Capítulo 8

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Aproveitem a temporada boa. Essa aqui está deliciosa.

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Simone


Confesso que, por um momento, quis sair dali correndo e jamais falar sobre o assunto para alguém. Mas quando vi aquele maldito perto de mim, não consegui controlar meus pensamentos; desmaiei, temendo um colapso iminente.

Não vou mentir: senti um alívio imenso e uma sensação de purificação ao testemunhar toda aquela cena, apesar do desespero que tomava conta do meu coração. Ver que ele nunca mais me faria mal me trouxe uma vontade renovada de viver. Infelizmente, ele deve ter saído por bom comportamento e não procurou por mim, ciente de que poderia voltar à prisão. Porém, as ameaças constantes no meu celular com certeza eram dele.

Eu me sentia... Como posso explicar isso? Era como se precisasse de toda a água do planeta para saciar minha sede, estava calor e agitada, mas, após o episódio, a agitação passou, embora a sede persistisse e meu corpo continuasse eletrizado.

Ao chegar em casa, não conseguia controlar meus impulsos; admito que não me reconhecia e não conseguia parar. Olhando agora, parecia que estava drogada, embora nunca tenha me sentido assim, e sempre soube beber. O único pensamento que me dominava era transar. Assim que chegamos no quarto transamos por horas até a pressão na minha cabeça ceder e eu finalmente relaxar.

Na manhã seguinte, eu sabia que precisávamos conversar e era inevitável, eles salvaram a minha vida. No banho eu relaxei meu corpo e mente, Sol cuidou bem de mim mais uma vez, foi um anjo que realmente entrou na minha vida e me trata tão bem que por mais que ainda sinta medo, eu estava mais tranquila com ela.

Confesso que o pós banho me relaxou ainda mais, todo início é assim um fogo que misericórdia.

Quando descemos e eu vi todos na sala, pensei em conversar apenas com Soraya primeiro depois do café, mas depois de tanta coisa e bem, eles foram incríveis como, além disso não queria abrir a ferida duas vezes seguidas, tive que ser forte e deixar que toda essa situação seja dita em voz alta para outra pessoa, no caso pessoas.

Acho que é a minha nova família.

Reviver tudo foi doloroso e difícil de falar, mas consegui. Expliquei tudo o que passei nesses um ano e cinco meses e, finalmente, consegui me libertar, dizendo tudo de uma única vez. Doeu um pouco menos, mas ainda é uma ferida extremamente aberta. Todos choramos, e ninguém me julgou ou disse nada; apenas fomos almoçar e conversamos sobre outros assuntos.

Sofrer violência doméstica foi uma das experiências mais horríveis que vivi, e ser dependente tornou tudo ainda pior. Mas felizmente tive forças ou pelo menos a dor de perder um filho me fez correr da tragédia em que vivia e finalmente denunciar. Talvez eu não estivesse mais aqui para respirar e seguir com a minha vida.

E agora estou aqui, ajoelhada diante de Soraya, que se ajoelhou e me pediu oficialmente em namoro. Puta merda, eu não sabia onde me enfiar. Estava com medo, apesar de estar radiante com o pedido. Ela me beijou, me apertou, foi encantadora comigo. Eu estava apaixonada por ela, e isso não iria mudar, a menos que ela se tornasse uma idiota.

Dizer as palavras que mais temia era tenebroso, mas eu sentia amor apesar de tudo. Sentia-me amada e estava feliz, e algo no meu coração dizia que eu estava fazendo a coisa certa. "Sim, Soraya, eu aceito." As palavras saíram com mais facilidade do que eu imaginava. Soraya sorriu, um sorriso que iluminou todo o meu mundo naquele momento. Abraçamo-nos com força, e senti que aquele era o início de uma nova fase na minha vida — uma fase de cura e reconstrução.

THE MARK OF LOVE - [ Simone x Soraya ]Onde histórias criam vida. Descubra agora