Divórcio (parte II)

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Duas semanas depois...

Meus dias sem contato com Carol tava insuportável. Mas eu seguia machucada, com meu coração partido em milhões de pedaços, eu sinceramente achei que ia passar e ia conseguir conversar com ela alguns dias depois, mas já passaram 2 semanas e só de pensar em falar com ela eu sinto um misto de emoções. Nessas  semanas meu celular estava desligado pois não queria falar com ninguém. Eu precisava falar com as meninas da galeria e tive que ligar meu celular.
Uma enxurrada de notificações chegavam, meu celular ficou vibrando por um longo tempo,e eu pacientemente esperei. Ao final da última notificação, meu celular tocou, era da galeria

- Alô Natália?

- Oi, já ia ligar pra vocês

- Nossa como é bom ouvir tua voz, você está bem?

- Estou, amanhã vou passar por aí para organizar algumas coisas, devo voltar ao Brasil ainda esse mês, preciso organizar minhas exposições nessas 3 semanas, tudo bem?

- Vais embora mesmo?

- Sim, nada mais me prende aqui. Amanhã as 8 estarei aí tudo bem?

- Sim, vamos esperar você.

Desligo o celular e vou conferir meu WhatsApp. Inúmeras mensagens do meu irmão, no grupo com as meninas e exatamente 3458 mensagens da Carol, sem contar nas ligações dela, aquilo me deu um aperto no peito, ela devia estar enlouquecendo.... Aquilo me deixou pensativa por algum tempo, e o toque do celular me fez assustar atendendo a ligação sem querer.

- Alô?

- Oi quem é?

- Sou eu, você não têm mais meu número?

- Oi Carol, o celular caiu, e atendi sem ver quem estava ligando

- Por favor me deixa ver você, eu te imploro. (Com voz de choro)

Eu estava com o coração apertado por saber o quanto ela estava preocupada, então sem questionar eu aceitei

- Tudo bem, vou na sua casa hoje à noite, umas 20h. Até.

Desliguei o telefone...

Estava com o celular na mão ligando e ligando para Natália, o que virou costume nessas  semanas que ela simplesmente sumiu, quando finalmente o celular tocou, depois de duas longas semanas, que pra mim mais se pareceu com dois anos. No segundo toque ela atendeu, eu fiquei incrédula, ela pareceu assustada sei lá, não sabia que era eu, mas sem relutar ela aceitou me ver, eu sinceramente não esperava por isso.
Larguei minhas coisas na universidade e parti pra casa. Ninguém ali sabia o que estava acontecendo comigo, sai com tanta agonia que não percebi que Sônia ( outra professora que divide o laboratório com Carol) estava atrás de mim, e esbarrei nela sem querer.

- Nossa Carol, você está bem? Estais atrapalhada nessas últimas semanas, já vi você chorar, fica nesse telefone ligando pra alguém que nunca chama, sei que não nos conhecemos direito, mas podes confiar em mim.

Carol começa a chorar!

-Eu fiz uma burrice tão grande, que afetou meu casamento, que tenho quase certeza que acabou.

- Isso foi pelo beijo?

- Que beijo? Como sabes do beijo?

- James me falou, ele contou o que aconteceu naquele dia.

- Ele me beijou! Eu estava tão preocupada em me enturmar que não me dei conta que ele estava dando em cima de mim. Na real eu estou tão preocupada em me esconder em não me revelar por inteiro que acabei com a minha vida eu acho.

-Era bem nítido que ele estava te paquerando. Mas te entendo. E que medo é esse? Como assim se esconder?

- Eu preciso ir, preciso resolver umas coisas em casa.

- Tudo bem, mas Carol, eu posso ser sua amiga se deixar, e eu quero de verdade. Você não precisa se esconder ou fingir ser algo que não és.

Se abraçam, e Carol sai.

Chego em casa meio desnorteada, e muito preocupada e ansiosa com esse encontro com Natália, eu só quero pedir desculpas, e que fiquemos bem.
Arrumo as coisas em casa peço comida e espero ansiosamente!

Eu sabia que devíamos conversar, e mesmo muito machucada eu sei como ela deve estar desesperada, mas já me arrependi de aceitar esse encontro, não sei se vou conseguir conversar, fiquei horas enrolando em casa, tentando arrumar coragem, ou de ir ou de desistir. Mas deve ser melhor tirar o curativo de uma vez só.
Me arrumo e sigo até a casa da Carol.
Chego no prédio, entro..

Porteiro:  - Boa noite dona Natália,  quanto tempo!
- Oi seu Jorge, boa noite

Segui até o elevador, apertei o andar e subir, um frio na barriga surgiu, minhas mãos geladas, meu coração acelerado, mil pensamentos, e nada do elevador chegar...

Natália marcou comigo as 20h e já  era 22.... Eu estava sem dormir essas  semanas que eu acabei pegando no sono...

Enfim cheguei, sai do elevador dei uns passos até a porta, peguei minha chave e abri a porta, um silêncio assustador, fui entrando com cuidado, passei pelo sofá e vi ela ali, deitada, dormindo, a mesa arrumando com comida e bebida, ela nitidamente estava nervosa, era comida pra 10 pessoas.
Fiquei em pé olhando pra ela, comecei a chorar, em silêncio para ela não acordar. Fui até a cozinha, peguei um bloco de papel e deixei um recado...

Eu passei aqui, cheguei tarde por motivos de não querer vim, mas vim para que você pudesse me ver e eu você. Infelizmente estavas dormindo, me desculpe.  Eu tô bem não se preocupe. Espero que estejas bem também. 
Obs:Não se assuste se amanhã quando chegar do trabalho e algumas malas tiver sumido, eu irei precisar delas.
Com Carinho Natália Cardoso!

Deixei o recado sobre a mesa, a cobri, e fui embora...

CONTINUA...

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