Acordei umas 5 da manhã, sem entender direito, estava no sofá coberta, a comida foi guardada, e então vi o bilhete.
Li várias vezes... e lágrimas rolaram meu rosto, ela estava bem sem mim?
Eu estava péssima!
Sem comer, sem dormir...
Eu definitivamente não estava bem!
No bilhete ela diz que vai vim aqui, ela vai esperar eu sair para trabalhar, então não irei, vou esperar ela aqui.Eu acordei cedo, organizei uns materiais e fui até a galeria, essa semana a exposição ia ser do meu casamento, mas decidi expor as fotos que tirei da cidade, das pessoas, como uma maneira de me despedir.
As exposição sobre amor, que teriam fotos nossas, das nossas amigas e tudo mais, já estava pronta. Cheguei na minha sala e me deparei com todos os quadros prontos, me sentei por uns minutos vendo Carol e eu, e quanto tudo mudou, me pergunto se serei capaz de perdoar. Com toda essa emoção, lembro que devo ir na casa dela buscar roupas minhas e algumas coisas que quero levar de volta ao Brasil, guardo os quadros em caixas, separo as fotos das meninas pra presentear, já as fotos minha e de Carol, coloco em outra caixa, por não saber o que fazer neste momento, e saio.Chego no prédio, entro, aquele misto de emoções começam a me invadir novamente, entro no elevador, e novamente aquela eternidade, finalmente chega, alguns passos e novamente estou frente aquela porta, minha mão gela...
Calma Natália, ela nem está em casa, só precisa ser prática, pega tudo que precisa e sai, simples e rápido.
Pego minha chave, abro a porta, entro, silêncio absoluto, passo o olho rápido pela sala, olho para a cozinha, vejo meu bilhete pregado junto com outro bilhete, me aproximo para poder ler.
Você demorou bastante, peguei no sono, coisa que eu não fazia nessas semanas que esteve fora. Obrigada por aparecer, isso me acalmou e me vez apagar. Espero de todo coração que não pretenda ir para o Brasil sem ao menos me ouvir. Pegue tudo o que precisar.
Com amor sua Carol.Minha? Ela já não era minha. Nem me dei o trabalho de responder, eu sabia que ela estava em casa, soltei o bilhete e fui em direção a porta.
Barulho da porta do quarto abrindo...
- O que foi que denunciou?
- A penúltima frase.
- Você não vai virar pra mim?
- Não consigo. Deixa eu ir por favor.
Senti ela bem atrás de mim, me abraçou e meu corpo todo tremeu, eu gelei, respirei fundo, ela foi me virando.
- Eu não sei se consigo te olhar
Eu já estava de frente pra ela
- Olha pra mim, por favor, abre os olhos.Abri os olhos lentamente, lá estava ela, nossos olhos se encontraram, lágrimas escorriam pelo rosto dela, a puxei pra mim, ficamos ali naquele abraço por um longo tempo... Uns minutos depois, tentei sair dali, Carol precisa me soltar, já que não vou consegui sair daqui,vamos sentar e conversar.
Fomos até o sofá, ela sentou, e eu sentei um pouco afastada dela, tive medo de voar em cima dela e a beijar e esquecer de tudo, mas meu coração seguia partido.- Natália, precisas acreditar em mim, ele me beijou sem nem eu ter tempo de recuar. Sônia me disse que ele estava dando em cima de mim desde que cheguei, mas eu não percebi, tava muito ocupada, você sabe.
- Sei, ocupada demais, se escondendo, fingindo ser casada com um homem, eu sei bem. Isso tudo eu já sabia Carol. Estamos perdendo tempo aqui.
- Eu te amo Natália, quero você de volta, quero nossa vida de volta. Tô 2 semanas sem comer, sem dormir, sem trabalhar, tô no piloto automático. Não aguento mais ficar assim. Me desculpa.
- Me diz como vou apagar isso Carol? Me diz como vou confiar. Você está mentindo pra mim em quase 1 ano que estamos aqui, escondendo, fingindo. Como achas que eu estou? Eu abandonei minha vida no Brasil, mesmo que não seja grande coisa pra você, pra mim é muita coisa.
- Me desculpa por isso, falei sem pensar, claro que deixou muita coisa pra me seguir até aqui. Você não precisa se preocupar com ele eu prometo.
- Eu preciso me preocupar sim, já que agora voltou a ser hetero né? Fora que eu não vou fingir ser o que não sou. Não vim até aqui pra fingir ser sua amiga. Fiz isso muitos anos da minha vida.
- Não precisa fingir, vocês nem se conhecem.
- Depois dessa frase eu vou me calar. Essa conversa acaba aqui, vou arrumar algumas coisas que quero levar de imediato e depois mando alguém aqui buscar o resto.
- O que eu fiz agora?
- Você só confirmou que mesmo depois de tudo não contou que somos casadas, e que não têm intenção de contar.
- Não foi bem isso que eu disse.
Natália seguiu até o quarto pegando algumas roupas, sapatos, jóias, bolsas, material de trabalho, e algumas outras coisas...
Carol estava desesperada, só andava atrás de Natália pedindo pra ela não ir.
Natália estava próximo da porta- NATÁLIA, por favor não vai, fica, me diz o que eu devo fazer, eu faço.
Natália se virou
- Certo, liga pro laboratório, diz pra eles que somos casadas, agora, liga.
- Eu não posso fazer isso.
- Então, eu também não posso ficar...
Fica bem por favor, se cuida.
(Elas começam a chorar)
Carol, eu te amo, te amei por anos sem nem me dar conta, depois te amei em segredo, depois te amei mesmo quando você disse não me amar, e te amei ainda mais quando você descobriu me amar. Eu me mudei pra cá por você, e me mudaria pro Alasca se fosse preciso, pois eu te amo, amo tanto que chega a doer. Amo tanto que mesmo com meu coração em mil pedaços tô aqui lhe dizendo palavras bonitas pra que você perceba que és incrível, e que merece estar aqui e o cargo que tens. Mas pela primeira vez eu preciso me amar um pouquinho mais e ouvir a razão, porque meu coração, por mais machucado e despedaçado, ele pede pra eu ficar aqui com você. Mas eu não posso sabe? Não consigo participar desse teatro que você escolheu viver. Espero que você perceba que amar alguém é mais importante que aparências. Você é incrível do jeito que és, não precisa se esconder.
Quanto chegar no Brasil, resolvo o divórcio, mando pra você assinar, quando tiver tudo pronto.
Seja feliz Ana Carolina. Adeus...Natália sai dali com o coração partido, entre choro e desespero.
Carol fica ali, em prantos vendo o amor da sua vida partir...CONTINUA
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor de Narol
FanficMomentos Narol, desde a declaração de Carol, e outros acontecimentos. Alguns baseados na novela e outros inventados