CAPÍTULO 9

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– Realmente não é necessário, milorde.
– Permita-me – insistiu ele, num tom que deixava claro que ela não ti-
nha escolha.
Ela assentiu e os dois partiram rua abaixo. Após umas duas casas, An-
thony comentou numa voz estranhamente respeitosa:
– Ele não sabia que você estava ali.
Penelope sentiu os cantos dos lábios ficarem tensos – não de raiva, mas
de um misto de cansaço e resignação.
– Eu sei. Ele não é mau. Imagino que sua mãe o esteja pressionando para
que se case.
Anthony assentiu. O desejo de Lady Bridgerton de ver cada um dos oito
rebentos casados e felizes era lendário.
– Ela gosta de mim – declarou Penelope. – Eu me refiro à sua mãe. Temo
que não consiga ver além disso. Mas a verdade é que não importa muito que
ela goste ou não da noiva de Colin.
– Bem, eu não diria isso – refletiu Anthony, soando menos como um
visconde muito temido e respeitado e mais como um filho bem-comporta-
do. – Eu não gostaria de ter me casado com alguém de quem a minha mãe
não gostasse. – Ele balançou a cabeça num gesto que demonstrava grande
admiração e respeito. – Ela é uma força da natureza.
– A sua mãe ou a sua esposa?
Ele pensou por meio segundo.
– Ambas.
Caminharam por mais alguns instantes e Penelope deixou escapar:
– Colin deveria sair daqui.
Anthony a olhou, curioso.
– Como assim?
– Ele deveria sair daqui. Viajar. Não está pronto para se casar e a sua
mãe continuará pressionando-o, ainda que sem querer. Ela tem boas in-
tenções...
Penelope mordeu o lábio inferior, horrorizada. Esperava que o visconde
entendesse que ela estava criticando Lady Bridgerton. Até onde sabia, não
havia senhora mais digna em toda a Inglaterra.
– Minha mãe sempre tem boas intenções – comentou Anthony, com um
sorriso indulgente. – Mas talvez você tenha razão. Talvez ele devesse sair de
Londres. Colin de fato gosta de viajar. Acabou de voltar do País de Gales.

Os Segredos de Colin BridgertonOnde histórias criam vida. Descubra agora