12: Sushi

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Quando Rick acordou no sábado, já passavam das dez da manhã. A noite anterior foi dividida entre uma ida ao shopping, leitura da bíblia, conversa com seu pai, Nicholas, um pouco de piano e então, finaliza, lendo um exemplar do livro de Diana, o quase best-seller. Não lembrava quando leu um livro de ficção. Achou o livro tão instigante, que só conseguiu dormir, após finalizar a história.

Enquanto segurava uma xicara com café, lembrava da última conversa com ela e de sua demonstração de ciúme. Ciúme. Não era comum sentir e não gostou da sensação. Queria consertar o que houve e já que ela desejava esquecer a conversa, precisava por outra no lugar.

Decidiu convidá-la para o almoço e então, ligou para seu número. Ficou batendo a xícara vazia no balcão ao mesmo tempo em que ouvia o tom da chamada até cair na caixa postal. Tentou de novo e teve o mesmo resultado. Então, decidiu recorrer a única pessoa que poderia ajudá-lo naquele momento.

― Bom dia, Seu Guto! Como está?

― Bom dia, abençoado! Está tudo na paz de Deus.

― Ótimo. Sabe onde posso encontrar a Diana? Estou tentando falar com ela.

― A Diana vai passar o dia na livraria hoje. Quer dar uma passada por lá? Vou te mandar a localização.

Seu Guto parecia adivinhar seus pensamentos. Rick gostava dele. Sentiria saudades da família Braga quando voltasse para os EUA.

― Eu agradeço. ― Respondeu Rick.

Trocaram ainda mais algumas palavras até que Rick se arrumou, pegou seu novo livro e seguiu ao encontro de Diana. Decidiu que não pensaria no seu retorno, não ainda. Foca no presente! 

O início da tarde estava nublado, as nuvens pesadas e o clima ainda mais quente. Rick decidiu ir de Uber, mais cômodo e não precisaria se preocupar em encontrar um lugar para estacionar o carro. Como as chances de ouvir um não eram altas se a convidasse para o almoço, levaria o almoço até ela. Após parar num restaurante conhecido, seguiu o resto no caminho a pé. A livraria não era muito longe dali e não teve dificuldades para encontrá-la.

Era uma livraria de esquina, com a fachada marrom, lâmpadas amarelas e piso de madeira. Além de livros, contava com uma pequena cafeteria. Rick entrou e foi tomado pelo cheiro de café e chocolate. Ouviu uma música lenta, a qual não reconheceu. Tinha apenas dois clientes em um dos corredores, então ele aproveitou para dar uma olhada no ambiente.


Diana estava no caixa quando viu Rick em frente a uma das prateleiras reservadas aos livros de ficção. Achou que visão pudesse ser produto da sua fome, já era quase uma da tarde. Não atendeu as chamadas de propósito, não apenas pela última conversa, mas principalmente pelo que ouviu de Brenda. E agora ele estava ali, com sacolas... talvez estivesse passando e por acaso entrou. Seria apenas coincidência. Sério Diana, coincidência?

― Precisa de ajuda ou já tem algo em mente? ― Disse Diana ainda no caixa.

Rick nem tentou esconder o sorriso quando a viu. Ela não parecia chateada, pelo menos isso.

― Tenho algo em mente. ― Rick pegou sete exemplares do livro de Diana, iguais ao dele, e seguiu até o caixa. ― É uma leitura cativante.

― Vai levar sete? ― Perguntou Diana.

― Na verdade, eu levaria milhares deles, mas a autora é orgulhosa. ― Brincou Rick.

― A autora acredita no próprio trabalho. É uma história muito boa.

― Será que ela autografaria? Ou é daquelas metidas?

― Ouvi dizer que ela é uma querida. Soube até que alugaram uma sala de cinema para ela.

Caminho de Redenção | RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora