Décimo capítulo: O pecado da intolerância- A história do preconceito

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“- Como ela ousa falar assim comigo, eu sou o futuro rei.
Eu sou a representação do Deus do Sol.
Nunca ninguém falou comigo daquele jeito… que ódio daquela… eu não permito ela zoar a minha altura.
Eu vou… eu vou…”

gritava ele para as quatro paredes de seu grande quarto luxuoso.

Edgar andava e andava de um lado para o outro. A cólera tomava conta de seu ser.

Nunca ninguém se permitia falar assim com ele. Ela era diferente. Estranha. Esquisita.

“- Ayana…?”

“- Oi?”

“- Porque vc virou freira?”

“- Porque minha mãe era negra”

“- E o que isso tem aver com vc ser freira caralho?”

“- Olha boca menina”

“- Desculpa”

“ minha mãe era negra e teve um caso com um homem branco isso fez com que eu nascesse parda e considerada um pecado”

“- Por isso que não se vê pessoas de etinias diferentes como casal”

“- Isso mesmo. Todos tem os mesmos direitos mas só uma regra: não se misturais”

fala ela enquanto senta do lado da Elizabeth.

“- Mas porque é considerado pecado?”

“- Vc faz muita pergunta, mas eu vou responder.
Se eu não me engano a história disso tudo foi lá no começo do mundo quando Adão e Eva já estavam fora do paraíso.
Eles tinham comido o fruto proibido e tinham o conhecimento do mal mas comer a fruta não tinha sido um pecado, então eles sabiam o que era mal e ainda não tinham cometido um pecado.
Anos depois eles tiveram Caim que era branco como as asas de um anjo e logo depois tiveram Abel com a pele preta como a noite.
Dois homens com belezas incomparáveis.
Por inveja Caim matou Abel e se cortou no processo, fazendo com que o sangue dos dois criasse uma jovem de pele parda e extremamente atraente.
Ilayafa era o pecado vivo.
Ela nasceu a partir do primeiro pecado da humanidade.
Por isso que em creatico (antiga língua desse mundo ) ilayafa significa pecado ou tentador.
E daí que vem aquele ditado
“fay ilayafa xadeque mor ilayafa rarduc”
ou
“o pecado sempre será mais tentador””

“- Quem legal, pensava que isso tudo era só um monte de pessoa intolerante”

“- Mas é”

“- Como assim ayana?”

“- Eles colocam a culpa em um grupo minoritário para poder desviar a atenção das atrocidades que eles fazem.
Eles usam contos e lendas para justificar essa intolerância toda.
Não conta para ninguém sobre isso. Se descobrirem que fui eu que contei tou morta”

“- Minha boca é um túmulo. Mas oque que eles falam ?”

“ Você faz muita pergunta, isso é bom. Mas respondendo a tua pergunta. Vc sabe sobre a reencarnação de ilayafa ?”

“- Não”

“- Em que fim de mundo você morava ?”

“- Querida eu morava em um orfanato a 4 horas daqui, vc queria oque?”

“- Bom, acreditão que em uma dessas misturas de etinias teria a reencarnação da ilayafa”

“- Caraca, não sabia disso tudo. Mas no fim vc explico muita coisa mas não responde o pq de ter de virar freira?”

“- Como eu sou mestiça ou era prostitutiçao ou era freira ou era me casar com alguém com título.
Mas a última opção é praticamente impossível pq eu sou considerada infértil por ser parda.
Então ou era fudida em troca de poucas peças de bronze ou fazia juramento de castidade.
Acho que vc sabe qual eu escolhi”

as horas se passaram e elas fofocavam até que a hora de dormir chegou e ela tava precisando. Por que amanhã será um dia bem puxado.

 A herdeira dos sete mare: A jornada da última pirataOnde histórias criam vida. Descubra agora