[09] Nenhuma medida de tempo com você será longa o suficiente

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Sua mente podia estar criando possibilidades talvez inexistentes. Era a adrenalina? Ou quem sabe ele tenha desmaiado ainda na sala de Hyunki e isso era apenas um sonho sendo manifestado do seu intrínseco desejo. Mas aquele aperto em seus braços eram firmes e tão seguros, como se nunca fosse soltá-lo. Jimin queria tanto ver aquele rosto novamente, a forma como seus traços mudaram um pouco, mas ainda exibia uma juventude. Jungkook parecia diferente, mas ao mesmo tempo o mesmo garoto que deixou para trás há alguns anos.

Não querendo deixar escapar aquela visão, inconscientemente Jimin agarrou a bainha do casaco de Jungkook. Instantaneamente aquele forte aroma que não havia mudado nada, cercou o ômega, como se o embalasse em uma barreira o impedindo de ter contato com todo o exterior. Não eram os feromônios de Jungkook, era apenas seu cheiro corporal que sempre foi tão marcante e reconfortante desde que Jimin o sentiu pela primeira vez. Esse aroma era tão único do alfa, que somente estando bem perto do seu corpo para senti-lo.

- Essa seria uma coincidência do destino? - Hyunki enfia as mãos no bolso, agora sua postura mais controlada do que antes. Seu sorriso com escárnio e os olhos transparentes em raiva. - Você trouxe seu amante com você, Jimin?

Jimin virou o rosto de lado, mas sem encarar diretamente Hyunki. Aquela voz o trazia para a realidade que estava, provando que Jungkook não era uma miragem, pois jamais o ômega permitiria sonhar com a pessoa que ama no mesmo espaço que a que mais desprezava.

- Nunca pensei que um líder de alcatéia fosse tão baixo a querer ser amante - Hyunki continuou, dando alguns passos à frente, mas mantendo uma distância do alfa e ômega.

Jungkook desviou os olhos de Jimin pela primeira vez desde que o encontrou, a suavidade que antes pairava ali dissipou-se. Sua expressão difícil de ler o que pensava, mas o silêncio ainda era sua resposta para o outro alfa.

- Pelo jeito ele é mudo igual aquela bastardinha, tal pai e tal filha - a risada que o alfa soltou após aquela sentença não pode ser completada. Foi cortada no meio com o som de um estalo. Todos que ali estavam se assustaram com a cena repentina, Hyunki era o mais incrédulo de todos.

Foi a primeira vez que Jimin bateu em alguém. A primeira vez que revidou as palavras do alfa, com sua mão, que subiu tão rápido e pousou tão pesadamente deixando aquela região em vermelho vivo.

Hyunki encarou Jimin com os olhos tão abertos que pareciam querer pular de seu rosto. Sua mão segurava o lado que queimava e ele ainda não conseguia demonstrar qualquer reação diante daquilo. Jimin tinha o canto dos seus olhos vermelhos, ele estava realmente cansado de tudo aquilo. Aquele círculo vicioso que parecia não conseguir sair, nem mesmo quando achava que estava tão perto da saída. Naquele momento, ele queria culpar o mundo e principalmente seu pai. Ele queria bater tanto em Hyunki e fazê-lo sentir o peso de todos seus maus-tratos, mesmo que sua força não fosse suficiente para que ele sentisse.

Ele jamais deixaria quem quer que fosse falasse de Nari dessa forma, não importa o quanto ele goste ou tenha medo daquela pessoa. Ele faria pela sua filha o que muitos não tiveram coragem de fazer consigo. Ele não ficaria calado como seu pai ficou todas aquelas vezes.

- Você nunca mais, escute bem, nunca mais irá falar assim da minha filha - Jimin bramiu e aquele tom assustou Hyunki. - Se nos despreza tanto e nos odeia, engula isso é morra. Mas não fique lamuriando e jogando acusações que começaram com ações suas.

- Você enlouqueceu se acha que pode dizer e fazer o que quiser, sem qualquer punição - Hyunki gritou contra o rosto de Jimin, mas o ômega não vacilou e outro tapa avançou na direção do lugar machucado no rosto de Hyunki. O alfa dessa vez tombou e caiu com um joelho no chão. - Eu vou matar você. Te mandarei pro mesmo lugar que aquela prostituta da sua mãe.

SEM SAÍDA | Jikook (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora