Sétimo capítulo: Entre Lembranças e dores- A despedida das cicatrizes

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Todos no orfanato dormiam pesivelmente, mesmos que Elizabeth não tivesse pregado o olho a noite inteira.

Todos os anos que ela passou nessa espelunca sem nenhum tipo de estabilidade emocional ou afetiva ou qualquer outra tipo de coisa que ela precisava, todos esses dias, um por um passavam pela sua mente como um filme de angústia que cortava seu ar a cada lembrança. Todos os abusos que teve, todos os momentos cruelmente vividos estavam começando a enlouquecer-la.

Mas a angústia de saber que daqui poucas horas todas as coisas que tava acostumada não seriam mais as mesmas, só estavam acumulando dúvidas e mais dúvidas.

Ela partiria desse inferno mas não sabia se tava indo para um pesadelo pior.

A pouca estabilidade que essa jovem tinha estava se rompendo na frente de seus olhos.

Ela nunca foi para fora do castelo, não sabia o que esperar de um lugar que nem nos seus sonhos pensava em conhecer.

Todas as dúvidas a matava por dentro, a consumindo pouco a pouco sua alma.

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As horas se passaram e nada mudou.

Mas o sol tinha acabado de nascer e a jovem acabado de  colocar o vestido que a Madre tinha dado para ela

 e de pegar sua mala na mão, enquanto olhava para traz vendo sua antiga cama que nunca mais ela poderia deitar enquanto lembrava de seus pais

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e de pegar sua mala na mão, enquanto olhava para traz vendo sua antiga cama que nunca mais ela poderia deitar enquanto lembrava de seus pais. Todas as lágrimas que ela já chorou tavam lá mas nada mais importava porque essa angústia ela não deveria mais suportar.

Ela fecha a porta sem olhar para traz, deixando as que dormiam terminarem seu ciclo de sono.

Ela andava pelos corredores lembrando de todos os seus momentos vividos lá.

No meio de todos os traumas e feridas tinha uma pessoa.

Uma menina de 10 anos morena dos olhos marrom. Sua única amiga.

Elas chegaram no orfanato na mesma altura quando tinha 6 anos. As duas sempre se protegeram uma a outra e viveram muitas aventuras mas 4 anos depois tudo mudou.

A Judite foi adotada por um casal super simpático que não podiam ter filhos. A separação das duas foi sua maior dor depois da morte de seus pais.

A separação não foi a maior causa desse sofrimento mas sim o que veio com a falta de sua fiel escudeira. Sem a Judite ninguém a protegia. Sem a Judite as meninas começaram a fazer bullying bem mais pesado. Sem a Judite o professor conseguiu abusar dela durante todo esse tempo. Sem a Judite ela se sentia só novamente.

Mas elas não pararam de se falar. Apesar da distância, elas se escreviam cartas.

Mas esse resto de esperança de não perder sua amiga acabou quando ela descobriu em sua última carta que o mesmo só foi enviada para avisar que sua querida amiga Judite iria morrer em menos de um mês por causa de um câncer que foi descoberto a pouco e já estava num caminho sem volta. Ela só tinha de esperar a morte vir a buscar enquanto ela se entupia de remédio para que ela não sofresse.

As lembranças dessa época da vida faziam seu coração apertar cortando sua respiração. Ela para com a respiração acelerada e lágrimas e mais lágrimas que caiam pelo chão.

O som de seu choro enchiam o silêncio dos corredores vazios.

“- Pare de chorar. Está mais feia que o normal.”

Ela olha para traz e vê a Madre com sua cara abitual.

“- Deveria estar feliz. Vai sair daqui, não precisará lidar mais com os seus colegas e nem com seu professore abusivo”

“- A senhora sabia e não fez nada durante 6 anos. Eu fui abusada deis dos meus 10 anos e a senhora não fez absolutamente NADA.”

“- Você queria que eu fizesse oque?
Tivesse piedade da senhorita?
De uma filha de lilith?
Me poulpe de suas acusações. Fiz só o que a senhorita merecia.
Seu professor descobriu sobre suas origens impuras, nada mais justo do que você pagar para ele não decidir te matar.
Você deveria ser grata que um homem de respeito como o sr. Frank decidiu ter intimidades com uma pessoa impura como a senhorita.
Acho que intende minha posição?”

“- Como irei descordar da grandiosicima Madre superior Maria Izabel dona do orfanato da luz de nossa senhora de Sajina.”

“- boa viagem vos desejo”

“- Obrigado. Espero que aproveite o chá que fará com as lindas flores que recebeu da família real em troca de minhas funções”

“- Obrigada, aproveitarei muito bem”

diz a velha se pondo de costa e indo em direção de seu escritório.

A jovem dos cabelos pretos dá uma leve risada enquanto olha para os 4 molhos de flores secas da 4 luas.

“- Vamos ver quem é que vai fazer ótimas infusões com essa flores sagradas.
Ela recebeu essas flores por minha causa. Nada mais justo do que eu pegar elas para mim.”

Diz ela em sua cabeça enquanto cantarola pelos corredores, alegre por sua artimanha.

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Os portões do orfanato estavam abertos. Ela começará a dar pequenos passos. Ela coloca um de seus pés fora das delimitações e uma sensação de liberdade e de conquista atravessavam o seu corpo. Agora direção aú castelo da família real.

 A herdeira dos sete mare: A jornada da última pirataOnde histórias criam vida. Descubra agora