[02] Um ponto de esperança resgatado

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- Senhor. - Uma voz rouca e próxima o chamou. Jimin abriu os olhos com dificuldade e percebeu que já era dia.

Seus olhos vagaram pela cabine e encontrou o semblante cansado de um funcionário que estava parado próximo a porta.

- Chegamos ao último destino, preciso que desembarque. - O homem anunciou e aguardou Jimin se espreguiçar e segurar Nari que tinha os olhos abertos olhando para Jimin sem dizer uma palavra.

Quando o ômega levantou sentiu sua visão girar e tropeçou segurando a parede à sua frente antes que caísse com sua filha. Ele arfou sentindo uma dor forte atingir todas as células do seu corpo. Jimin sentiu seu corpo começar a sua frio e parecia que todo o seu ar foi roubado. Ele havia esquecido de toda a dor, provavelmente de madrugada ele deve ter desmaiado e quando acordou não se lembrava mais do que seu corpo estava sofrendo.

- Você está bem? - O homem que era um beta segurou seu braço que apoiava Nari tentando o ajudar a se equilibrar. - Precisa que chame um médico?

- Não... Só me ajude a chegar lá fora, por favor - Jimin balançou a cabeça tentando manter sua mente equilibrada. Ele queria checar seu celular e ver se havia uma resposta da mensagem enviada ontem a noite.

O beta olhou sério para o ômega e não podia fazer nada se o outro não queria, ele apenas ajudou-lhe a chegar do lado de fora do trem. Não estava muito cheio o lugar, já que poucas pessoas viajaram no mesmo horário que ele. Seus olhos se moveram para todos os lados em busca de algum rosto conhecido. O funcionário do trem o ajudou a chegar até um banco que estava perto e depois trouxe sua mala, após as informações de Jimin.

Nari tinha o punho fechado segurando o casaco do ômega, seus olhos curiosos tentavam capturar todo o ambiente novo. Jimin com dificuldade pegou o celular e percebeu que a parte inferior do aparelho estava manchada de vermelho. Ele não conseguia mentalizar como poderia estar sua aparência. A dor em seu ventre estava cada vez mais forte, como as contrações que sentiu antes de ganhar Nari. Cada pontada fazia-o engasgar no próprio ar que puxava pelos lábios.

Não havia resposta quando checou as mensagens. Sua mão segurou o aparelho com força sentindo todo seu corpo tremer. Instintivamente apertou Nari contra si, com medo que ela escapasse de seus braços. Seu irmão não havia respondido e ele não sabia se foi porque ele não quis ou se aquele número não pertencia mais a ele. O desespero tomou conta da sua mente e ele começou a chorar sem se importar com as pessoas que passavam e olhavam aquela cena. Ele só tinha uma última alternativa e não queria recorrer a ela.

Se aquela pessoa descobrisse a verdade que o fez retornar a esse lugar, ele temia o que poderia acontecer. Ele poderia pegar Nari e o deixar na rua e quem sabe sua última alternativa fosse seguir o mesmo caminho que sua mãe. No fim tudo se resume ao mesmo destino. Uma parte de si agradeceu por Nari ser uma alfa, pois se aquela sina tivesse que acontecer consigo e depois com sua filha ele preferia morrer. Talvez era isso que iria acontecer.

Jimin deixaria Nari com a última pessoa que ele queria ver; Seu pai.

Depois disso ele sumiria e não estava muito longe de cair em uma vala e aceitar seu destino, afinal, seu corpo estava morrendo. Se ele fosse como um ômega comum, com certeza já estaria morto, mas apenas por seus status que ainda estava consciente e com pouca força ainda. Era esse pouco que iria se agarrar e não deixar Nari desamparada. Sua decisão foi tomada.

Quando tentou levantar, ele não suportou a dor e nem percebeu o grunhido agonizante que soltou. O ômega sentiu como se algo a mais tivesse se rompido dentro dele e antes que pudesse cair, colocou Nari no banco e seus joelhos bateram no concreto.

SEM SAÍDA | Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora