20: Quinto Ano: Esperança

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No café da manhã, Sirius estava exausto, as poucas horas de sono não foram suficientes para combater a exaustão emocional. Ele olhou para Mary, que estava na mesa da Grifinória, cercada por suas amigas, e decidiu que hoje à noite teria que conversar com ela novamente.

Remus entrou no salão logo depois, parecendo tão cansado quanto Sirius. Seus olhares se cruzaram por um breve momento, mas Sirius desviou rapidamente. Remus, no entanto, veio sentar-se ao lado dele.

"Oi," disse Remus, a voz baixa e carregada de um cansaço que Sirius reconheceu imediatamente.

"Oi," respondeu Sirius, sem conseguir olhar diretamente para ele.

"Podemos conversar mais tarde?" Remus perguntou, claramente nervoso. "Precisamos resolver isso."

Sirius assentiu, mas não disse nada. As palavras estavam presas em sua garganta, uma mistura de medo e esperança que ele não sabia como expressar.

O dia passou lentamente, e cada aula parecia como um borrão de palavras e anotações que Sirius mal conseguia acompanhar. Finalmente, quando o último sino tocou, ele foi encontrar Mary na biblioteca.

Ela estava esperando por ele em uma mesa afastada, com um sorriso acolhedor no rosto.

"Oi, Sirius. Você parece... péssimo," disse ela, preocupada.

"Eu sei," ele suspirou, sentando-se ao lado dela. "Mal dormi essa noite... Mary, eu preciso da sua ajuda. Eu... não sei como lidar com tudo isso."

Ela o ouviu pacientemente enquanto ele contava sobre a noite passada, sobre sua conversa com Regulus, e sobre o que Remus havia dito pela manhã. Mary não o interrompeu, apenas segurou sua mão, oferecendo conforto em silêncio.

"Você já ouviu falar da sigla LGBT?" Mary perguntou suavemente quando ele terminou.

Sirius balançou a cabeça, confuso.

"É uma sigla usada para descrever diferentes orientações sexuais e identidades de gênero. L significa lésbica, G é de gay, B de bissexual e T de transgênero. Tem mais letras, mas essas são as mais comuns," ela explicou. "Gay são garotos, ou homens, que sentem um tipo de atração pelo mesmo sexo.  Lésbicas são garotas, ou mulheres que sentem também atração pelo mesmo sexo.

Então, Mary o explicou cada uma das letras, daquele alfabeto esquisito e novo e apesar de confuso, Sirius escutava a explicação dela.

Sirius processou essa informação, sentindo-se um pouco menos perdido.

"Então... eu sou gay?" ele perguntou, ainda incerto.

"Talvez. Ou talvez você seja bissexual, se você se sente atraído por meninas também. O importante é que não há nada de errado com isso, Sirius. Você não está 'contaminando' ninguém. Amar alguém, seja quem for, não é algo ruim," Mary disse, apertando a mão dele com firmeza.

Sirius sentiu as lágrimas começarem a surgir novamente, mas desta vez eram de alívio. Ele finalmente tinha palavras para descrever o que sentia, e alguém que o entendia e apoiava.

"Obrigada, Mary. Eu... realmente precisava ouvir isso," ele sussurrou, enxugando os olhos.

"Estou aqui para você, sempre," ela respondeu com um sorriso. "Agora, vá conversar com Remus. Vocês dois precisam mesmo resolver isso."

Sirius assentiu, sentindo-se um pouco mais forte. Ele saiu da biblioteca e foi para o local combinado com Remus. Quando chegou, encontrou-o esperando, parecendo tão nervoso quanto ele se sentia.

"Remus," Sirius começou, a voz firme apesar do nervosismo. "Precisamos conversar."

Remus olhou para ele, os olhos cheios de incerteza.

"Eu... sinto muito por tudo," Remus disse, quase em um sussurro. "Eu não deveria ter te beijado, eu só... não consegui evitar. Eu não queria te machucar."

"Você não me machucou," Sirius respondeu, dando um passo em direção a ele. "Eu só... estava confuso. Ainda estou, na verdade. Mas eu não quero que isso nos afaste."

Remus parecia aliviado, mas ainda hesitante.

"Eu te pressionei a fazer isso? Porque você não precisava sentir medo ao me recusar, sério mesmo, Sirius, você poderia ter me recusado," Remus perguntou, sua voz carregada de culpa e preocupação.

"Não, Remus, você não me pressionou," disse Sirius, firme. "Eu conversei com Mary, e ela me ajudou a entender. Não há nada de errado em sentir o que sentimos. E eu queria aquele beijo tanto quanto você."

Remus relaxou um pouco, mas a preocupação ainda estava presente em seus olhos.

"Então, por que você ficou tão distante depois? Eu fiquei com medo de ter arruinado tudo entre nós," Remus confessou, a voz baixa.

"Eu estava confuso," admitiu Sirius. "Eu estava tentando entender o que isso significava para mim, para nós. E, francamente, estava com medo. Medo de te perder, medo de não saber como lidar com tudo isso. Mas percebi que o pior erro que eu poderia cometer seria me afastar de você."

Remus assentiu lentamente, absorvendo as palavras de Sirius.

"Eu também estava com medo," ele disse finalmente. "Mas não quero que o medo nos impeça de sermos felizes, seja lá o que isso signifique para nós."

Sirius sorriu, sentindo um peso sair de seus ombros.

"Então, vamos descobrir isso juntos," ele sugeriu, estendendo a mão.

Remus hesitou por um momento, mas então sorriu de volta, um sorriso tímido, mas sincero. Ele pegou a mão de Sirius.

"Juntos," ele repetiu, apertando a mão de Sirius com firmeza.

Eles ficaram assim por um momento, segurando as mãos e se olhando nos olhos, encontrando conforto e segurança um no outro. Não tinham todas as respostas, mas pelo menos tinham um ao outro, e isso já era um bom começo.

"Podemos... ainda manter... o que quer que isso seja... em segredo? Até eu entender o que sou," Sirius pediu, a vulnerabilidade evidente em sua voz.

Remus olhou para ele, compreendendo a confusão e o medo que o amigo sentia.

"Claro, Sirius. Pode ser no seu tempo. Não precisamos apressar nada," Remus concordou, dando um aperto reconfortante na mão de Sirius.

Sirius suspirou de alívio, mas então Remus acrescentou, hesitante, "Mas... sem mais garotas?"

Sirius olhou para ele, surpreso. Viu a seriedade e a esperança nos olhos de Remus.

"Sem mais garotas," prometeu Sirius. "Eu quero descobrir isso com você, Remus. Só com você."

Remus sorriu, genuinamente aliviado, e o puxou para um beijo gentil. Sirius fechou os olhos e se permitiu relaxar nos braços de Moony, sentindo pela primeira vez em muito tempo que estavam no caminho certo.

"Vamos descobrir isso juntos," sussurrou Remus, e Sirius assentiu, sentindo-se mais leve do que nunca. Eles não tinham todas as respostas, mas tinham um ao outro, e isso já era um bom começo.

Notas!!! -----

700 vizualizações!! ahh obrigada por todo o apoio, cada voto, cada comentário e cada visualização me incentiva muito a continuar a escrever <3

4 capítulos quentinhos para vocês como um agradecimento 🤍

Estão gostando da história? Não se esqueçam de me dizer as suas opiniões, isso me ajuda muito na hora de escrever, para saber se vocês estao gostando ou não!

⚠️Outra coisa MUITO IMPORTANTE a ser dita, essa fanfic não terá cenas sexuais até que os personagens atinjam a maior idade. Enquanto isso, eu apenas escreverei que algo aconteceu sem detalhes explícitos. Por favor NAO INCENTIVEM fanfics, fanarts dos marotos MENORES DE IDADE expostos ao conteúdo explícito!!!

The Black Cherry ~ Wolfstar • JegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora