01: Tudo tem um motivo para acontecer

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Aviso: Os Diálogos em negrito são em língua inglesa, contudo traduzidos para o português.

Richard Sartori, ou, para o público, Rick Sartori era ator desde os dezesseis anos, quando foi descoberto por Jonh, seu empresário. Em seu primeiro trabalho, foi um dos protagonistas de uma série adolescente de comédia. Seu pai, Nicholas Sartori, tentou convencê-lo de todas as maneiras a permanecer em Chicago, mas não conseguiu. Após finalizar a High School, aos dezoito anos, Rick passou a morar definitivamente na Califórnia. Ficou na série adolescente até os seus vinte e dois anos. Nesse período, tentou gostar das farras, das festas e bebedeiras. Não teve sucesso. Além disso, John o mantinha afastado de qualquer um que pudesse ser má influência. Prometera a Nicholas que cuidaria de Rick e o manteria longe de problemas.

Rapidamente, John foi incluindo Rick no mundo dos anúncios e campanhas de marketing de grandes marcas, principalmente europeias. Rick desenvolveu um lifestyle focado em manter seu principal objeto de trabalho: seu corpo e sua aparência. Há seis anos, entrou para o elenco de outra série. Desta vez, um drama policial e de investigação, que já iniciava a sexta temporada e era febre no Brasil.

Rick era um homem de pouquíssimos amigos. Era solitário, considerado antissocial nos bastidores e fora deles. John era sua companhia nos principais feriados, além de também acompanhá-lo nas visitas à família materna no Brasil. Inclusive, há dois anos ele não a visitava devido à presença corriqueira de seu pai, que preferia evitar. Pensava em Nicholas como um exemplo de falso cristão que fingia se importar com todos, cuidar de todos, servir a todos, mas que não conseguia fazer o mesmo por quem realmente importava.

Rick havia acabado de pousar na Los Angeles, mas como sua casa estava na reta final de uma reforma, seguiu de táxi para o hotel preferido na cidade. O motivo: amava o cheeseburguer servido no restaurante.

O saguão estava lotado, era verão nos EUA. Não demorou para que uma das recepcionistas o reconhecesse e o atendesse prontamente. Pediu para que ele esperasse por alguns instantes até o quarto ficar pronto. Então, Rick foi para a área externa onde tinha uma piscina, encontrou uma mesa vazia e se sentou embaixo do sombreiro, utilizando o tempo de espera para ligar para seu empresário, John.

― Hey! Já tenho uma resposta. ― Informou Rick ao perceber que a chamada foi aceita.

― Oi, boa tarde, estou bem sim. Obrigado por perguntar! ― John ouviu Rick rir ― Diga de uma vez!

― Vou fazer "Na Harmonia da Fé".

― O brasileiro?

― Sim. Pode confirmar minha presença e quero que eles fiquem com meu cachê.

― Tá falando sério? Pelo menos você conhece o livro em que ele é baseado?

― Yep! Só preciso que informe a eles que eu quero participar, mas que quero sigilo a respeito.

Rick conseguiu ouvir o suspiro impaciente de John.

― A cerimônia vai ser que horas mesmo?

― As 16h.

― Posso pelo menos tentar convencê-lo do contrário?

― Já tomei a minha decisão. Vejo você mais tarde. Até.

― Até.

Rick ficou por mais um tempo na área da piscina. Sentia dúvida quanto seu futuro na série policial. A última temporada – que ainda não tinha ido ao ar – foi fechada com um suspense: a morte ou vida do seu personagem dependia exclusivamente da sua vontade de continuar no elenco ou não. Durante seis anos fazendo o mesmo personagem, colecionou elogios quanto a sua performance. Fez outros três filmes entre os intervalos das temporadas, todos também de ação, e nestes colecionava críticas. Nunca se importou com elas até seu último filme. As notas eram do tipo: "tão raso quanto todos os personagens que faz"; "novamente, Rick Sartori entrega mais do mesmo" e ainda, "nada de novo sob o sol, quando o assunto é Rick Sartori: apenas um rosto bonito em meio a pancadaria".

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