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Escutei uma risada que poderia dizer que era estranhamente satisfatória se você ouvisse bem.
Olhando para trás rapidamente, fiz uma pequena bolha de luz com seu dedo indicador, fazendo com que quem ou o que quer que fosse, visse que eu estava pronta para um luta. Vi finalmente a grande silhueta, era um homem bastante alto, parecia ter interesse na magia que as mãos que eu faziam, pois não parava de observar. Sua expressão, por mais que fosse aparentemente uma ameaça, era serena e até mesmo confiável. Ele não parecia alguém que poderia fazer algum mal para quem quer que fosse. Porém, quando tentei dizer algo, ele bufou em reprovação, fazendo uma expressão de nojo.

Bruxas. Que raça mais repugnante! — Ele começou a ofender a mim, que obviamente recebi as ditas ofensas extremamente indignada. — A última que matei era bastante insistente. Porém, você parece inteligente.
Matou ?! — Eu prestei atenção apenas naquela palavra dali pra frente.
— É, matei. E se não se juntar a mim, você será a próxima. — Ele deu um tempo, provavelmente para que eu pensasse na oferta, porém, sem sucesso. — Foi o que pensei, vocês mulheres são tão teimosas!

Apenas com um estalar de dedos, mãos brotaram do chão, fazendo com que saíssem cadáveres junto às mesmas. O homem, até o momento desconhecido, apenas me deixou com os mortos-vivos e saiu andando entediado.

SEU COVARDE, VOLTE AQUI!! — Ao escutar a crítica, o moreno deu um sorriso de canto e continuou andando.
Covarde ? Hm, diria que este apelido é novo... Normalmente me chamam de Governante do submundo, desgraçado, senhor do inferno... Covarde é novo. Colocarei na lista! — Ele foi embora, sumindo junto às sombras da floresta amaldiçoada.

Os mortos eram mais rápidos do que imaginei, pois correram rapidamente para mim e infelizmente eu não conseguiria fugir a tempo com tantos deles vindo até ela. O que tive de fazer foi lançar um feitiço para tentar fugir sem ser vista pelos outros moradores da aldeia, ou então iria para a fogueira.
Cores azuis, roxas e amarelas saíram de meus dedos assim que eu proferi a palavra chave. Alguns zumbis, por assim dizer, ficaram para trás e sumiram como um tipo de fumaça. Vendo que havia dado certo, comecei a proferir as mesmas palavras, e eles começaram a cair novamente um por um. Eu finalmente estava livre daqueles espíritos malditos, porém, senti braços me prenderem, e uma corda foi apertando meu corpo, me fazendo gritar.

Bruxa!! Ajudem!! — Eu olhei para trás, e vi a pessoa que eu mais confiava.
Damian ? — Perguntei mesmo sabendo a resposta que receberia.
Me desculpe Bella, mas sua recompensa vai mudar minha vida pra sempre! — Ele sorriu sádico, enquanto sentia minhas bochechas se molharem com minhas lágrimas.

Vieram outros moradores do pequeno vilarejo, e até às crianças que eu gostava e ajudei a aprenderem a ler, estavam me apedrejando e dizendo coisas horrorosas.
As mulheres estavam todas juntas, exclamando coisas horríveis enquanto jogavam tudo quanto era coisa que encontravam em mim.
Os homens me agarraram junto a Damian, e eu gritava desesperada por alguém que pudesse me tirar daqueles braços, para que alguém pudesse não me deixar morrer ali. Sem amor, sem um sorriso, e sem um propósito.

Eles já haviam me amarrado em um pilar de madeira, e minhas lágrimas molhavam a espécie de carvão em baixo de mim. Eles gritavam algo como: "Queimem a bruxa!" Ou então: "Ela merece!"
Por que eu mereço ? Será que é porque eu simplesmente fui boa com as pessoas, ou porque eu era simplesmente ruim por dentro ?
Alguém encapuzado chegou perto de mim por trás e tocou na minha mão.

Eu vou tirar você daí.

Era uma voz feminina, e quando a escutei, eu não tive mais medo... Era como se sua voz fosse um chá calmante e eu estivesse desfrutando de sua doce bondade de me acalmar.
De repente ela sumiu, porém notei que ainda observava bem perto da fogueira. Era mentira, ela não iria me tirar dali. Bem, foi o que eu pensei. As chamas começaram a brotar de cima para baixo, e surpreendentemente não senti nada queimar. Obviamente, os gritos também não saiam de mim, eu estava vendo eu mesma ser cremada viva.

Venha, se demorar mais será tarde. — A mesma mulher que disse que iria me tirar dali sussurrou.
Quem é você ?! — Eu me exaltei por um momento, me auto olhando virar pó.
Meu nome é Kira, e ninguém te fará mal ao meu lado.

Foi o que ela disse antes de me puxa pra dentro de um tipo de engenhoca, que hoje descubro que era na verdade uma máquina do tempo. A sensação da viagem temporal era estranhamente satisfatória.
Eu pude escutar meus próprios gritos se cessarem, e então veio a tona gritas orgulhosos pela morte da bruxa. E então, eu chorei novamente.
Aquela mulher finalmente tirou o capuz, e quando vi seus olhos, notei como eles me transmitiam segurança.
Ao me ver chorar, ela tranquilizou sua feição.

É normal chorar. — Ela disse me dando um paninho para que eu pudesse limpar minhas lágrimas. — Agora você tem um propósito, Bella. Nunca mais se perderá de novo.

Eu tenho um propósito, e ele é fazer com que minha família nunca se perca de mim, e que eu nunca se perca dela.

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𝑺𝑶𝑩𝑹𝑬𝑽𝑰𝑽𝑬𝑵𝑻𝑬𝑺Onde histórias criam vida. Descubra agora