look for the boy with broken smile

(10) Eles encontram paz

Ricardus estava escondido estrategicamente em um canto escuro do corredor, aguardando o momento certo. Quando viu Harry passando apressado, provavelmente rumo à aula de Poções, deu um passo à frente, bloqueando o caminho do ex namorado.

— Harry, benzinho. — chamou, tentando manter a voz calma e persuasiva.

Potter arou abruptamente, estreitando os olhos ao vê-lo. Sentiu medo, como se um manto gelado fosse jogado sobre seu corpo, arrepiando a pele e congelando os músculos. Draco estava longe, ainda não haviam se visto naquela manhã. Havia acordado atrasado demais e saiu correndo em direção a aula.

— O que você quer? — perguntou, sua mão inconscientemente movendo-se em direção à varinha em sua cintura.

Ricardus levantou as mãos em um gesto pacificador.

— Calma. Eu só quero conversar.

— Mas eu não quero. — tentou passar pelo alfa, que esticou o braço e se colocou como um muro à sua frente.

— Não piore as coisas, não mais do que você já fez.

— Ricardus, sou um ômega marcado, terminei com você antes de ter qualquer coisa com Draco, isso tudo já ocorreu há mais de um mês. O que quer de mim?

Estava desesperado, Lestrange era descontrolado. E se ele tentasse o agredir ou pior, abusar dele? Tremia levemente, sua mão por dentro da capa apertava a varinha.

— Não consigo te esquecer ômega, não me importo se outro alfa te marcou. Eu vi em um livro que se eu te marcar por cima dessa marca, a minha pode prevalecer, nós podemos tentar Harry. Não coloque o nosso noivado no lixo por causa de um... Um merda como o Malfoy!

Potter de um passo para trás, estava cada vez mais assustado.

O alfa era uma figura que exalava um ar de perigo incontrolável. Seus olhos, a janela de sua mente perturbada, brilhavam com uma intensidade insana que era impossível ignorar. O olhar de loucura que habitava suas pupilas era profundo e perturbador, um mar agitado onde se podia ver reflexos de pensamentos caóticos e inconstantes.

Os olhos não paravam quietos, movendo-se rapidamente de um lado para o outro, como se estivessem procurando algo que não estava lá ou tentando fugir de visões que apenas ele podia ver.

As íris, de um tom que poderia ter sido tranquilo em outros tempos, agora estavam dilatadas, quase engolindo a cor ao redor, criando um contraste sombrio e intenso. Havia um brilho febril ali, uma faísca de loucura que revelava uma mente à beira do precipício. Era um olhar que transmitia tanto a fragilidade quanto a imprevisibilidade de alguém que poderia tanto implorar por carinho quanto explodir em violência.

As sobrancelhas de Ricardus, frequentemente franzidas ou erguidas em um arco de perplexidade, contribuíam para a expressão de uma mente descontrolada. Seus olhos eram rodeados por sombras escuras, fruto de noites mal dormidas e tormentos incessantes, dando-lhe uma aparência ainda mais sinistra e exausta.

— Preciso que você volte comigo. Eu vou te marcar e seremos felizes juntos.

— Eu não quero. Me deixe em paz!

A expressão calma de Lestrange se transtornou em um segundo.

— Você não tem querer porra! Você é meu! — agarrou o braço do ômega com força e Harry gritou, puxando a varinha e apontando para o alfa.

— Incarcerous!

Cordas voaram, amarrando Ricardus no chão.

Os alunos sairam correndo da sala de aula ao final do corredor. Uma mistura de vermelho e dourado, verde e prata.

— Sr. Potter! O que é isso? — Snape correu na direção dos dois alunos, mas Draco o ultrapassou, apertando Harry em seu abraço.

— Ele te machucou? O que aconteceu?

— ELE É MEU! — Ricardus rosnou do chão, se debatendo. Seu rosnado fez o ouvido dos ômegas doerem, inclusive os de Severus. Que grunhiu, jogando contra o aluno um feitiço calmante, que o fez desmaiar.

— Alunos, estão dispensados. — abanou a mão no ar. — Sr. Potter, preciso venha comigo, sr. Malfoy pode vir junto.

Snape carregou Lestrange com um feitiço até a enfermaria, o deixando aos cuidados de madame Pomfrey.

Os três caminharam através dos corredores até a sala do diretor Dumbledore.

Lá em cima, após longas explicações e algumas lágrimas de nervosismo que escaparam dos olhos verdes, Albus decidiu expulsar Lestrange, afinal não poderia deixar na escola um estudante que oferecesse risco a integridade de outros, já havia cometido erros assim e nunca terminou bem.

[...]

O tempo voou e a noite do baile de formatura chegou rapidamente em Hogwarts, o momento mais aguardado por todos os alunos. O final da jornada acadêmica.

O Grande Salão estava decorado de forma deslumbrante, com uma atmosfera mágica e encantadora. Lanternas flutuantes iluminavam o ambiente, enquanto os quatro brasões das casas reluziam em suas cores características. O som de risos e conversas animadas preenchia o ar, enquanto os alunos se reuniam em grupos, bebendo ponche e exibindo suas melhores vestimentas e trajes de gala.

As mesas estavam dispostas ao redor da pista de dança, adornadas com arranjos de flores encantadas que mudavam de cor conforme a música. Os professores supervisionavam o evento com um olhar orgulhoso, observando seus alunos celebrarem o fim de um ciclo.

Dançavam ao som de músicas mágicas, algumas antigas e outras mais contemporâneas, criando um ambiente de alegria e nostalgia. Casais rodopiavam pelo salão, enquanto outros se divertiam conversando e compartilhando momentos de amizade.

É uma noite de celebração e despedida, onde os estudantes podem deixar de lado as preocupações acadêmicas e simplesmente desfrutar da companhia uns dos outros, criando memórias que durarão uma vida inteira.

Draco, com sua postura altiva e elegante, conduzia Harry pela pista de dança com confiança, enquanto Harry seguia seus passos com uma mistura de surpresa e encantamento. Entre os giros e passos sincronizados, seus olhares se encontravam em meio aos sorrisos.

Em meio a uma dança lenta, seus rostos se aproximaram, os olhos fixos um no outro, e seus lábios se encontraram em um beijo suave, repleto de significado e promessas.

Enquanto continuavam a dançar, o baile testemunhava não apenas uma celebração de formatura, mas também o início de uma nova história, onde alfa e ômega descobririam como é ter um lar, como é se sentir parte de algo maior, como é ter uma família.