SEM SAÍDA | Jikook (ABO)

[11] Alguém que não vejo há muito tempo

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Na manhã seguinte, Jimin andava de um lado para o outro com Aquiles em seu encalço. Desde que havia acordado e notado que o irmão havia chegado, o mais velho deles o encheu de perguntas, enquanto Nari não desgrudava de seu progenitor. Jimin se arrumava para a entrevista que havia sido marcada, enquanto tentava ao máximo responder as perguntas do outro ômega.

— Jimin, você não está me contando tudo. Eu te conheço, tem algo mais nessa história que você está omitindo.

Jimin talvez estivesse escondendo uma boa parte dos acontecimentos do irmão, mas ele só não queria ter que lidar com mais uma enxurrada de perguntas vindo do outro. Ele não contou sobre os dois tapas que havia dado em Hyunki e nem que havia encontrado Jungkook e o principal de tudo, sobre a declaração do alfa para ele. Tudo que Jimin queria se concentrar no momento, era em sua entrevista.

— Olha, eu prometo que assim que eu voltar, lhe conto todos os outros detalhes, ok? — virando-se para encontrar com o olhar de Aquiles, o moreno já estava pronto para argumentar, mas calou-se ao encarar Jimin.

— Não tenho muitas escolhas mesmo — soltou um suspiro derrotado encolhendo os ombros. — Você ainda não me disse onde é essa entrevista.

— Você conhece o lugar, mas só direi se eu conseguir o emprego. Não quero que você influencie em nada.

— Eu não faria uma coisa dessas. Sei que você é capaz de conseguir algo sozinho.

— Obrigado pela confiança. Sei que você já olhou Nari por um tempo, mas preciso que você fique com ela novamente — ao ouvir que seria deixada novamente por seu progenitor, a pequena garota agarrou-se à blusa que Jimin estava vestido. 

— Não! — Nari diz negando com a cabeça de forma desesperada. — Quero ir com o papai.

— Meu amor, não posso levá-la comigo — Jimin acariciou sua cabeça, mas aquilo não foi suficiente para acalmar a menina. Seus pequenos olhos já enchiam de água.

Jimin não quis deixá-la, mas realmente não podia levá-la. Esse era um obstáculo que teria que passar com sua filhote por um tempo. Caso ele conseguisse o emprego, ficaria mais tempo longe da garota e não poderia ser sempre assim as despedidas deles por um curto período de tempo. Lhe doía o coração se afastar dele por pouco que fosse, mas essa era uma realidade que teriam que enfrentar para que as coisas melhorassem para eles.

— Se você for, Nari vai chorar muito — a menina já limpava as lágrimas, esfregando seus olhos de um jeito desajeitado.

Jimin abraçou a filha e olhou para Aquiles em busca de ajuda. O irmão não tinha filhos, então não era tão bom em aconselhar sobre como a criança deveria agir, na verdade era mais fácil apenas entreter por um tempo, sem o compromisso de educar e ter conversas profundas. Ele tentava se lembrar de quando sua mãe conversava com ele, de como ela usaria as palavras, mas o ômega não se lembrava de nada. Aquilo despertou uma outra visão, enquanto olhava Jimin tentar acalmar Nari.

O loiro cresceu uma grande parte da sua vida sem sua mãe, então a paternidade foi algo que ele aprendeu por conta própria. Isso deixou sua visão ainda mais distorcida de tudo que Jimin teve que passar sozinho e longe. Por mais que não tenha perguntado, Aquiles sabia que Nari não era uma criança planejada. Jimin engravidou quando tinha apenas 18 anos, havia recém atingido a maioridade. Ele estava pronto para viver sua vida nessa idade, mas já cuidava de outra tão jovem. Foi pai três vezes, mas só um dos seus filhos estava com ele agora. Foi um caminho muito árduo.

— Deixe que eu e Nari levamos você para a entrevista. Sei que não quer me dizer onde é, mas prometo que não falarei nada sobre e nem tentarei nada — Aquiles prometeu levantando o dedo mindinho, para reforçar a promessa. — Podemos mostrar a ela que talvez o lugar não seja muito longe e que ela não precisa se preocupar que você vá deixá-la. Não sei como educar uma criança ou o que elas gostariam de ouvir nesse momento, mas sinto que se fosse comigo, algo simples assim poderia me ajudar a entender melhor.