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Uma gota de sangue que pingou em meu nariz me fez acordar, revelando meus pais a minha frente. Empalados.
Eu escutava risadas desesperadas da minha mãe, qual se misturava com a sádica gargalhada do nomeado Christopher. Aquele desgraçado...!

— Ela está bem...! — Eles estavam abraçados um no outro, com uma estaca de madeira atravessada nos dois. — Veja meu bem, conseguimos deixá-la viva...
Sim, minha flor... e-ela vai ficar bem...

A pior sensação do mundo com
certeza é está. Ver seus pais felizes em seus últimos suspiros, apenas porque conseguiram proteger a filha. Eu não desejaria isso nem mesmo para o meu pior inimigo. Nunca.
Eu procurei palavras, mas da minha boca saiam apenas gritos de um coração ferido.

Que linda cena de família. Me deixou até emocionado! — O desgraçado fingiu limpar uma lágrima falsa. — Porém, meu trabalho está feito.
Volte aqui, seu demônio!!! — Eu tentei de todas as formas não deixá-lo ir embora, mas ao caminhar até certo ponto, pude sentir meu coração errar uma batida, me fazendo cair no chão.
Você está coberta de veneno, verme. Não vai sobreviver, portanto eu aconselharia deixar o veneno consumir você por inteiro para morrer de forma mais... Rápida, eu diria.

Meu ar sumiu junto a Christopher. Ele de dizimou nas sombras com as mãos no bolso. E então, eu me peguei tentado de todo o jeito me arrastar até meus pais. Porém, eu já estava longe demais.
O vento frio da floresta me fazia refletir sobre quem eu tinha sido, e se havia válido a pena ser eu. Acho que não...
Era uma sensação inexplicável chegar perto da morte.

"Vamos Jenny, sobreviva!"

Eu senti uma mão no meu pescoço. Era gelada e quando eu olhei também era pálida, semelhante a de alguém morto.
Eram duas sombras muito embasadas, porém pude distinguir ser uma garota e um garoto. E então me lembrei deles antes do desmaio repentino.
Ela murmurava algumas coisas para o garoto, que obedecia tudo sem reclamar. Eram semelhantes a uma mãe e um filho.
De repente, senti a mão no meu rosto.

Você sobreviverá Jenny, nós não vamos te deixar morrer. — Uma voz feminina reconfortante sussurrou para mim, e com as últimas forças que tinha no momento, segurei sua mão e chorei sobre ela. — Não chore minha flor, já vai passar.

Eu sabia que ao lado dos dois não correria perigo. E naquele momento, pude notar que aqueles eram os anjos da guarda que meus pais tanto me falaram na infância.

Anjos... São meus anjos.
Um anjo demônio e um anjo caído.

Eu me lembrava de suas vozes, enquanto sentia o veneno sair aos poucos do meu corpo. Eu sentirei saudade daquilo.
Numa guerra, o que mais queremos é sobreviver. Ou então, vingança.
Eu queria antes, quero agora, e sempre iria querer me vingar daquele que acabou com a minha vida. Daquele que tirou tudo o que eu tinha.
Porém, me deu uma família nova.
Uma família que acabará com o reinado do mal. Uma família de sobreviventes.

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𝑺𝑶𝑩𝑹𝑬𝑽𝑰𝑽𝑬𝑵𝑻𝑬𝑺Onde histórias criam vida. Descubra agora