Angel olha nos olhos brilhantes e profundos de Alastor, que eram capazes de mostrar todo seu interior, mas ao mesmo tempo, não mostravam nada. Ele era misterioso, escondia várias informações que ninguém poderia saber por trás daquele sorriso.
– Eu sei bem que você tem a alma do Husk. Portanto, consegue ver a vida dele durante seu tempo na terra, certo?- Angel pergunta, com medo e receio da resposta que receberá. Poderia ser um não, para sua infelicidade, ou poderia ser um sim, para sua felicidade. Ou, o Alastor poderia rir de sua cara e dizer que não faria nada daquilo.
Alastor apenas afirma, enquanto sorri tenebrosamente para Angel. – Ok, certo... Então, eu queria que você visse a vida do Husk enquanto ele 'tava com a Nina... Eu tenho certeza que aquela puta fez algo ruim quando estava com ele, e eu quero saber o que, eu quero poder jogar na cara dele!- Angel termina de falar, e Alastor solta uma leve risada, demonstrando deboche.
– Então alguém está com ciúmes... Haha!-
– Eu não 'to com ciúmes, porra!-
– Posso ver o ciúmes pelo seu comportamento... Pelos seus braços cortados, eu diria que ontem foi uma péssima noite.- Alastor termina de falar, e Angel se retrai, escondendo seus braços.
– Bom, mas indo direto ao ponto! O que eu ganharia aceitando esse tal acordo?- Alastor questiona, querendo, por direito, uma recompensa.
– Bom... E que tal... Duas semanas de Jambalaya no jantar? Eu aprendi a fazer já tem um temp-
– ACORDO FEITO!- Alastor fala, já animado com a proposta. Ele nem pensou antes de aceitar.Angel se assusta um pouco, e Alastor estende sua mão para eles confirmarem o acordo. A sala começa a ficar em um tom esverdeado, todo o seu fica escuro, sendo possível ver apenar a luz verde e as roupas se mexendo, como se estivesse ventando.
~ Husk's POV ~
– Porra, Nina! Você viu muito bem o que aconteceu, e eu entendi MUITO bem o que você falou!- grito, destacando a palavra “muito”. Estou brigando com Nina pela atitude dela quando Angel chegou noite passada.
– Husk! Não grita comigo, caralho! Você acha que você é quem? E outra, eu não ligo pra aquele bichinho, eu nem tinha visto que ele chegou! Eu só fiz o que me deu vontade.- Ela rebate.
– Eu não sou burro, Nina! Eu vi muito bem você virando e olhando pra porta quando o Angel chegou! 'tá achando que eu sou cego? Foi óbvio que você me beijou porque sabia muito bem que iria magoar ele!- Respondo.
– Tá! E se eu tiver feito isso mesmo? O que você vai fazer? Vai dizer que não gostou?- Ela fala, provocando. O ódio que eu estou dessa puta não está escrito.
– Óbvio que eu não gostei! Não está óbvio, Nina? EU NÃO GOSTO MAIS DE VOCÊ! Você foi apenas uma paixão temporária! Eu tentei voltar a uma possível amizade, mas parece que você não supera nunca.- Grito, tentando deixar claro que não sinto mais nada romântico por ela.
– Nossa, Husk... Pra que falar assim comigo?- Ela começa a lacrimejar. Vejo seus olhos marejados, e começo a sentir pena. Ela funga algumas vezes o nariz. Vejo seu rosto ficar rosado aos poucos.
– Olha, Nina... Eu não quis falar isso... Quero dizer, quis, mas não é desse jeito...- Falo, me arrependendo de ter dito aquilo. Eu acho. Nina vem em minha direção e me abraça, começando a chorar. Ela apoia sua cabeça em meus ombros, e suas mãos enrolam minha cintura.