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João Vitor
São Paulo - ponto de vista
- 20/05/2021 -

Tinha marcado com meus amigos de nos encontramos por hoje no shopping, planejar como faríamos aquilo. Nos encontraríamos pra um almoço.

Mas eu não conseguiria fazer isso só com mais duas pessoas, então achei o momento perfeito pra apresentar Ana- como a gosto de chamar de Caetano - E Vitória - como também gosto de chamar de Falcão - A Renan e Gio.

Assim colocaria todos eles pra me ajudarem a ir atrás desse motoqueiro, motoboy.

Com Caetano, e Falcão, marquei as 11:30 e logo após, ao 12:00 Renan e Gio viriam.

Eu já estava no shopping, na frente da nossa loja favorita esperando por elas.

Olho pros dois lados, tentando ver quando elas chegariam. De longe vejo uma garota acenando pra mim. Era Falcão? Forcei minha vista, mas só vi quando elas estavam bem perto. Era elas.

- Oi João! - Vitória da um sorriso, me abraçando, abrindo espaço pra que eu abraçasse Ana.

- Oi Jão! - Caetano me abraça. - Não vou mentir, fala logo o que tá passando na sua cabeça, chamou a gente tão do nada.

- É sobre seu livro!? - Vitória diz, complementando Ana.

- Em partes, sim.. - Consigo ver elas se entre olhando. - Vem! Vamos sentar na praça de alimentação! Conto tudo!

Fomos dando algumas risadas para a praça de alimentação, onde nos sentamos e contei toda história.

- Então, eu estava com um bloqueio criativo grande, e eu ganhei uma ideia. O meu motoboy.. Ele é todo mistérioso, sempre deixa o pedido na porta e some! E isso me deu uma inspiração.. Porém, pra que eu consiga escrever, sair da primeira página, eu preciso continuar com essa inspiração, ou seja.. Fazer acontecer.

- Pera.. Você quer descobrir quem é o cara? - Vitória fala em total choque, enquanto Ana troca olhares entre mim, e Vitória, sem saber como reagir.

- Na lata! - seguro a risada, eu queria muito rir da cara da Ana

- Louco.. Vamos fazer isso quando? - Vitória diz, ajeitando a postura, pra uma animação completa.

- minha prima e meu melhor amigo vão chegar daqui minutos.. Eles vão nos ajudar também! - Vitória sorri, ela tava mais que dentro no plano.

- Vocês precisam de neurônios.. - Ana abre a boca em completo choque.

Não pude deixar de rir com Vitória. Que começou a tentar convencer ela que tudo daria certo. E assim, vi Renan e Gio chegando.

Eles se sentaram a mesa. Então olhei pra eles.

- Caros companheiros.. Por hoje vamos montar nosso plano. Como descobrir sobre o motoqueiro mistérioso!

- Que isso, João? - Giovana diz me encarando. Poxa, eu estava dando vida no meu personagem, fazendo uma voz forte, e abaixando a cabeça na mesa em suspense.. Voltei a minha postura.

- Tá.. parei. Como vamos fazer isso?

- você precisa pelo menos das roupas que ele usa - Renan diz. - Se ele é mistérioso, vai usar roupas específicas.

- Boa! - Caetano diz- O capacete também!

- A marca da moto.. - Vitória complementa.

- Simplesmente ele precisa de tudo isso pra indentificar mais rápido, mas vai precisar também da placa da moto. - Giovana fala.

- vocês são tudo pra mim! E o nosso plano?

- Você fica no interfone, assim que ele tocar, corre pra tirar foto da placa. - Gio fala.

- E você pode ir no restaurante, ver se tem algumas motos paradas.. Com aquela mesma placa- Ana diz, finalizando a frase em um unissom com Gio.

- Você pode ficar na varanda pra tirar foto. - Falcão diz.

- Eu não posso perder muito tempo, tenho que escrever. Essa ideia do livro pode dar errado, e eu só tenho 2 meses..

- Pô Jão...Se você quiser, você faz seus corres. - Renan sempre usava essa frase, ela me incentivava, por ser a mais simples verdade. Em alguma outra situação pode ser uma verdade dolorosa..

No meu caso é.. Se eu não entregar esse livro, eu não imagino conseguir outra chance.

Escolhemos fazer pedido no subway, e só me tirei dos pensamentos sobre o motoqueiro, quando vi Renan nos chamando pra ajudar ele a pegar os pedidos.

Pegamos e nos sentamos novamente. Ana e Vitória estavam se dando muito bem com Renan e Gio. Isso me deixava feliz. Mas eu não estava naquele sentimento. Eu estava pensando no motoqueiro, no meu livro, na história, se eu conseguiria fazer outros livros depois desse, sem precisar de uma história.

Eu comia devagar e pouco, olhando ao redor do local, como se eu procurasse por informações do motoqueiro. Que besteira, eu não sei nada sobre ele e não é o shopping que vai me dizer.

O que me chama atenção é uma garotinha ruiva, não devia passar de 3 anos.. Ela estava correndo na frente de 4 adultos. De cara eu soube quem era seu pai. Ele estava o tempo todo pedindo pra ela não correr muito. Ela me chamou atenção pela cor do seu cabelo, que era forte.

Subi meu olhar aos 4 adultos, que vamos dizer jovens. Eles devem ter entre minha idade, 18, 20..?? Chuto até uns 24.

Nenhuma das garotas parecia mãe da menina. Mas a loira, tomava conta como se fosse. Tia, talvez?

O pai dela tinha um estilo que me chamou total atenção, calça baixa, uma jaqueta de couro preta, seu All star de cano alto, o cabelo perfeitamente moreno e liso. Como um pai tão jovem e bonito?

Já não me era novidade me apaixonar por pessoas só de olhar, fiz muito isso na faculdade, e me arrependo profundamente. Por isso, deixo passar.

Mas não posso deixar de achar fofo, quando ela corre ao colo dele. Eles parecem ter uma relação tão agradável e bonita.

E se foi pai tão novo, tem todo o apoio dos amigos. A menininha parece adorar eles, e conversa com eles o tempo todo.

- Eai Jão, vai ficar olhar pra homem casado, ou vai conversar com a gente? - Ana diz.

- Para gente! Eu só achei a menininha uma fofa..

- a menina pode ser fofa, mas você não parece olhar só pra ela. - Gio fala olhando pra eles, enquanto de sentam.

- Só quero saber como ele pode ser pai tão novo.

- Mente que a gente gosta - Vitória fala e todos dão risada.

Eu reviro o olho, focando no meu lanche, comendo mais rápido.

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