resolvido – disse ela decididamente, impressionada por, ao
menos uma vez na vida, estar conseguindo pronunciar as palavras exatas
que queria. – Ninguém ficou magoado. Agora, se me derem licença, cava-
lheiros, preciso ir para casa.
Os três cavalheiros no mesmo instante deram um passo para trás, a fim
de que ela pudesse passar, e Penelope teria escapado ilesa se Colin, de re-
pente, não tivesse gritado:
– Não tem uma acompanhante?
Ela negou com a cabeça.
– Eu moro logo depois da esquina.
– Eu sei, mas...
– Eu a acompanho – ofereceu Anthony com delicadeza.

Os Segredos de Colin BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora