16: Não sou mais um estranho

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No sábado, Rick se dedicou ao estudo da Palavra. Passou horas conversando e aprendendo com seu pai. Leu o estudo enviado por Michel e não ficou tão ansioso para a resposta de Diana quanto achou que ficaria.

À noite, entrou em contato com Barbara e perguntou sobre a música e a filmagem da cerimônia. Depois de assistir à gravação, ele ficou exatamente como a maioria dos convidados ficaram: olhos inchados e vermelhos de chorar.

Lembrou-se que não conseguiu perceber no dia que John estava triste, que o pedido inesperado de férias do amigo era referente ao pavor que sentiu ao encarar a verdade sobre o casamento e sobre o papel de um esposo. Rick tentou ligar para o amigo, mas não teve sucesso. Quando orou, pediu a Deus que o ajudasse.

Ainda não sabia como seriam os detalhes do seu próprio casamento, apenas que era por Diana que esperaria no altar. Que era por ela que esperava, mesmo sem saber que estava esperando por alguém. Então pediu a Deus uma forma de provar que era tão convicto quanto ela. Rick estava prestes a ver que Deus não só escuta nossas orações, como as responde.

Pesquisou a música enviada por Barbara. A introdução era com o piano, então sentou no banco no seu próprio piano acústico e começou a tocá-la a partir do que ouviu, afim de testar os seus ouvidos. Conseguiu, sua habilidade nata ainda estava lá. Rick constatou que não só a melodia era linda, como se enxergou na letra da música.

O dia seguinte amanheceu e ainda não tinha a resposta de Diana.

Ele já estava pronto para o almoço, apenas escovando os dentes, quando ouviu o celular tocar. Cuspiu rápido e atendeu.

― Oi!

― Oi! Então, ― começou Diana. ― Preciso... do endereço.

Rick sorriu aliviado e radiante por ela ter aceitado o convite.

― Eu vou te buscar. ― A sua felicidade transbordou em palavras.

― Não ― a voz dela estava suave, embora fosse muito objetiva ― eu posso ir seguindo você de carro. Passa para mim sua localização.

― Ok. Eu já estou pronto. Pode vir se quiser.

― Chego em dez minutos. Até.

― Até!

Toda a ansiedade que não sentiu antes chegou de uma vez só quando desligou a chamada. Rick seguiu para o estacionamento e foi com seu carro até o ponto de encontro escolhido. Não demorou muito e ouviu uma buzina: era Diana.

O trajeto durou cerca de quarenta minutos. Ambos diminuíram a velocidade e pararam a poucos metros de um grande portão preto. Rick se aproximou do ponto onde tinha um interfone. O portão se abriu e ambos seguiram por um caminho com parede de folhas até Rick estacionar o carro e indicar com o braço que Diana fizesse o mesmo, próximo onde deixou o seu.

Diana, que ainda não tinha descido do carro, sentiu o coração disparar à medida que Rick seguia em direção a ela. Ele estava com uma camisa de botões, de mangas curta e uma bermuda sarja marrom claro. Diana agradeceu mentalmente por estar tão casual quando ele.

― Oi ― Disse Rick sorrindo na janela.

Diana abriu a porta e Rick lhe ofereceu a mão.

― Oi. ― Diana aceitou a mão e desceu do carro.

― Está todo mundo aqui já. ― Informou Rick e começaram a andar.

Ele reconheceu o vestido de Diana, o mesmo de quando se conheceram no hotel. Diana olhou em volta enquanto seguiam em direção a casa, era uma propriedade imensa.

― Seus avós moram aqui?

― Não. É a nossa casa de veraneio.

― Vocês têm uma casa para cada estação do ano? ― Brincou Diana.

Caminho de Redenção | RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora