– Realmente não é necessário, milorde.
– Permita-me – insistiu ele, num tom que deixava claro que ela não ti-
nha escolha.
Ela assentiu e os dois partiram rua abaixo. Após umas duas casas, An-
thony comentou numa voz estranhamente respeitosa:
– Ele não sabia que você estava ali.
Penelope sentiu os cantos dos lábios ficarem tensos – não de raiva, mas
de um misto de cansaço e resignação.
– Eu sei. Ele não é mau. Imagino que sua mãe o esteja pressionando para
que se case.
Anthony assentiu. O desejo de Lady Bridgerton de ver cada um dos oito
rebentos casados e felizes era lendário.
– Ela gosta de mim – declarou Penelope. – Eu me refiro à sua mãe. Temo
que não consiga ver além disso. Mas a verdade é que não importa muito que
ela goste ou não da noiva de Colin.
– Bem, eu não diria isso – refletiu Anthony, soando menos como um
visconde muito temido e respeitado e mais como um filho bem-comporta-
do. – Eu não gostaria de ter me casado com alguém de quem a minha mãe
não gostasse. – Ele balançou a cabeça num gesto que demonstrava grande
admiração e respeito. – Ela é uma força da natureza.
– A sua mãe ou a sua esposa?
Ele pensou por meio segundo.
– Ambas.
Caminharam por mais alguns instantes e Penelope deixou escapar:
– Colin deveria sair daqui.
Anthony a olhou, curioso.
– Como assim?
– Ele deveria sair daqui. Viajar. Não está pronto para se casar e a sua
mãe continuará pressionando-o, ainda que sem querer. Ela tem boas in-
tenções...
Penelope mordeu o lábio inferior, horrorizada. Esperava que o visconde
entendesse que ela estava criticando Lady Bridgerton. Até onde sabia, não
havia senhora mais digna em toda a Inglaterra.
– Minha mãe sempre tem boas intenções – comentou Anthony, com um
sorriso indulgente. – Mas talvez você tenha razão. Talvez ele devesse sair de
Londres. Colin de fato gosta de viajar. Acabou de voltar do País de Gales.