The Black Cherry ~ Wolfstar • Jegulus

7. Quinto Ano: Hogsmeade

Domingo, 7 de Setembro de 1975

Remus acordou na manhã seguinte à lua cheia sentindo-se exausto, mas grato. As transformações sempre o deixavam debilitado, com hematomas e cicatrizes, mas agora com os marotos juntos a ele, tornou o fardo mais leve, e a única dor que ele sentiu foi o da transformação.
Ainda sim, doía muito voltar para a forma humana.

Mesmo deitado, conseguiu ver seus amigos dormindo profundamente, James roncava como sempre, e Sirius dormia com seus lençóis todos embolados. Peter já havia saído, provavelmente já estava tomando seu café da manhã e pegaria algo para seus amigos.

Remus levantou-se lentamente, tentando fazer menos barulho possível, mas seu corpo não concordou com isso, e a cada movimento sentia seus músculos protestar. Enquanto levantava a direção do banheiro, Sirius abriu os olhos e sorriu preguiçosamente para ele.

"Hm, bom dia Moony, como está se sentindo?" Perguntou Sirius com uma voz rouca de sono.

"Já estive pior, vou tomar um banho." Ele hesitou por um tempo, e encarou seu amigo - "Ei Sirius, Obrigado mesmo por ontem".

Sirius apenas assentiu, ainda sonolento e fechou os olhos novamente. Remus entrou no banheiro e deixou a água quente cair sobre seu rosto enquanto acordava. Pensamentos sobre Sirius continuaram a invadir sua mente.
Ele precisava criar um plano.

Ele não poderia evitar Sirius, esperando que seus sentimentos simplesmente fossem embora, seus amigos provavelmente notariam e não funcionaria no final. E de qualquer forma, não tem como evitar alguém que você divide um quarto. Remus decidiu agir normalmente, como se nada realmente tivesse mudado, porque não havia. Sirius ainda era seu melhor amigo, sentimentos bobos como o dele não mudariam isso. Pelo menos Remus achava isso na época.

Depois de se vestir, Remus voltou ao dormitório e encontrou James e Sirius acordados, conversando baixinho, James estava com um sorriso no rosto e Sirius parecia incomodado com algo.

"Bom dia, Remus", disse James, animado. Estamos planejando uma pequena aventura. O que acha de explorar Hogsmeade hoje? Apenas nós quatro."

Remus sabia que deveria descansar, mas a ideia de uma distração soava atraente. "Claro, parece uma boa ideia," concordou ele.

Os quatro marotos saíram da torre da Grifinória e fizeram o caminho habitual para Hogsmeade, conversando e rindo. Remus percebeu que mesmo com todas as suas preocupações, esses momentos com seus amigos eram preciosos. Quando chegaram ao vilarejo, decidiram começar pelo Três Vassouras para beber uma cerveja amanteigada.

Sentados em uma mesa no canto, Remus escutava atentamente a história que James o contava sobre uma das aulas de McGonagall e Pete ria descontroladamente. Remus sentiu uma mão em seu ombro e quando se virou era Mary, Marlene e Lily acompanhadas de Cervejas Amanteigadas.

"Oi garotos, podemos sentar com vocês?". Mary perguntara. "Mas é claro, sentem-se!" James a respondeu. Marlene sentou-se na frente de James, Lily no meio de Peter e Remus, e Mary sentou-se ao lado de Sirius.

"Oi querido, está sentindo se melhor?" Mary perguntou a Sirius com um olhar de pena.
Sirius encarou ela, e encarou rapidamente os olhares confusos de todos sobre a mesa. "Podemos não falar sobre isso aqui?" Sirius a encarou. "Ah claro, me desculpe". Mary disse já trocando de assunto, "Por favor, me digam que algum de vocês está planejando alguma festa, eu não aguento mais!"

"Por Merlim Mary! Nem começou o ano direito e você já está pensando em festas?" Marlene respondeu a amiga.

"Ah me desculpe se gostaria de pensar em algo que não seja a guerra!" Mary respondeu bruscamente. De repente todos na mesa ficaram quietos. Todos haviam concordado em não comentar sobre a guerra justamente para não pesar o clima, a não ser que fosse extremamente necessário.

"Concordo com você, querida Mary" Sirius olhou para a amiga dando um sorriso de canto - "Precisamos de uma festa de boas vindas aos primeiros anos, por Merlim! Aqueles pimpolhos precisam conhecer o legado que nós marotos construímos por tanto tempo." Todos da mesa sorriram com as palavras de Sirius.

"Sirius está certo! Precisamos manter nosso legado" James respondeu se levantando junto com sua bebida, "Nós somos os Marotos! E vamos dar uma festa do caramba! Chamaremos todos os que achamos merecedores da diversão!".

"Lily não, então". Sirius completou olhando para a amiga ruiva.

"Ah Cale a boca Sirius, só porque eu sou monitora esse ano, não quer dizer que esqueci de como se divertir!".

Todos riram e tiveram um bom momento, Remus saiu escondido enquanto James pagava pelas bebidas, e foi para o telefone público que Mary o havia contado da existência no ano anterior.

Ele discou os números ansiosamente esperando que fosse atendido.

"Alô?" Uma voz soou do outro lado.

"Grant? Oi- É o Remus".

"Ah, não me diga que já sente a minha falta." Grant respondeu.

Remus riu com a sua resposta. "Cale a boca, só queria saber como estão as coisas por aí, ainda não deu tempo de sentir saudade." Remus brincou.

"Que pena, pois eu senti." Remus corou quando ouviu essas palavras.

"Queria você aqui", Grant continuou - "Você acha que consegue voltar no natal?"

"Eu não sei se vou conseguir esse ano, geralmente passo os natais na casa de um amigo, mas esse ano todos terão que ficar no colégio para um baile que vai ter." Remus não queria explicar o que era um Baile de Inverno de Hogwarts.

"Ugh, bailes, não acredito que vocês garotos de internato realmente fazem essas coisas mesquinhas." Grant resmungou.

"Ei! Não me inclua nisso! Sou mais pobre que você!". Remus brincou.

Grant não conseguiu conter a risada. "Por Deus Remus".  "Ainda sim, porque me ligou?"

"Eu queria saber como você está." Verdade.
"Só isso". Mentira.

"Se você quer saber 'ce to chorando nos canto sentindo sua falta não estou não viu, você é superável Remus". Grant respondeu em um tom de brincadeira.

Era bom conversar com Grant, Remus não iria confessar isso aos seus amigos, mas ele gostava de pensar que quando terminasse Hogwarts, ele iria viver em Londes Trouxa, com suas roupas trouxas, e só usaria magia para coisas inofensivas. Ele se via em uma casa não muito grande, rodeado de livros e música.

Claro, ele não poderia realizar esse sonho. Seus estudos de magia em Hogwarts não contariam em nada para empregos trouxas.

Mas ainda sim, ele gostava de pensar nisso quando estava sozinho, apenas com os seus pensamentos.